Type 26 para a RN: custos levam a especulações sobre compra de FREMM
Porém, especulações sobre a Marinha Real Britânica considerar a compra de FREMM são desmentidas por autoridades do Ministério da Defesa, que reforça compromisso com a nova fragata Type 26 em desenvolvimento pela BAE Systems
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Segundo reportagem publicada pelo site Defense News no domingo, 9 de novembro, o Ministério da Defesa Britânico não cumprirá o prazo para conceder um contrato de construção da nova fragata Type 26 à BAE Systems. Segundo fontes do site, poderia levar meses antes dos dois lados chegarem ao acordo. Para executivos da indústria e outras fontes, os custos e a capacidade da BAE Systems em mantê-los sob controle estão entre os pontos que impedem um acordo antes de três eventos importantes à frente: as eleições gerais de 7 de maio, a revisão estratégica de defesa e uma possível nova rodada de cortes no orçamento militar, que poderá começar em 2016.
Algumas fontes estão até sugerindo que a Marinha Real Britânica (Royal Navy – RN) poderia considerar a aquisição das fragatas FREMM, que vêm sendo construídas pela França e pela Itália. Isso se deve a uma entrevista em 27 de outubro na qual o primeiro lorde do Almirantado, almirante sir George Zambellas, não descartou a possibilidade de uma solução não britânica para a questão.
Anteriormente, havia uma meta do Ministério da Defesa para que uma decisão sobre investimento na produção da Type 26, sinalizando o início do programa de construção de 13 novas fragatas para substituir igual número de unidades Type 23, fosse tomada até o final deste ano. Porém, em 29 de outubro o encarregado de aquisições, Philip Dunne, disse a repórteres que não poderia colocar uma data para o acordo de construção de um primeiro lote de Type 26, para não prejudicar o poder de negociação do departamento. Há indicações de que uma decisão não poderá ser tomada antes do segundo trimestre do ano que vem, e alguns executivos acham que até esse prazo seria otimista. Recentemente, foi estendido pela agência de aquisições do Ministério da Defesa Britânico um contrato com os consultores McKinsey para uma revisão independente dos custos da fragata Type 26.
A BAE Systems, que é o último grande estaleiro britânico de construção de navios de guerra, não quis se pronunciar sobre o assunto, apenas declarando em pronunciamento que está “trabalhando de maneira construtiva com o ministério para acordar a melhor forma de seguir em frente”, com “foco em garantir a entrega da capacidade correta para a Marinha Real e mais valor pelo dinheiro do contribuinte do Reino Unido”. A empresa já afirmou que deseja cortar a primeira chapa de metal para a fragata em 2016, em novas instalações de custo estimado em 200 milhões de libras que espera construir em um de seus dois estaleiros no Clyde (Escócia).
A construção dos navios poderia se estender pelo menos até 2030, formando então a espinha dorsal da força de superfície britânica, que inclui seis destróieres Type 45 e contará com dois navios-aeródromos de 65.000 toneladas.
Enquanto isso, continuam os trabalhos para maturar o projeto da Type 26, cujo deslocamento deverá subir em 250 toneladas, chegando a 6.500t (já o deslocamento em carga máxima deverá superar 8.000 toneladas).
Entre os riscos do projeto em discussão, estão as instalações de construção, projeto detalhado e custos, controle do gerenciamento e tamanho / poderes da equipe encarregada do mesmo, além de negociação da cadeia de fornecedores, e só se espera que o programa siga em frente quando esses riscos forem entendidos.
Quanto à possibilidade de se adquirir uma solução não britânica para os novos navios, esta ficou embutida em declaração dada pelo primeiro lorde do Almirantado quando afirmou, a respeito do “melhor que a indústria poderia fornecer”, que “não estava falando necessariamente da indústria britânica, porque a decisão não foi tomada exatamente sobre qual seria a solução para o requerimento”. Porém, autoridades do Ministério da Defesa Britânico desmentiram a ideia de que o Reino Unido poderia considerar o projeto FREMM para atender aos requerimentos da fragata Type 26, declarando oficialmente que “o departamento continua compromissado com a Type 26” e que “o programa está no momento focado em maturar o projeto do Type 26.”
Para um executivo, talvez se esteja apenas fazendo um “benchmarking” da Type 26 frente à FREMM, ou seja, colocando o modelo francês, que também é da mesma classe de deslocamento (cerca de 6.000 toneladas) como uma marca de qualidade / custo a ser batida pelo navio britânico. O custo unitário da Type 26 é desconhecido, porém, um relatório do Senado Francês informou que o preço de cada FREMM é de 605 milhões de euros (US$ 754 milhões), em valores de 2013 que excluem os custos de desenvolvimento.
FONTE: Defense News (tradução e edição do Poder Naval a partir de original em inglês)
IMAGENS via BAE Systems (Type 26, primeira e terceira de cima para baixo) e DCNS (FREMM, segunda e quarta)
COLABOROU: Juarez
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Prezados,
Type 26 deslocando 8.000t carregadas?
