Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro realiza Load-In do Submarino ‘Tamoio’
No dia 27 de outubro, o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) realizou a Operação “Load-In” do Submarino Tamoio, primeiro submarino fabricado no Brasil. A operação teve como objetivo retirar o submarino da água e colocá-lo no interior da Oficina de Construção de Submarinos, onde passará por um Período de Manutenção Geral (PMG).
A retirada do submarino da água foi feita por uma balsa e seu transporte até o galpão, ponto clímax da missão, por conta da complexidade da manobra, foi realizado por pontes de Load-In, que fazem a ligação entre a balsa e o cais. Essas pontes foram projetadas e fabricadas exclusivamente para a operação, o que garantiu o sucesso da missão, por se adaptarem perfeitamente ao vão criado entre a balsa e o cais.
Durante o PMG, o casco do submarino será seccionado e o mesmo terá os motores, sensores e sistemas reparados.
FONTE / FOTO: MB
COLABOROU: Luiz Monteiro
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Este PMG permitirá que o submarino “Tamoio” permaneça em operação até, pelo menos, 2026.
E pra botar em cima da balsa? Será que utilizaram cábrea?
Não seria mais prático utilizar o dique flutuante?
Endel, Seria mais prático, talvez, algo como uma grande cábrea, ponte móvel, ou um syncrolift (tipo de “elevador” dentro de um dique), mas não são equipamentos fáceis, baratos ou viáveis de de colocar lá no AMRJ, no porte necessário. Haverá um sistema específico, por exemplo, no novo estaleiro em Itaguaí, criado desde o início para tê-lo. Antigamente, fazia-se o corte do casco no dique flutuante, mas essa operação de load-in e depois de load-out com balsa etc foi desenvolvida para que esse trabalho se realizasse totalmente na oficina, em condições muito melhores. Sugiro ver matéria anterior, na lista ao final,… Read more »
Luiz Monteiro,
De fato, o primeiro PMG do Tamoio foi finalizado em 2004, e foram dez anos de operação desde então, até iniciar esse segundo PMG agora em 2014.
Nunão,
“Durante o PMG, o casco do submarino será seccionado e o mesmo terá os motores, sensores e sistemas reparados.”
Pergunta:
Durante esse processo de seccionamento o revestimento anecóico é “danificado” permanentemente e é substituido completamente depois? Como é isso?
Sds.
Perfeito Nunao,
Os submarinos da classe Tupi operam por 10 anos após a realização do PMG.
O “Tupi” deverá dar baixa em 2024, sendo o primeiro submarino a ser retirado do serviço ativo.
Abraços
Prezado Oganza,
Os submarinos da classe Tupi bem como o Tikuna não possuem revestimento anecoico (camada de borracha que é colocada no casco do submarino para diminuir sua taxa de indiscrição).
Esse revestimento poderá ser colocado nos submarinos da classe Riachuelo (S-BR) e estará presente no “Álvaro Alberto” (SN-BR).
Oganza,
Vale acrescentar ao comentário do Luiz Monteiro que toda a tinta mais externa que reveste o casco de pressão é retirada antes, em dique seco, permitindo que também se verifique áreas específicas que precisem de reparo. Por isso você vê a cor vermelha ao invés de preta no casco de pressão, na foto.
Obrigado pelo complemento Nunao.
O revestimento anecoico reduz a assinatura radar do submarino. (Oganza, tenho certeza de que você sabe isso. Escrevo para aqueles que ainda não sabiam)
Abraços
Luiz Monteiro e Nunão Muito Obrigado pelos esclarecimentos, e realmente não sabia que nossos IKL não possuíam o revestimento. “O revestimento anecoico reduz a assinatura radar do submarino.” – E acústica tb correto? Vi fotos do PMG do Tamoio em 2004-5 mas era uma “bagunça” só, pois meu olhar nakela época era muuuuito mais leigo do que hj rs. Agora uma das coisas que me impressionou muito foi o tamanho (são enormes) e a quantidade de baterias. Nessas imagens, tinha uma legenda dizendo que elas seriam “recondicionadas”, mas tanto naquela época quanto hj, não dá para confiar muito em imprensa… Read more »
os sistemas de armas serão trocados também ???
