Novos patrulheiros para proteção da costa da Guiana Francesa

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PLG 1

Roberto Lopes

A Embaixada do Brasil em Caiena e o Ministério da Defesa, em Brasília, estão informados de que, a partir do ano que vem, os pescadores brasileiros que se aventurarem, de forma ilícita, em águas jurisdicionais da Guiana, correrão um sério risco: enfrentar a nova classe de navios-patrulha que a Marinha francesa irá estacionar no porto militar guianense de Dégrad des Cannes, na foz do rio Mahury – principal base naval francesa no Caribe.

As embarcações, conhecidas, por enquanto, somente como patrouilleurs légers guyanais (“patrulheiras ligeiras guianesas”) – ou pela sigla PLG –, terão como destino, especificamente, a chamada Zone Économique Exclusive Guyanaise  (Zona Econômica Exclusiva Guianense), e estão sendo construídas pelo estaleiro Socarenam, de Boulogne.

Elas irão deslocar em torno das 640 toneladas, alcançarão velocidade máxima de 21 nós, estarão dotadas de canhões de 20mm operados remotamente, e terão autonomia para navegar por 12 dias sem precisar voltar à terra.

O calado desses barcos terá pouco menos de 3,2m, o que reduzirá o risco de manobra em áreas costeiras e fluviais de pouca profundidade.

PLG

Turbidez – A maior vantagem dos PLG sobre os dois navios-patrulha que guarnecem atualmente a estação de Dégrad dês Cannes – as unidades “La Gracieuse” e “La Capricieuse”, da classe P-400 –, é que os seus sistemas serão totalmente “tropicalizados”.

Entre 2011 e 2013, a Armada francesa registrou um alto índice de indisponibilidade e de panes em alto-mar nos barcos tipo P-400.

A causa desses problemas eram o calor escaldante, a elevada umidade e, sobretudo, a turbidez (presença de sólidos em suspensão) da água, que prejudicavam o funcionamento de sistemas de refrigeração e de filtragem de detritos a bordo.

Os meios destacados pelos franceses no eixo Antilhas-Guiana Francesa se destinam a: (1) proteger o Centro Espacial de Kourou de incursões terroristas, (2) combater o tráfico de armas e de tóxicos, (3) reprimir a pesca ilegal, (4) garantir a salvaguarda da vida humana no mar, e (5) prevenir a poluição do meio ambiente .

Nos últimos anos as unidades P-400 vêm realizando diversos exercícios navais com barcos brasileiros das classes “Bracuí”, de 630 toneladas, e “Grajaú”, de 200 toneladas, do Grupamento Naval do Norte.

Em dezembro passado, a “La Gracieuse” realizou uma ofensiva contra uma flotilha de traineiras brasileiras que realizava pesca irregular, e capturou duas embarcações. Outro alvo dos navios franceses são os pescadores do Suriname.

Outras características da classe PLG:

  • Comprimento: 60m
  • Boca: 9,50m
  • Equipamento de abordagem: dois botes rápidos
  • Tripulação: 24 oficiais e subalternos
  • Acomodação suplementar: 14 pessoas (apesar de o requerimento da Marinha Francesa, emitido em dezembro de 2013, ter fixado uma capacidade de abrigar 16 pessoas)
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