França vai reposicionar um de seus navios para aumentar vigilância sobre os chineses
O Estado-Maior da Marine Nationale está revendo o seu plano original de destacar um de seus novos patrulheiros oceânicos de 2.300 toneladas – patrouilleur hauturier (patrulheiro de altura), no jargão militar naval francês – para o remoto arquipélago da Nova Caledônia, no sudoeste do Oceano Pacífico.
A ideia, agora, é despachar o Bâtiment Multimission (navio multimissão) classe B2M, que será batizado de D’Entrecasteaux, para Saint-Dennis, capital das Ilhas Reúnion, a leste de Madagascar, no Oceano Índico. Esse ponto controla o tráfego marítimo em várias rotas que ligam o Índico à costa ocidental da África.
A preocupação do comando naval francês é intensificar a vigilância sobre os navios de guerra chineses que circundam o litoral africano e se movimentam entre os Oceanos Índico e Atlântico. Além disso, o D’Entrecasteaux poderá colaborar em missões anti-pirataria.
O navio começou a ser construído em abril do ano passado, e deve ser comissionado pela Esquadra francesa no primeiro quadrimestre de 2016.
A Diretoria Geral de Armamento (DGA) do Ministério da Defesa francês encomendou três desses “patrulheiros de altura” ao consórcio Kersig, formado, em 2013, pelos estaleiros Piriou e DCNS. Os navios serão produzidos por 136 milhões de dólares, e a DGA ainda tem esperança de arranjar uma folga orçamentária que lhe possibilite contratar uma quarta unidade.
Martinica – Conforme o Poder Naval informou no último dia 11 de fevereiro (“Marinha francesa reforçará ainda mais sua presença no Caribe”), uma das embarcações será estacionada no cais militar de Fort-de-France, a capital (de 90.000 habitantes) da Martinica, para reforçar a presença militar francesa no Mar das Caraíbas.
Os barcos da classe B2M terão 65 m de comprimento, bôca de 14 m, e tripulação de 20 militares. Eles poderão permanecer em missão no mar, de forma ininterrupta, pelo espaço de 30 dias. Levarão grua, lancha de desembarque e capacidade de abrigar mais 20 pessoas (que poderão ser civis vítimas de algum sinistro ou uma tropa armada).
Estima-se que o navio será dotado de ao menos um canhão (de calibre até 40mm), além de metralhadoras pesadas, mas os detalhes relativos a armamento não foram divulgados oficialmente.