Um dia a bordo do submarino ‘Tapajó’ – parte 1
No dia 16 de julho de 2014, na véspera da data comemorativa do Centenário da Força de Submarinos (1914-2014), uma equipe do Poder Naval/Forças de Defesa embarcou num submarino da Marinha do Brasil, o Tapajó (S33).
O editor-chefe Alexandre Galante, o fotógrafo Ricardo Pereira (editor do blog Assuntos Militares) e o repórter Claudio Queiroz foram recebidos a bordo pelo comandante do Tapajó, o Capitão-de-Fragata Horácio Cartier, por volta das 8h da manhã. O submarino encontrava-se atracado na Base Almirante Castro e Silva, na Ilha de Mocanguê, em Niterói – RJ.
O Tapajó, construído no Brasil, é a quarta unidade da classe “Tupi” (projeto alemão IKL209-1400). Sua construção foi iniciada em 6 de março de 1996 e a incorporação à Armada ocorreu em 21 de dezembro de 1999.
O IKL209 é o submarino convencional de maior sucesso de exportação do mundo. É moderno e silencioso, podendo atingir grande velocidade sob a água (cerca de 22 nós por curtos períodos), graças ao seu desenho hidrodinâmico e às baterias de grande capacidade.
Além disso, o Tapajó foi o primeiro submarino da classe “Tupi” modernizado com o novo sistema de combate AN/BYG 501 Mod 1D da Lockheed Martin e equipado com os torpedos pesados Mk.48 Mod 6AT de fabricação americana, que substituíram os antigos torpedos britânicos Mk.24 Tigerfish.
No ano passado, o Tapajó realizou um “deployment” nos EUA, onde permaneceu por 7 meses, tendo a oportunidade de operar com unidades navais da US Navy e realizar dois lançamentos de torpedos Mk.48 em exercício.
Ao longo dos anos, os submarinos IKL209 têm demonstrado excelente desempenho em diversas operações navais, levando até potências militares como os EUA a reformularem táticas antissubmarino e a cogitarem a voltar a operar submarinos convencionais além dos submarinos nucleares.
Durante a operação “Linked Seas” em 1997, com Marinhas da OTAN, o submarino Tamoio (S31), segunda unidade da classe “Tupi” e primeira construída no Brasil, “roubou a festa”, quando conseguiu penetrar a cobertura antissubmarino de navios, helicópteros e outros submarinos e “afundar” o navio-aeródromo espanhol Príncipe de Astúrias.
Navegando no Tapajó
Logo após o embarque no submarino, a equipe do Poder Naval recebeu um briefing de segurança e salvamento, para conhecer os recursos disponíveis contra incêndios e alagamentos a bordo e as formas de escape, em caso do submarino ficar impedido de retornar à superfície por algum problema.
Antes de o submarino deixar a base, participamos também de outro briefing com o comandante e sua tripulação, no qual todas as informações vitais para a missão são apresentadas e checadas, como as condições de mar, tráfego marítimo, informações de inteligência etc.
No briefing, a missão do dia incluía a navegação até a área de exercício e realização da imersão, para o adestramento da equipe de ataque do Tapajó.
Após a manobra de desatracação do cais, o submarino navegou pela Baía de Guanabara com muita atenção, devido ao grande volume de embarcações e obstáculos, graças ao “boom” das atividades petrolíferas. Toda o cuidado é necessário para evitar colisões, já que o submarino tem uma silhueta difícil de ser avistada pelos navios.
Navegando na superfície, o submarino balança, pois seu casco foi otimizado para navegar submerso. O ambiente confinado e “sem janelas” ajuda a enjoar um pouco.
Chegando à área de exercício, após a realização de todas as verificações necessárias e o fechamento das escotilhas pelo último homem a entrar no submarino, é dado o alarme de imersão. O submarino começa a mergulhar e a inclinar. A sensação é estranha: na hora lembramos dos filmes sobre submarinos que já assistimos, mas a realidade é diferente. Realmente esta vida não é para qualquer um. Se bater uma sensação de pânico, é melhor acalmar e esperar.
Depois da imersão, o balanço desaparece e o submarino navega estável, pois está no seu habitat.
O batismo
Um evento especial também estava no planejamento do dia: o batismo da equipe do Poder Naval, obrigatório para os que mergulham pela primeira vez num submarino.
Antes de começar a cerimônia do batismo, cada um recebeu o nome de um peixe. Um oficial então declamou o texto do batismo que todos repetem bem alto. No final, os novatos têm que tomar uma colherada de sal e são untados na testa com graxa do motor.
Confira abaixo o texto de batismo no submarino:
“Eu, imundo e profano, pilhado nas profundezas, do reino de vossa majestade Rei Netuno Rex I, penitencio-me diante de vós, provando o sal da sapiência: sal, sal, sal. E peço que me untem com óleo sagrado dos peixes, que me tornará um forte: graxa, graxa, graxa. E a partir de agora, prometo respeitar ninfas e sereias, conchas e caramujos, enfim, todas as criaturas que habitam o reino de vossa majestade, onde passarei a ser conhecido como … (e cada um diz o nome de peixe que recebeu).”
Depois do batismo, já cidadãos do Reino de Netuno, fomos convidados para um almoço com o comandante do Tapajó.
A reportagem continua em próximo post…
Parabens sr Badejo !!
Parabéns Badejo! Digo, parabéns Galante! rsrss
Um abraço.
Badejo ???????????????? ih travou o celebro na hora e so se lembrou deste .. ow Bozoh num era pirarucú naum 😛
Parabéns ao Galante e à equipe do Poder Naval. Grande distinção. Aguardo a continuação.
Doravante, Sr. Badejo, não é Galante.
