Marinha do Brasil revela projeto próprio de NPaOc (OPV) na Euronaval 2014
Victor Barreira, Lisboa, Portugal
A empresa estatal brasileira EMGEPRON (Empresa Gerencial de Projetos Navais) vai revelar o projeto do primeiro navio de patrulha oceânico (NPaOc ou OPV – Offshore Patrol Vessel) na feira Euronaval 2014, que ocorrerá em Paris, França, no final de outubro.
O projeto está sendo desenvolvido pelo Centro de Projetos de Navios da Marinha do Brasil. The design has been developed by the Brazilian Navy’s Ships Project Center (CPN).
O navio – que recebeu a designação de Navio-Patrulha Oceânico BRasil (NaPaOc-BR), ou BR-OPV, foi projetado para realizar missões de vigilância na zona econômica exclusiva (EEZ), incluindo a proteção da infraestrutura das plataformas de petróleo, combater atividades ilegais no mar, prover segurança ao tráfego marítimo e apoiar missões de busca e salvamento (SAR).
O BR-OPV desloca cerca de 2.000 toneladas e pode embarcar uma tripulação de 125 homens. O casco tem comprimento de 103,4m, 11,4m de largura e calado de 3,95m. Com velocidade máxima de 25 nós e alcance de 4.000 milhas a 12 nós, o navio é projetado para uma autonomia de 30 dias no mar.
A propulsão combinada diesel e diesel (CODAD) inclui dois motores diesel associados a propulsores de passo variável através de uma única caixa de transmissão. Refletindo o design stealth do projeto, a chaminé do navio foi posicionada no centro da superestrutura, logo atrás do mastro. O projeto também traz dois estabilizadores laterais a ré, abaixo da linha dágua.
O navio tem a capacidade de embarcar lanchas RHIBs (rigid hull inflatable boats) e uma plataforma de pouso e um hangar para acomodar um helicóptero leve ou de médio porte.
Os sistemas e sensores incluem uma alça eletro-óptica giroestabilizada para observação e capacidade de direção de tiro; sistemas de comunicações, guerra eletrônica e comando e controle, canhões de água e radares de busca aérea e de superfície.
O armamento inclui uma torreta com canhão de médio calibre e dois canhões de 20mm nos bordos. Entende-se que o OPV-BR pode ser equipado com canhões de 40, 57 ou 76mm como armamento principal.
A EMGEPRON disse que os estudos de definição das armas e dos sistemas está em curso, mas enfatiza que o projeto poderá permitir a integração de um leque de equipamentos.
O Brasil atualmente opera três OPVs da classe “Amazonas”, comprados por 133,8 milhões de libras (US$ 218,61 milhões) em contrato assinado com a BAE Systems em dezembro de 2011. O Amazonas (P120), Apa (P121), and Araguari (P122) foram comissionados em junho e novembro de 2012 e em junho de 2013 respectivamente. O acordo inclui também a licença para construção de mais navios da classe a serem construídos no Brasil.
Como parte do Programa PROSUPER (Programa de Obtenção de Meios de Superfície), a Diretoria de Gestão de Programas Estratégicos da Marinha (DGePEM) pretende comprar e construir localmente cinco OPVs de 1.800 toneladas. Propostas que atendem aos requisitos foram submetidas pela BAE Systems, Daewoo Shipbuilding & Marine, Damen Schelde Naval Shipbuilding, DCNS, Fincantieri, Navantia, e ThyssenKrupp Marine Systems. Embora o Brasil tenha a licença para construir mais navios da classe “Amazonas”, não significa necessariamente que este projeto atende aos requisitos dos futuros OPVs.
Além disso, entende-se que mais 7 OPVs serão necessários.
FONTE: IHS Jane’s Navy International / Tradução e adaptação do Poder Naval, do original em inglês.