“O “Tupi” deverá dar baixa em 2024, sendo o primeiro submarino a ser retirado do serviço ativo.” LM… corrija-me se estiver errado, mas, em 2024, serão 35 anos de Tupi, um tempo relativamente longo embora existam submarinos similares com mais de 40 anos hj em dia. Acredito que deva-se ao fato de terem passado muitos anos em manutenção, poupando os mesmos, assim explica-se tal duração. O Tupi foi o que teve o PMG mais longo, o dobro do tempo normal então ajudaria a explicar os 35 anos. Já o Tamoio que teve um PMG um pouco menos demorado, mas ainda… Read more »
“daltonl em 06/11/2014 as 8:10”
Dalton,
As observações que você fez sobre o PMG longo do Tupi etc batem com o que já conversamos em diversas outras ocasiões, mas a previsão de baixa do serviço, a meu ver, refere-se ao tempo esperado de serviço por cerca de 10 anos após seu último PMG, o segundo de sua carreira.
Como o último PMG do Tupi terminou neste ano, 2014, somando-se mais dez anos de serviço chega-se a 2024.
Blind Man´s Bluff, Como já respondeu o Dalton, troca-se o que é necessário tendo em vista a previsão de vida útil do navio e o custo-benefício de atualizações. O PMG deve ocorrer a cada X anos / horas de imersão etc, do contrário o submarino simplesmente não pode operar mais a contento ou com segurança, e no caso do IKL isso significa “fatiar” o submarino. Já foi feito com praticamente todos do tipo no Brasil, e no caso do Tupi e agora do Tamoio, mais de uma vez. Quando possível, agenda-se modernizações de uma classe de navios para corresponder aos… Read more »
Wolf…
os Tupis deverão ficar com os MK-48s, então durante
um bom tempo haverão 2 tipos de torpedos “pesados” e
respectivos sistemas.
abs
Este PMG não seria na verdade uma modernização deste submarino? Ao meu ver, não faz muito sentido fatiar um submarino e perder a oportunidade de trocar aquilo que não se pode trocar de outra maneira.
No caso, acho que valeria a pena a troca dos motores diesel e elétrico por outros mais modernos e eficientes, dos sonares, das baterias e até mesmo do sistema de combate. Alguem sabe mais respeito disso?
@Oganza
Nessas imagens, tinha uma legenda dizendo que elas seriam “recondicionadas”
Que imagens são essas?
Blind…
um PMG deve ser viável do ponto de vista financeiro também, caso contrário,pelo que você elencou, melhor
então um submarino novo construído desde o início
para os tais motores, sonares, energia disponível, etc.
Quanto ao sistema de combate, já foi gasto recentemente
o compatível aos torpedos MK 48 então melhor aproveitar
o que se tem até porque os 4 Tupis serão retirados ao longo da próxima década.
abraços
Sim Nunão…o que chama atenção são os 35 anos de
vida que o Tupi terá…não fosse o maior tempo parado
no primeiro PMG, o segundo PMG poderia ter sido feito
antes, digamos 2010, então a retirada de serviço seria
em 2020 ao invés de 2024, totalizando uns bons 31 anos
ao invés de 35 ou…não ?
abraços
“daltonl em 06/11/2014 as 12:18” Creio que sim, Dalton. Como foi o primeiro PMG de um IKL no Brasil, de fato ele foi bem mais comprido do que o dos subsequentes, pois havia muito a se aprender para que os seguintes fossem mais curtos. E, de fato, caso tivesse durado menos, o tempo de serviço previsto após o PMG do Tupi teria chegado antes. Porém, precisamos ressaltar que tudo isso sobre baixas em 2024 para um, 2026 para outro, é previsão. Em 10 anos, muita coisa pode acontecer, além do que outros novos submarinos entrarão em serviço, competindo por recursos… Read more »
Blind Man´s Bluff,
foi em uma revista que comprei no aeroporto de Recife para matar o tempo, dessas que não se houve falar, e depois eu a perdi entre uma reunião e outra. Eu já procurei na net depois disso mas já desisti a muito tempo.
As fotos eram em alguma área coberta e as tais baterias eram do tamanho de armários de escritório e eu acho que eram mais umas 200 delas.
Grande Abraço.
Uma coisa é certa Nunão !
Daqui 10 anos a força de submarinos quase irá dobrar;
deverão ser 9 submarinos incluindo um nuclear passando
por testes mas já incorporado ou em vias de ser.