BZ, senhor http://1.bp.blogspot.com/-CkknG9LXivE/UCZ1MPZFwQI/AAAAAAAABT4/c1eBC-VY0so/s1600/badejo.jpg
Após o BZ, as perguntas:
1 – os briefings foram no compartimento de manobra?
2 – outros submarinos da MB estavam atracados na Base Almirante Castro e Silva? Há dois meses, eu via a maior parte deles (praticamente todos, menos o Tikuna) passando por algum tipo de manutenção no AMRJ, imagino que era um esforço concentrado para os exercícios programados para as comemorações de 100 anos da Flotilha. Confere?
Em tempo I = Bozoh, passeou de çub vuado ? (kkkkkkkkkkkkkkkkk)
em tempo II =
http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2014/07/mt-amazon-brilliance-syms-petroleiro.html
16 photos
Nunão, na BASC só estavam o Tapajó e o Tikuna. Quando fui ao DPHDM na sexta-feira passada, vi os demais submarinos em reparos no AMRJ.
http://www.naval.com.br/blog/2013/03/14/submarino-tapajo-escala-em-natal/
Nao e a primeira vez que o Sub Tapajo e o Poder Naval se encontram. Acho que o Galante realizou um grande sonho! Quer dizer Badejo…
BZ Badejo!
se é queria por que queria que fosse o Tapajó, vai ter força no pensamento assim la no
@!@#!#$@%$$%¨AcreEm tempo, olha quem deveria sero NPaOc / NSS/ Rbam / Navio de socorro e Salvamento Na Ap Log, Na comando de força de minagem e varredura (Opera com ROV – tem Hangar exclusivo para ROV´s) Na pra quase qqr coisa em função auxiliar/ap log/apoio/SAR em primeiríssima escala por aqui :
http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2014/07/imagens-do-offshore-support-vessel-osv.html
33 photos – OSV Far Samson – Maiden call Guarujá
Navio especializado em operações offshore
Meus parabéns, isso comprova que vcs são os mais imparciais e especializados meios de comunicação de defesa do nosso pais!!! espero que faça uma edição da revista com o titulo TAPAJO!
Dalton, Franz, caso não saibam – FYG: Commander, Fleet Forces Presents USS Gettysburg with ‘Best in Fleet’ Trophy Commander, U.S. Fleet Forces Command presented the 2013 Battenberg Cup to the crew of guided missile cruiser USS Gettysburg (CG 64), July 16, during a ceremony held on the ship’s flight deck. Adm. Bill Gortney presented the cup, awarded annually to the Atlantic Fleet Battle Efficiency Award winner, ship or submarine, with the greatest accumulation of crew achievements. Since the award’s inception in 1905, Gettysburg is only the fifth cruiser to win the Battenberg Cup. During the award presentation to the Gettysburg… Read more »
Prezado GALANTE, parabéns pela excelente cobertura, para mim nota 1.000, quanto ao BADEJO parabéns também pois é um peixe nobre. Um abração do MENDES.
Muito legal !
Já visitei o submarino Riachuelo (se não me engano) que fica aberto para visitação estática no Museu Naval, no RJ, mas meu sonho seria um dia poder submergir em um.
Que Netuno o guie pelos mares do pré-sal.
Valeu pela lembrança MO !
Li sim, pois todo dia entro no site da US Navy e acho que o Franz, aquele outro desocupado faz a mesma coisa 🙂
abraços
Bravo Zulu, Badejo!
Se eu fosse eleito Presidente da República, você seria o meu Ministro da Defesa. Tenho certeza que as três forças iriam se beneficiar e muito. Outras opções estariam aqui mesmo na Trilogia entre Editores e Comentaristas.
Cerimônias de batismo também ocorrem quando um navio cruza a linha do Equador.
USQUE AD SUB AQUAM NAUTA SUM
@MO
Obrigado pela lembrança; mas já tinho lido…..:-)
@Dalton
Coloquei um update sobre os Los Angeles naquele Post do USS Dallas. O “desocupado” está muito ocupado escrevendo listas…..:-)
@Galante
Parabéns pelo feito e pelas repostagens.
Fiquem de olho porque parece que houve mudança nos planos do “America”.
Antes uma visita ao Brasil não estava planejada, mas agora está na categoria de “muito provável”.
Amigos, o MARCELÃO hoje está impossível, mas se não fosse assim não seria ele.
Um abração a todos.
MO e sua cruzada antinavios UQTR e NaPaOc fresquinhos rsrs. Se for os dois juntos então rsrs.
Gostei desse OSV. Talvez a velocidade seja insuficiente para a patrulha. De qualquer forma , sou um dos seguidores dessa sua ideia.
Abraço.
Considerar Autonomia, capacidadepara as outras tantas funções reunidas em um so navio, entre outros fatores, os NaPaOc daomais veloc, mas por quanto tempo x autonomia em marcha continua
ah sabe o custo deste brinquedo por parte e aos seus afretadores = USD 300.000 :-() .. o armador agradeçe !!! e ri sozinho !!!!
Em Tempo Rafael and eventuais interessados, mais vistas deel, agora upper e night view
http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2014/07/osv-far-samson-2bxm3-imagens-de-angulo.html
4 photos
Sim, comparar com os NaPaOc é covardia em todas as outras capacidades e funções.
Só citei a velocidade porque ela pode ser importante em determinada situação, ainda que não seja a máxima, só a de cruzeiro. E em determinadas situações pode dar para usar o helicóptero ou alguma lancha.
Valeu pelas novas fotos. Eu acho muito bonito esse tipo de navio, mesmo tendo esse helideck rsrs.
Necessitamos de uma frota de submarinos, com um minimo de 20 unidades. Cobrindo nossa cossta e saindo do Rio. As poucas unidades que possuímos estão ao alcance de um missil disparado dos limites da costa. Um tiro e fim de frota.