Nuvens de fibra de carbono como escudo contra mísseis antinavio
A Marinha dos EUA testou geradores de nuvens de fibra de carbono radar-absorventes, que poderiam ser utilizadas para proteger navios de guerra de ataques de mísseis antinavio e de cruzeiro guiados por radar
A Marinha dos EUA testou recentemente um novo sistema de contra medidas de mísseis anti-navio usando um protótipo de gerador obscurecedor. Os sistemas e as táticas foram testadas sob uma variedade de condições de mar, utilizando recursos do Exército, Marinha e Força Aérea dos EUA para avaliar como nuvens de fibra de carbono radar-absorventes podem impedir que um míssil possa detectar e atingir seu alvo, como parte de uma defesa em camadas.
O Comando de Desenvolvimento de Guerra Naval testou o protótipo do gerador obscurecedor marítimo nos dias 21-25 de junho para avaliar a sua eficácia tática para a defesa contra mísseis antinavio. O dispositivo a bordo gera partículas de fibra de carbono em suspensão em uma nuvem de fumaça. Essas partículas absorvem e espalham as ondas de radar que emanam dos buscadores de mísseis, assim, potencialmente obscurecendo o alvo do buscador do míssil.
“A Névoa Pandarra mostrou o valor de rapidamente reunir forças conjuntas e científicas para enfrentar os nossos problemas mais difíceis de combate. Esta não é apenas fumaça ou chaff, é alta tecnologia obscurecedora, que pode ser eficaz contra uma série de sistemas de mísseis teleguiados “, disse Antonio Siordia, assessor científico da Sétima Frota dos EUA.
O vice-almirante Robert L. Thomas Jr., comandante da Sétima Frota dos dos EUA, deu início ao “Pandarra Fog”, a experiência multi-navio em Guam. “A Névoa Pandarra é exemplo do desenvolvimento técnico e tático rápido integrado da Frota para dominar a guerra de manobra eletromagnética e garantir o acesso das forças conjuntas”, disse Thomas.
O experimento demonstrou que o gerador obscurecedor marítimo pode ser um elemento-chave de manobra ofensiva da frota, apesar da proliferação global de mísseis de cruzeiro anti-navio e mísseis balísticos.
“Estamos desenvolvendo uma abordagem em camadas usando um espectro completo de recursos ativos e passivos para nos dar vantagem. Não é apenas sobre a tecnologia, mas também praticando como a frota vai empregar esses recursos emergentes”, disse o capitão David Adams, que lidera o Grupo de Inciativas de Combate da Sétima Frota. “A abordagem de defesa em profundidade tem uma série de vantagens. Não só sabemos que a fumaça é eficaz, ela adiciona um nível de incerteza e imprevisibilidade à equação”, disse Adams.
Além de ter um nível significativo de eficácia, os sistemas obscurecedores são relativamente baratos quando comparados com outras contra medidas e pode ser empregado por meio de manobras táticas típicas da frota. Os materiais são ecologicamente corretos e dimensionados para maximizar a eficácia operacional. “Nossa avaliação inicial é que o teste foi muito bem sucedido em termos de emprego tático, de usabilidade e custo-efetividade”, disse Adams.
A defesa com fumaça é parte de uma defesa em múltiplas camadas de navios de superfície, que também inclui a defesa ativa (mísseis de defesa antiaérea), chamarizes ativos (jammers) e chamarizes RF (chaff). Os flares (visto nesta foto ao lado e abaixo) podem ser usados para defesa em última camada, atraindo mísseis com guiagem térmica para fora do seu alvo.
FONTE: defense-update.com
Tomara que a nuvem não atenue ou neutralize também o sistema de radares do Aegis e do Phalanx, sob pena do navio ficar sem defesas ativas.
Ah! Galante! Você esqueceu de citar que os canhões também compõem a “defesa ativa”.
Na legenda da primeira foto…
“…USS Mustin (DDG89), USS Wayne E. Meyer (DDG108) e USS Frank Cabo (AS40)…”
Tudo bem que cabo em ingles é cable, mas, trata-se do USS Frank Cable 🙂
Dalto seria entao o Frank Corporal 8-P
Bosco… essa tal Pandarra Fog é originalmente um projeto do US Army… e realmente não lembro o nome, mas era instalado em humvees e funciona com a tal “palha” de fibra de carbono injetada com óleo nos escapamentos de motore a diesel nas carrocerias desses humvees. A nuvem, gerada é muito densa, permitindo manter a “palha” suspensa por longos períodos e distâncias e ao meu ver, fica muito a mercê do vento, mas uma embarcação rápida e a toda velocidade, pode fazer uma cobertura no perímetro de uma pequena esquadra. E até onde eu sabia, ela funciona contra e a… Read more »
Aki… esse é o M56 Coyote, mas já tinha um mais moderno, mas esse já tem a palha com fibra de carbono.
http://www2.l-3com.com/linkabit/pdf/Data_Sheets/Obscuration/M56A1%20Coyote.pdf
Ainda estou atras de um material melhor… o pior é que não me lembro onde eu vi isso…
Eita a memória está virando lembrança 🙁
Sds
Bosco,
qual a eficácia dos canhões atuais contra mísseis? Existem testes nesse sentido?
Adam, Em números eu não saberia dizer sem pesquisar antes, mas tudo indica, pelo grande quantidade de sistemas antimísseis baseados em canhões, que a eficácia é grande. Sem dúvida há testes feitos e muitos inclusive disponíveis no Youtube. Com a entrada em operação de mísseis subsônicos sea-skmming o canhão se tornou quase que a arma antimíssil ideal, desde os de alta cadência de tiro e destruição por impacto (hard kill) como os CIWS Phalanx, Meroka, Goalkeeper, Sea Zenith, AK-630, Type 730, etc. , até os de destruição por fragmentação do projétil, de maior calibre, como o Millenium, Dardo, Trinity, Bofors… Read more »
Eu cometi um equívoco quando usei o termo “hard kill” como se fosse sinônimo de CIWS. Na verdade o termo “hard kill” é para fazer oposição ao termo “soft kill”, e se refere a qualquer método, seja usando canhões (de qualquer calibre), mísseis, ou qualquer outro método (laser?) que tenha como objetivo neutralizar o míssil antinavio, atingindo-o fisicamente, destruindo-o por completo (pela explosão de sua ogiva ou de seu tanque de combustível, ou pelo colapso de sua célula) ou causando-lhe danos de tal monta que lhe seja impossível continuar no curso programado.
Este recurso é uma medida de defesa extrema pois certamente CEGA mais eficientemente os sensores do navio que o utiliza que o provável míssil atacante. O uso de palha de carbono é uma ótima solução que a nossa MB deveria pesquisar nesta linha. Apenas acho que este protótipo muito convencional para meu gosto. Fica aqui a minha sugestão para MB, baseado nos antigos aeromodelos da era pré-radiocontrole onde o avião era ligado a cabos e que nós manobrávamos circularmente com o manete de pulso. Instale o dispersor num vant híbrido POTENTE (pois a decolagem será crítica para não enrolar a… Read more »