Está bem diferente daquilo que sabia. Pelo informado, o deslocamento a plena carga seria de 6.500 toneladas. Com um acréscimo de 500 toneladas, chegaria a 7.000 toneladas. Se isso for verdade, seria quase uma “Horizon”
Com 8.000 toneladas seria praticamente o mesmo de um Type 45.
Abraços
Os Britânicos estão querendo que essa classe faça muita coisa e algumas para cobrir o que a Type 45 não faz. Tá parecendo o LCS americano.
Desse ponto de vista, acho que as FREMMs francesas são mais racionais, sendo de certo forma até menos equipadas, menos armadas e mais lentas que as italianas.
O interessante é que as responsabilidades globais francesas são muito semelhantes as britânicas a diferença é que os britânicos exercem uma maior presença.
Grande Abraço.
Off topic
Segundo Jane’s Defence, depois do memorando técnico, que foi assinado em 5 de setembro de 2014, Brasil e Angola assinarão amanhã o contrato governo-a-governo para a produção de 7 (sete) navios patrulha de 500 toneladas: http://www.janes.com/article/45534/angola-set-to-sign-deal-with-brazil-for-seven-patrol-ships
Luiz Monteiro,
Como qualquer mídia, às vezes o Defense News comete algum equívoco, então é bom dar uma olhada em mais informações por aí a esse respeito.
Mas vale dizer que esse trecho da matéria original está bem claro ao dizer que, totalmente carregado, chegaria a 8.000t.
“Design work is continuing to mature on the frigate. Part of that effort has seen the weight of the warship creep up slightly by 250 tons to 6,500 tons. Full load displacement is now more than 8,000 tons, officials said.”
Prezado Nunao,
Perfeito. Sabia que esse dado era da matéria original e não do Poder Naval.
Esse dado sobre o deslocamento carregado do navio foi que me causou surpresa. A BAe havia informado que o deslocamento a plena carga ficaria entre 6.500 e 6.800 toneladas.
Obrigado pelas esclarecimentos.
Abraços
De fato, de menos de 6.800t a plena carga para mais de 8.000t é um salto e tanto, ou melhor, um mergulho e tanto.
Saudações!
Falta de concorrência dá nisso, a ditadura do “sole source provider”, lá é a BAe aqui a Embraer.
Mas o Brasil não perde por esperar, é só o estaleiro da DCNS em Itaguaí ficar pronto.
O que as FREMM tem de melhor são o casco e o sistema de propulsão. Se não fosse atraso tecnologico de se pular uma geração de desenvolvimento e os investimento revertido em mão de obra dentro do Reino Unido, acredito que o produto em si, uma FREMM com um pacote de guerra “inglês”, faria dela uma das melhores fragatas de seu tempo. Uma pena que quase sempre os interesses políticos acabam ganhando licitações como esta. Uma pena também que seja tão dificil fazer uma cooperação militar entre nações européias, principalmente em tempos de crise; todos perdem com isso, menos a… Read more »
Nunão, essa diferença de Tons poderia ser devido à necessidade de atender a demanda de outros países (Canadá) por exemplo?
Tal qual aconteceu com o Juan Carlos I / Camberra Class?
F100 / F105 (e as australianas que não lembro o nome rs)?
Duvido, Fabio. Deve ser só por requerimento britânico mesmo (isso se a informação estiver correta).
A FREMM participa de disputa no Canadá e não vi nada a respeito de ter que aumentar seu deslocamento para algum requerimento canadense, por exemplo.
Nos casos citados, os navios encomendados por outros países tiveram deslocamento aumentado, mas os do próprio país continuaram como eram. Não faz muito sentido mudar especificações de sua própria Marinha, numa encomenda certa, só para atender a uma encomenda incerta, e eventualmente prejudicar o que era certo. Ao menos na minha opinião.
Aparemente a conversa sobre encontrar uma solução off-the-shelf para as futuras fragatas da RN é séria e seria um calote nos escoceses, que hoje se arrependem do “não”.
http://www.scotsman.com/news/uk/mod-considers-pulling-4bn-clyde-frigate-contract-1-3602708
Porém mesmo se a solução vier de fora, e nesse caso existem diversas opções viáveis (DCNS, Navantia, Fincantieri, Thyssen Krupp, ..) e que, certamente poderiam ter grande parte das unidades construídas localmente, no Clyde.
OFF TOPIC…
…mas nem tanto!!!
Quem sabe, faz a hora e não espera acontecer.
(http://china-defense.blogspot.com.br/2014/11/plan-commission-of-day-16th-type056.html)
OFF TOPIC…
…mas nem tanto!!!
Uma perspectiva britânica da Type 26 GCS:
(http://ukarmedforcescommentary.blogspot.com.br/2012/08/the-type-26-takes-shape.html)
Maurício R,
Só uma observação: essa perspectiva mostrada no seu link já tem 2 anos.
E chegou a ser publicada aqui, há dois anos (está entre os links ao final desta matéria).
Já foi aprimorada para a forma mostrada na primeira e terceira imagem desta matéria.
Nunão,
De fato my bad, qndo ví a data já era tarde; estava publicado.