Enquanto os “falidos do norte” que no momento contam
com 55 SSNs , 2 terão a inativação iniciada até dezembro,
terão que se contentar em 2024 com 50 e o número continuará caindo até +/- 42 no fim da década.
A US Navy que se cuide… 🙂
Oganza, eu vi essas fotos tb….
o que eu achei de mais parecidos com as fotos das baterias dos subs brasileiros são essas da classe Collins…
http://www.theaustralian.com.au/national-affairs/defence/sub-maker-urges-libs-to-follow-through/story-e6frg8yo-1226348211686?nk=c7b5d78e59ef577cf0c764f0abcd69c2
Oganza e wwolf22: Para satisfazer a curiosidade de vocês, a reportagem televisiva abaixo (programa “No Coração do Brasil”, de alguns anos atrás) dedica todos os 10 primeiros minutos à manutenção de um submarino classe Tupi ,com casco já cortado, retirada dos equipamentos etc, na Oficina de Submarinos do AMRJ. Trata-se do submarino Timbira, que se não me engano foi o primeiro a usar o sistema “load-in, load-out” para fazer isso. As baterias aparecem com destaque a partir de 8 minutos, e dá pra ter uma noção muito boa do tamanho delas (realmente, parecem armários) por estarem ao lado de alguém… Read more »
Excelente video…
“o submarino eh cilindrico, de forma cilindrica”…
hélice dupla nos torpedos ?? porque ???
Mulheres nao sao “proibidas” no submarino ??
Helice dupla para contrapor o efeito do torque, o que faria com que o torpedo girasse em volta de seu próprio eixo.
então todos os torpedos são de hélice dupla ???
algum pais opera torpedo de super-cativacao?? a Russia e o Ira dizem que possuem…
Wolf,
Sem querer me meter e já me metendo, hoje em dia há torpedos convencionais propulsados por hidrojatos, como o Mk-48, e os propulsados por hélices contrarrotativas.
Os de supercavitação são propulsados por foguete.
Dos torpedos que eu me lembro:
Mk-48: hidrojato
Mk-46: hélices
Mk-50: hidrojatos
Mk-54: hélices
Tigerfish: hélices.
Os outros tenho que conferir, mas só aí já dá pra ver que tem torpedo pesado propulsado por hélice e por hidrojato e torpedos leves, também com os dois sistemas.
Spearfish: hidrojato
Sting Ray: hidrojato
MU 90: hidrojato
F-21: hélices
Black Shark: hélices
Belo vídeo Nunão 🙂
wwolf22,
o torpedo de super-cavitação é o russo VA-111 Shkval.
http://en.wikipedia.org/wiki/VA-111_Shkval
Grande Abraço.
bom, então essa tecnologia de super-cavitacao não eh nova… interessante… pensei que fosse dos anos 2000 pra ca…
parece que os torpedos com hélices são melhores que os demais… ha algum motivo especifico ?!?! confiabilidade dos motores ?? robustez ??
Comandante LM,
O sistema de combate do Tamoio deverá permanecer o mesmo ou devrá ser contemplado com o sistema da LM AN / BYG 501 MOD 1D ??
Grato.
Prezado amigo Baschera, Andas sumido, assim como nosso amigo Juarez. A dupla de gaúchos. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, também tenho sangue gaúcho. Meus pais também são gaúchos. Meu pai é de Erechim e minha mãe de Novo Hamburgo. Quanto a sua pergunta, a MB adquiriu 6 sistemas de combate da Lockheed Martin AN / BYG 501 MOD 1D. Um foi instalado na Base Almirante Castro e Silva, para treinamento das tripulações, e os outros 5 vem sendo instalados nos 4 submarinos da Classe “Tupi” e no “Tikuna” a medida em que estes vem passando pelos respectivos… Read more »
Boa tarde comandante Luiz Monteiro!
Um oficial da sua estirpe ter sangue “farrapo” é motivo de muito orgulho para nós.
Lembrando um dos versos mais importantes do nosso hino:
“Povo que não te virtude acaba por ser escravo.”
Grande abraço
Corrigindo;
Povo que não” tem” virtude acaba por ser escravo.
