Morteiro ‘Nemo’ de 120mm da finlandesa Patria em emprego naval
Nesta sexta-feira, 9 de maio, a empresa finlandesa Patria destacou em seu site as possibilidades de emprego naval de seu morteiro “Nemo” de 120mm, inicialmente criado para uso terrestre. Segundo a empresa, o sistema é de baixo peso e pode ser montado em diversas plataformas navais, proporcionando rápido apoio de fogo.
A arma é instalada num reparo com torreta, controlado remotamente, incluindo o mecanismo de carregamento, sistema de controle de fogo e munição. O morteiro pode realizar tiro direto e indireto para apoio de fogo a tropas desembarcadas , tendo também capacidade MRSI – Multiple Rounds Simultaneous Impact (disparo de múltiplos projéteis para impacto simultâneo no alvo) e de engajar outros navios em movimento. Ainda segundo a empresa, o sistema tem baixo peso.
Na brochura de divulgação do produto, o peso total da torreta (movimentada eletricamente com “back-up” manual) é de 1.700 kg, A elevação do tubo, que tem três metros de comprimento, é de -3º a +85º . O carregamento é elétrico / semiautomático (sistema de recuo hidropneumático), com cadência de tiro de até 10 disparos por minuto (máxima sustentada de 6 por minuto), com alcance acima de 10km e MRSI de até 5 projéteis.
FONTE / FOTOS: Patria (tradução e edição do Poder Naval a partir de originais em inglês)
NOTA DO EDITOR: em diversas ocasiões, os leitores do Poder Naval comentaram sobre os armamentos dos navios-patrulha fluviais da Marinha do Brasil, sendo a maioria das embarcações dotadas de canhões de 40mm, destacando-se o monitor Parnaíba como o navio equipado com o armamento de tubo de maior calibre, 76mm (um canhão antigo, fabricado na década de 1940, porém ainda bastante preciso).
Aproveitando os debates anteriores, ficam as perguntas: morteiros mais sofisticados tecnologicamente como este apresentado pela Patria, ou de algum outro fornecedor, ou mesmo um produto nacional que passe por um desenvolvimento significativo (clique aqui para ver um morteiro raiado convencional de 120mm, do CTEx) teriam mais utilidade do que os atuais armamentos de tubo de nossos navios-patrulha fluviais? Ou poderiam complementá-los? O espaço está aberto para quem queira debater o assunto.
Pra mim este morteiro acima citado ficaria muito bem montado no Guarani, nao creio ser interessante dentro de nossa realidade naval, acredito (após ler muitos debates bacanas ) que os canhoes sao suficientes ( 30mm e 20 mm no caso das class Amazonas se nao me engano), só acrescentaria um lançador de mísseis (uma torreta p/ 4 mísseis ) só pra dar mais uma forcinha.
Sds Eduardo o aprendiz.
Mas Eduardo, você citou armamentos da classe “Amazonas”, que é de navios de emprego oceânico. A questão que gostaria de colocar em debate a partir da nota no final da matéria é em relação ao emprego desse tipo de arma (morteiro de 120mm, de preferência de modelo moderno) em navios de patrulha fluvial e congêneres, para apoio de fogo, que é uma missão que eles realizam, e que já mostramos aqui com o exemplo do monitor Parnaíba: http://www.naval.com.br/blog/2014/03/10/monitor-parnaiba-realiza-exercicio-de-tiro-com-canhao-de-76mm/ Lembrando que morteiros eram armas que equipavam monitores fluviais da Marinha antes da Segunda Guerra Mundial, e que equiparam também os navios-patrulha… Read more »
Sem dúvida esses morteiros de retrocarga e de carregamento automático (ou semi) são armas a serem consideradas para os patrulhas fluviais.
Iria implementar a capacidade de apoio de fogo indireto a esses navios e complementar o canhão de 40 mm no fogo direto.
Sem falar que já há um grande leque de munições guiadas disponíveis para esse calibre.
Poxa Bosco eu boiei nessa pois só mentalizei a patrulha oceanica e esqueci da fluvial em meio a densas florestas que podem abrigar facçoes e grupos de guerrilha ( bons alvos pra um morteiro deste supra -citado).
Sds.sempre da pra aprender mais>rs
Pois é Nunao eu comi moscas duas vezes pois só após responder ao Bosco eu vi sua resposta direcionada a mim.rs
Mas mesmo sendo úteis nas embarcaçoes fluviais ainda acho bacana ver montado em ao menos uns 200 Guaranis da mega encomenda (nao sei se rel ou só intensao de compras) de 2044 unidades.
Sds.
Para enriquecer o debate, seguem abaixo as atribuições dos navios-patrulha fluvial segundo a MB:
“Navios-Patrulha Fluvial (Amazônia) – São fundamentais para realizar patrulhas fluviais na Bacia Amazônica, operações em rios e ações de apoio às populações ribeirinhas, aumentando a presença da Marinha nas fronteiras e na fiscalização dos rios.”
“Navios-Patrulha Fluvial (Pantanal) – Realizam patrulhas fluviais no Pantanal, aumentando a presença da Marinha na fronteira oeste do Brasil. Em complemento, podem realizar operações nas calhas dos rios da região e ações de apoio às populações ribeirinhas.”
