DCNS contrata Oto Melara para fornecer canhões 76/62 SRMF para as Gowind do Egito
Richard Scott
A Oto Melara foi contratada pela DCNS para fornecer quatro canhões 76/62 Super Rapid Multi Feeding (SRMF) para as quatro novas corvetas Gowind 2500 encomendadas pelo Egito.
A variante SRMF permite a seleção automática da munição mais adequada no magazine da arma. O IHS Jane’s revelou em junho de 2014 que a DCNS assinou um contrato para a entrega das corvetas (modelo na foto abaixo).
FONTE: IHS Jane’s 360
Olha as Gowind (DCNS) emplacando em mais uma republiqueta… 🙂
Tai uma tecnologia que já deveríamos estar dominando a uns bons 20 anos.
Como é que o Brasil não fabrica uma única peça/sistema de artilharia decente?
Grande Abraço.
Já fabricou, nos anos 1940/50, canhões navais de duplo propósito (para luta de superfície e antiaérea) de 127mm.
Mas depois de fabricar o lote inicial para equipar os seis contratorpedeiros “classe A” que construía naquela mesma época, parou.
Pois é Nunão,
estamos tentando correr atrás de tanta coisa, que essa parece que passou batido.
O pior é que essa capacidade é chave para as 3 Forças e aparentemente simplesmente negligenciamos.
Seriam duas áreas a princípio que poderiam gerar alguns arroubos tecnológicos bem interessante: Metalurgia Balística e posteriormente o de microeletrônica embarcada em projéteis.
Os próprios “novos” conhecimentos adquiridos em metalurgia naval com o PROSUB poderiam ajudar no primeiro quesito.
Uma boca de fogo é sempre uma boca de fogo. Uma pena.
Grande Abraço.
Oganza,
Vale lembrar que, com idas e vindas, há uma intenção de se fabricar aqui peças de 40mm, cuja escala compensaria devido ao emprego tanto em dezenas de navios-patrulha (como armamento principal) que se pretende incorporar como em corvetas e fragatas (nesse caso como armamento secundário)
Nunão, ao que parece, estes navios tem o porte, armamento e sensores equivalentes às futuras Barroso Mod. O Poder Naval tem a ficha técnica destes barcos.?
Marciomacedo, A família Gowind tem diversas versões, com porte, sistemas, sensores e armamentos a gosto do freguês. Se você digitar Gowind no campo busca do blog, vai achar diversas matérias sobre negócios com clientes variados, com versões também diferentes. Só de olhar a maquete, creio que não dá pra afirmar que teria o porte, armamentos e sensores equivalentes às futuras Barroso Mod / Tamandaré – embora o 2500 se refira ao deslocamento, é preciso pesquisar exatamente o que o Egito escolheu para equipar seus exemplares. De qualquer forma, recomendo esses links: http://www.naval-technology.com/projects/gowind_corvettes/ http://www.defenseindustrydaily.com/egypt-becomes-2nd-customer-for-gowind-corvettes-022465/ http://en.dcnsgroup.com/activities/products/#corvette PS – no link específico para… Read more »
Nunão,
interessante, mas pessoalmente para mim, isso deveria ser de uma forma geral e não só no campo naval… e englobando outros calibres… 105, 155, 127… se existe uma coisa que realmente é no mínimo estranha não dominarmos, é a fabricação de bocas de fogo.
Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Grande Abraço.
Obrigado, Nunão.
Fazer canhões competitivos não é tão simples assim, haja vista os poucos países que se habilitam.
Canhões de alta cadência e projéteis de impacto (perfurante ou explosiva) como o Phalanx têm como objetivo fazer o míssil explodir.
Já canhões de menor cadência, com projéteis de explosão no ar (espoleta de proximidade ou tempo/distância) e pré-fragmentados, como o Super Rapid, têm como objetivo danificar o míssil de tal modo que ele perca o controle e caia no mar ou pelo menos, erre o alvo.
Então Bosco, estou me dando conta que é uma área que não sei nada… entendo bastante de armas pessoais, mas de artilharia é neca de pitibiriba. mas esse assunto realmente está me deixando com alguns questionamentos como: São poucos que os fabricam pq realmente existe uma ciência “obscura” em seu expertise? Ou o fato de ser um equipamento que com manutenção adequada ainda é efetivo por mais de 5 décadas, dado sua rusticidade? (nesse caso me refiro a artilharia de campo) Pq nações com Grande Tradição em artilharia de campo tem marinhas com canhões importados? Qual a real diferença entre… Read more »
O naviozinho parece mais bem ajambrado, do que a “Tamanduá”.
Oganza,
Não saberia responder os motivos, mas sei que são poucos os países.
No Ocidente tem uns dez que desenvolvem e fabricam canhões (terrestres e navais) ou obuseiros.
EUA, Suécia, França, Itália, RU, Alemanha, África do Sul, Bélgica e Israel.
Não lembro de mais ninguém.
E a maioria não tem toda a linha terrestre e naval. Ninguém parece que desenvolve tudo e/ou fabrica tudo.
Um abraço.
Legal Bosco,
tô pensando em elege-la minha próxima área de interesse 🙂
Mas só para deixar mais claro, quando me refiro a capacidade de fabricar aki, estou me referindo muito humildemente da metalurgia, deixando a eletrônica atual para ser importada e compor o projeto.
Tô falando do aço e sistemas mecânicos, o “serralheiro”* mesmo.
* essa profissão ainda existe né? rsrsrs
Grande Abraço.
Oganza, para fabricar aqui temos alguns problemas:
– nosso mercado interno é pequeno, não teremos escala de produção
– não temos expertise nessa área, vamos ter que investir muito dinheiro em P&D, formação de pessoal e infraestrutura
– se tentarmos produzir para exportar, vamos ter que brigar com as gigantes do mercado
Vlw Galante,
entrou para a pauta 🙂
quanto a ser “muito dinheiro em P&D” tem alguns se não ai em se tratando de metalurgia…
mas “vamos ter que brigar com as gigantes do mercado” isso é questão de modelo/política de/para negócio…
enfim… estou estudando… mas vlw 🙂
Grande Abraço.
Mas não havia um acordo da Oto Melara com uma tal Jaraguá (de Sorocaba-SP) para produção de canhões (ou obuses, não sei o termo exato) navais, ou coisa que o valha (vi na revista Valor, se não me falha a memória faz um tempinho).
Será que não “empresou”?