Livro ‘As Garras do Cisne’ desvenda segredo da Marinha brasileira
Com base em documentos produzidos pela corporação, Roberto Lopes revela o objetivo da Marinha brasileira de se tornar a nona frota mais poderosa do mundo. Em As Garras do Cisne, o experiente jornalista relata todo o planejamento para alcançar este objetivo e desvenda este ambicioso e surpreendente projeto por meio do detalhamento de planos e do relato de histórias inéditas e saborosas, além de informações, até aqui, guardadas nas gavetas dos oficiais-generais de túnica branca e botões dourados.
Esse planejamento prevê a incorporação à frota nacional, nos próximos trinta anos, de seis submarinos nucleares, quinze convencionais (de propulsão diesel-elétrica), dois porta-aviões, quatro navios de propósitos múltiplos (dotados de convés de voo para helicópteros), trinta navios de escolta, dezoito navios-patrulha oceânicos, 48 jatos interceptadores de alta performance, além de dezenas de helicópteros antissubmarinos.
O autor mostra que “os interesses marítimos do Brasil cresceram de uma forma completamente inesperada desde a descoberta da vasta província do pré-sal”. Segundo ele, a partir de 2008, a Marinha começou o reaparelhamento da sua tropa de infantaria e da sua aviação devido “à preocupação do governo com a segurança do pré sal, das jazidas minerais existentes no leito do Atlântico Sul e do projeto de reimpulsionar a indústria da pesca no país”. Ações que são o ponto de partida para que a Força Naval brasileira se transforme na nona esquadra mais poderosa do mundo, superada apenas por Estados Unidos, China, Rússia, França, Inglaterra, Índia, Coreia do Sul e Japão.
Lopes também apresenta documentos que lançam luz sobre o histórico despreparo da corporação para vigiar a malha hidroviária da Amazônia Ocidental, a insuficiência dos meios por ela alocados para proteger os rios da fronteira oeste – zona crítica dos crimes transnacionais -, e a absurda resistência dos almirantes à criação, no país, de uma Guarda Costeira.
As Garras do Cisne revela como a ampliação do papel da Marinha não é uma ideia visionária típica do bordão “Brasil país do futuro”, mas um programa militar do presente, em execução – e com resultados – desde os anos 2000. Uma iniciativa alicerçada nos cronogramas estabelecidos pelo Plano Diretor da Marinha – documento-guia da Força há quase meio século. Os almirantes trabalham assim, com planejamento, desde que, em fevereiro de 1963, mostraram-se incapazes de mobilizar seus navios para caçar um solitário destróier francês nas águas do Nordeste – vexame que entrou para a História como “a guerra da lagosta”.
A partir da recente trajetória expansionista da Força Naval, Lopes analisa as relações da corporação com o governo federal nos últimos anos. O jornalista e pesquisador ainda faz muitas revelações, entre elas: a mediocridade de alguns relatórios da Inteligência dos Estados Unidos acerca da determinação dos brasileiros em crescer como potência e a perda de importância da Argentina como player do cenário internacional.
Repleto de contundentes análises e revelações, que lançam luz sobre a moderna história da Marinha do Brasil, As Garras do Cisne nasce como uma obra de referência.
Roberto Lopes é graduado em Gestão e Planejamento de Defesa pelo Centro de Estudos de Defesa Hemisférica da Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos. Especialista em diplomacia e assuntos militares da América do Sul, em janeiro de 2014 ganhou fama na imprensa internacional ao revelar a pressão do governo de Londres para que a indústria aeronáutica israelense não forneça caças modernos à aviação militar da Argentina. Lopes é pesquisador associado ao Laboratório de Estudos da Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP e autor de uma dezena de livros, entre eles O código das profundezas, publicado pela Civilização Brasileira, sobre a atuação dos submarinos argentinos no conflito das Malvinas. Reside no interior paulista, onde dirige um centro de documentação. É casado e pai de três filhos.
DIVULGAÇÃO: Editora Record