Incorporação da corveta ‘Tamandaré’ pela Esquadra ficou para 2021
Roberto Lopes
Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa
O sonho de muitos militares da Marinha – e de muitos civis entusiastas da Força Naval – de ver a força de superfície da Esquadra reforçada pela chegada da corveta “Tamandaré”, primeira das quatro unidades classe “Barroso modificada” (também conhecida como CV 03), precisará ser adiado.
Segundo o Poder Naval pode apurar, o reprojeto dessa categoria de embarcações, ordenado pelo Comando da Marinha, no segundo semestre do ano passado, ao Centro de Projetos da Marinha e a outras organizações militares, só redundará num planejamento definitivo em junho de 2015.
Em função disso, o corte da primeira chapa do navio ficou para o fim deste ano, e sua entrega ao setor operativo da Esquadra para o ano de 2021.
As outras três unidades dessa classe serão entregues até 2024, à razão de uma por ano. De acordo com as mesmas informações, cada corveta será prontificada no período de cinco anos – o que pode ser considerado um período relativamente longo.
É a segunda notícia de adiamento da entrega de um navio novo da Marinha que o Poder Naval é forçado a dar, no espaço de apenas uma semana.
A 14 de fevereiro, informamos com exclusividade aos internautas e aos leitores da Revista Forças de Defesa, que a entrega do submarino “Riachuelo” (S40) passou da metade final de 2017 para o segundo trimestre de 2018.
Pelo cronograma original, em vigor até 2013, o corte da primeira chapa da corveta “Tamandaré” aconteceria em dezembro de 2014. Isso permitiria que o barco fosse aprontado em 2019. Mas o programa atrasou. E a verdade é que algumas organizações militares tinham esse prognóstico já no primeiro semestre do ano passado.
MAGE – Ainda na metade inicial de 2014, a Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha orientou o Grupo de Sistemas de Guerra Eletrônica do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM) a se preparar para fazer a entrega do primeiro equipamento do novo sistema de Medidas de Apoio a Guerra Eletrônica – denominado MAGE Defensor Mk3 –, que irá a bordo da “Tamandaré”, somente a partir de 2021.
Agora, o ritmo de entrega dessa aparelhagem é o seguinte: o primeiro em 2021, o segundo em 2022 e os dois últimos em 2023.
Dentre as tecnologias e funcionalidades que o MAGE Defensor Mk3 irá absorver destacam‐se: ampliação da faixa de frequência instantânea de detecção de sinais radar, aumento da sensibilidade da antena, capacidade de detecção de sinais com agilidade em frequência, capacidade de acompanhamento do dobro de emissores em relação ao Defensor, recursos para realizar geolocalização, um Front‐end (interface entre os diversos componentes do sistema) totalmente nacional, e o emprego de arquitetura híbrida (receptor tradicional mais receptor digital).
Em junho de 2014, o Grupo de Sistemas de Guerra Eletrônica do IPqM entregou ao Centro de Manutenção de Sistemas da Marinha as duas Jigas de Teste do MAGE Defensor.
A Jiga da Unidade de Antena do MAGE é um equipamento que permite identificar avarias nos componentes, sem a necessidade de retirá‐la do mastro do navio ou em ambiente laboratorial.
A Jiga da Unidade de Processamento é um aparelho que permite avaliar isoladamente todos os módulos de processamento, sem que se necessite recorrer à instrumentação laboratorial especializada.