Prezados, Transcrevo abaixo o artigo: “SISTEMA DE ARMAS FLUVIAL PARA A REGIÃO AMAZÔNICA”, publicado na Revista Marítima Brasileira 4º Trimestre de 2001, escrito pelo então Capitão-de-Fragata (EN) Leonam dos Santos Guimarães e o então Primeiro-Tenente (EN) Osmar Conceição Junior: “Sumário Introdução Conceito básico Área de operação Ameaças Caracterização do potencial das ameaças Conceito de emprego postulado Configuração do Sistema de Armas CALHAN Operação típica Conclusões INTRODUÇÃO A escalada de poder de grupos organizados de narcotráfico, associados com movimentos de guerrilha em países amazônicos vizinhos ao Brasil, estende-se para o interior das fronteiras nacionais tornando-se uma ameaça de vulto, dado o… Read more »
Muito interessante esse texto, Monteiro.
Aquelas novas lanchas colombianas se encaixariam em que papel neste sistema de armas? Monitores? Creio que falte ainda o morteiro.
desculpe pela minha pergunta, mas esse morteiro poderia fazer o papel de um canhão ???
ele pode ser disparado como um canhão contra outra embarcação ??
ha munições especiais para morteiro ou so tem a de impacto mesmo ??
wwolf22,
No caso desse morteiro da empresa finlandesa, o fabricante diz que pode sim ser utilizado contra outra embarcação. Está no texto:
“O morteiro pode realizar tiro direto e indireto para apoio de fogo a tropas desembarcadas, tendo também capacidade MRSI – Multiple Rounds Simultaneous Impact (disparo de múltiplos projéteis para impacto simultâneo no alvo) e de engajar outros navios em movimento.“
Creio que para o caso de embarcações antigas como o Monitor Parnaíba, a ideia da torre do Cascavel adaptada é a mais interessante e de menor custo.
No link que o Nunão colou em “9 de maio de 2014 at 15:55” tem uma alusão a isto nos comentários.
Prezado Luizblower,
Na minha visão, sim. As lanchas colombianas se enquadrariam como “monitores” da estratégia apresentada acima.
Quanto à proposta de debate do post, entendo que o morteiro pesado nao substitui os canhões.
Os morteiros pesados devem ser utilizados de acordo com a tarefa a ser desempenhada, isoladamente ou em conjunto com os canhões dos navios-patrulha fluvial.
ok, com um morteiro desse ai, eu poderia compara-lo com qual calibre de canhão ?? 30mm ?? 50mm ??
Wwolf22,
A massa que atinge o alvo oriunda de um projétil de morteiro de 120 mm é de uns 12 kg.
Só pra comparação, a massa que atinge o alvo de um projétil de 76 mm do canhão do Parnaíba é de 6 kg.
Ou seja, um morteiro tem um poder de destruição superior ao do canhão de 76 mm. Na verdade é maior que o de um obuseiro de 105 mm.
Muito superior, portanto, aos calibres que você citou, de 30 mm e 50 mm (?).
wwolf e Bosco, Vocês podem tentar estabelecer algum parâmetro comparando pesos de granadas disparadas, para equalizar a coisa em estrago que poderia ser causado por um mesmo peso de carga explosiva. Fazendo uma comparação tosca, podemos dizer que o peso de bomba de morteiro terrestre é mais ou menos próximo ao peso da granada que é disparada por um canhão naval de 100mm, ou seja, um projétil de aproximadamente 13kg: http://www.navweaps.com/Weapons/WNFR_39-55_m1968.htm http://elbitsystems.com/Elbitmain/files/120mm_Bombs.pdf Porém, é preciso também pensar em peso de fogo x tempo para a comparação ficar menos tosca. Esse canhão de 100mm (modelo francês que equipa a maior parte… Read more »
Bosco, A comparação com o Parnaíba precisa levar em conta obviamente o peso da granada e o estrago que um projétil em si pode causar, como você fez. Mas também precisa levar em conta a cadência de tiro. Se não me engano, teoricamente a cadência sustentada desse canhão de 76mm que equipa o Parnaíba, e que é carregado manualmente, chegava a uns 15 disparos por minuto. Referências técnicas falam em até 20. Mas baixemos para 12 por minuto, para facilitar. Como a granada de 76mm tem cerca de metade do peso da bomba do morteiro de 120mm, mas a cadência… Read more »
OFF TOPIC…
…na falta de um post melhor, vai tu mesmo!!!
Breve história do “Monstro do Cáspio”, no final da matéria há um link p/ um site em russo, c/ fotos do triste estado atual desta embarcação.
Ou seria avião???
(http://www.defense-aerospace.com/article-view/release/153728/rostec-recounts-history-of-flying-battleship.html)
Qnto ao debate em curso, o morteiro de 120mm, associado a projéteis c/ guiagem terminal do tipo “Excalubur”, seriam um belo de um complemento p/ os pequenos canos de 30-40mm.
muito interessante a comparação dos pesos das cargas com a cadencia de tiro…
eu prefiro uma cadencia maior… porem esse Nemo eh interessante…
Para a comparação ser ainda melhor, o ideal seria saber a velocidade do projetil. Ainda, dependendo da finalidade, a forma do projetil também seria relevante para julgar a arma mais adequada para a missão.