Segundo Mistral russo pronto para as provas de mar
O porta-helicópteros Sebastopol, segundo navio de assalto anfíbio classe Mistral construído pelo estaleiro DCNS para a Marinha da Rússia, deve dar início às provas de mar na metade final deste mês.
A embarcação partirá do porto de Saint Nazaire, no Loire francês, onde o Vladivostok – primeira unidade dessa mesma encomenda –, continua atracado à espera de um sinal verde do Palácio do Eliseu. Liberação que, nesse momento, parece totalmente imprevisível.
O Vladivostok deveria ter sido entregue a uma tripulação russa em novembro do ano passado, mas diante do quadro de indefinição política, os militares russos que já se encontravam na França para assumir o controle do navio foram instruídos a embarcarem de volta a seu país.
Concebido para atuar também como navio de controle de área marítima, o porta-helicópteros, de 16.500 toneladas (vazio), só terá a sua partida autorizada quando as potências ocidentais considerarem que a Rússia recuou de sua política hostil em relação ao governo da Ucrânia. E essa é uma possibilidade, por agora, distante.
Na segunda quinzena de março o Sebastopol cumprirá a etapa inicial de um detalhado programa de testes de navegação, funcionamento das máquinas e dos seus diversos sensores, que incluirá a simulação de situações de emergência – entre elas, o desligamento e o religamento do seu grupo propulsor.
A embarcação deve ficar completamente pronta dentro de mais oito meses e meio, o que significará que o estaleiro francês cumpriu rigorosamente o cronograma a que se obrigou quando de sua contratação para atender o cliente, 50 meses atrás.
O governo do presidente Vladimir Putin solicitou um documento oficial da administração francesa, formalizando sua recusa em liberar o Vlasdivostok, mas recebeu como resposta somente a conhecida posição de Paris, de manter a retenção do navio entre as sanções que configuram a represália do Ocidente à política agressiva de Moscou em relação ao governo de Kiev.
De acordo com as últimas informações recolhidas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o Exército russo continua a despachar milhares de combatentes para o lado oriental do território ucraniano, dominado por separatistas pró-Rússia.
Rumores que circulam no âmbito da Agência Europeia de Defesa não descartam a possibilidade de, no caso de a tensão entre Rússia e o Ocidente não experimentar um decréscimo importante, o Vladivostok ser repassado a uma tripulação binacional, formada pelo pessoal das Marinhas da Holanda e da Bélgica. Nessa eventualidade, o navio passaria a operar sob a bandeira da União Europeia, e poderia ser despachado para o litoral da Somália, a fim de capitanear a chamada Operação Atalanta, que combate a pirataria marítima no Chifre da África.