Grande abraço
Caros colegas Nunão e Comandante Luiz Monteiro, Outro dia vi um documentário (infelizmente o peguei da metade para o final e ainda não consegui ir atras), que era o seguinte: A USN tem uns exercícios que são feitos principalmente sobre a calota polar, onde fazem disparos reais com os MK 48 mas sem suas warheads. Tais exercícios são feitos principalmente para proficiência de navegação na região polar, e manobras táticas contra outros submarinos, onde eles combatem um Sub virtual, mas as manobras são reais, em ambiente real e com disparos de torpedos reais. Tá eu vou perguntar, MB faz ou… Read more »
Prezado Oganza,
A MB já realizou exercícios desse tipo com o MK 48.
Os torpedos MK-46 de combate e de exercício são os mesmos. O que os diferem é que um recebe uma cabeça de combate e o outro recebe uma cabeça de exercício. A parte de propulsão e dos sensores é a mesma para ambos. O que ocorre é, quando da realização de algum exercício, o Centro de Mísseis e Armas Submarinas (CMASM) prepara os torpedos de exercício instalando a cabeça de exercício, que, de maneira resumida, contém dispositivos para “gravar” a corrida do torpedo e avaliar se todos os padrões da corrida foram cumpridos corretamente. Após a corrida, o torpedo fica… Read more »
Corrigindo MK48, mas também vale para o MK46
Comandante Luiz Monteiro,
Muito obrigado… por favor, me perdoe, mas mais umas dúvidas. 😀
Os alvos virtuais: os nossos sistemas embarcados atualmente tem a capacidade de gera-los para a realização de tais manobras e disparos com “torpedos de treino” exercícios?
Ou só os nossos subs que já passaram por PMG e receberam os Combat System Lockheed Martin AN / BYG 501 MOD 1D?
Tal sistema pode simular o que quisermos? Tipo: SubNuc, CT, um Grupo de Batalha, mais de um submarino convencional, essas coisas. Pode?
Grande Abraço.
PS.: Claro que respeitando as proporções, nenhum sistema irá simular fielmente um Virgina Class… eu sei disso. 😀
Grande Abraço.
Prezado Oganza, Tanto o ISUS quanto o AN/BYG tem capacidade de simular ataque a outros meios tanto de superfície quanto submarinos. Contudo, o AN/BYG por ser muito mais avançado, traz inumeras vantagens sobre o ISUS. Não sei se sabes, mas os submarinos da MB tem um grande banco de dados com a identificação de diversos meios navais de superfície e submarinos de diversos países. Toda vez que os submarinos brasileiros participam de comissões com outras marinhas ele grava a assinatura deste meio e coloca no banco de dados e é transferido para os demais submarinos da MB. Assim, quando em… Read more »
Luiz Monteiro, fantástico… legal saber como funciona, mesmo que superficialmente, a formação e o uso dessa biblioteca, acho que a melhor forma de visualizar-mos ela é lembrando do filme Caçada ao Outubro Vermelho, onde tem uma discursão se o computador/sistema já tem akele navio e pedem para classifica-lo como Tufão 7, se eu não me engano. Gostaria que pudesse-mos ver mais notícias de exercícios digamos “mais exigentes” por parte de nossos submarinistas feitos por aqui em nossa costa. Sei que realizamos treinamentos importantes, principalmente com USN, como foi o caso do Tapajó(?) em 2013 que fez aquele longo exercício com… Read more »
Juarez, meu amigo,
Obrigado pelas palavras.
Volta, Juarez!!!!
Comandante Luiz Monteiro,
Grato pela vossa cordialidade de sempre em responder as nossas dúvidas e questões.
Lisonjeiro é, para mim, continuar contando com a vossa amizade.
Abraço dos gaúchos.
Sds.
Luiz Monteiro,
vc disse que os nossos sub’s tem uma biblioteca com os “sons” de varias embarcações…
a minha duvida eh a seguinte: num treinamento que envolve varias embarcações de diversos países como fragatas, submarinos, … as embarcações não “maqueiam” seus ruídos para iludir as outras marinhas com ruídos que não fazem parte da embarcao ???
ex. furar o escapamento do carro e depois “consertar”…
Prezado Wwolf22,
Sim, é possível disfarçar. Porém, os computadores instalados podem isolar, filtrar e reconhecer os sons captados pelos sonares passivos do submarino.
Além disso, pode, ainda, reconhecer o som como “semelhante” a determinado meio. Assim o operador busca confirmar o contato.
Abraços.