Navantia começa quarta grande revisão do submarino espanhol Tramontana
Submarino é quarto e último da classe ‘Galerna’ (S 70), baseada na francesa ‘Agosta’, havendo ainda três em serviço na Marinha Espanhola. É a quarta grande revisão do ‘Tramontana’ desde que foi incorporado, em dezembro de 1985
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Em 3 de setembro, a empresa espanhola Navantia informou que foi iniciada, dois dias antes, as obras de “Gran Carena” do submarino Tramontana (S 74) Marinha Espanhola – essas obras são denominadas também de “revisão a fundo”, sendo a quarta revisão do tipo que se realiza no Tramontana.
Os trabalhos, iniciados em 1º de setembro com a desmontagem da escotilha de embarque dos motores, são decorrentes de ordem de execução assinada entre a Marinha Espanhola e a Navantia em meados do mês passado. Com a revisão, espera-se que a vida útil do submarino seja estendida para mais cinco anos. O submarino está abrigado nas instalações do estaleiro da Navantia em Cartagena desde 23 de abril.
Cerca de 300 trabalhadores se ocuparão da revisão, entre pessoal da Navantia e de indústrias auxiliares. Além do que normalmente se realiza na “Gran Carena”, estão incluídos a aquisição e instalação de quadros elétricos principais, de todos os sobressalentes necessários, das baterias e da manutenção e revitalização dos equipamentos eletrônicos, trabalhos que receberam contratos distintos. O total a ser gasto na revisão chega a 42,9 milhões de euros.
O Tramontana é o quarto submarino espanhol da classe “Galerna” (S 70), construído nos estaleiros da empresa espanhola Bazán, em Cartagena, havendo ainda três unidades da classe em serviço na Espanha (o Siroco foi desincorporado em junho de 2012, restando o Galerna, o Mistral e o Tramontana). Foi posto a flutuar em 30 de novembro de 1983, tendo como madrinha Doña Concepción Villalba Ibáñez, esposa do então ministro da Defesa D. Narcís Serra y Serra. Sua primeira imersão, sob o comando do capitão de corveta Don Germán Medina Sánchez, deu-se em 5 de julho de 1985 e sua entrega à Marinha Espanhola deu-se em 30 de dezembro daquele ano.
O deslocamento submerso da classe “Galerna” é de 1.750 toneladas, o comprimento é de 67,9m e a boca é de 5,4m, sendo guarnecido por 60 tripulantes. A propulsão é por 2 motores diesel de 3.600 cavalos e um motor elétrico de 3.500 kW, com um hélice. Na superfície, a velocidade máxima é de 12 nós e, submerso, o submarino chega a 20,5 nós, sendo a profundidade máxima de 300 metros. A autonomia é de 9.000 milhas em imersão navegando a 9 nós, com shnorkel (ou 45 dias). A classe é dotada de 4 tubos lançadores de torpedos, com 16 torpedos em reserva.
A classe “Galerna” é do tipo francês “Agosta”. A classe foi sucedida nos planos espanhóis pelo tipo S 80, que nasceu de uma iniciativa franco-espanhola (que na França deu origem à classe “Scorpene”, cuja versão S-BR está sendo construída no Brasil) depois desmembrada, com quatro unidades contratadas pela Marinha Espanhola em 2004.
FONTE / FOTOS: Navantia e Marinha Espanhola (tradução e edição do Poder Naval a partir de originais em espanhol)
NOTA DO EDITOR: em diversas classes de submarinos convencionais, especialmente as de concepção mais antiga, a retirada dos motores para revisão é feita sem necessidade de corte do casco (como é o caso dos submarinos de origem alemã em serviço na Marinha do Brasil), por meio da retirada de uma grande escotilha. Era o caso, por exemplo, dos submarinos classe britânica “Oberon” (classe “Humaitá” na MB) que serviram no Brasil a partir da década de 1970, em que um grande “tampão” rebitado era retirado do casco para permitir a saída dos motores, numa operação também bastante trabalhosa. Para saber mais sobre submarinos, neste ano em que é comemorado o centenário da operação desse meio na Marinha do Brasil, adquira a sua revista Forças de Defesa número 11, clicando aqui.
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