KDX-1
Concepção artística em 3D da fragata sul-coreana classe KDX I

 

Roberto Lopes
Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa e
autor do livro “As Garras do Cisne”

Parece claro, a essa altura dos acontecimentos – ou da falta de acontecimentos (no campo do PROSUPER) –, que alguma medida precisa ser tomada, no sentido de garantir o funcionamento da força de superfície da Esquadra pelos próximos nove ou dez anos.

Temos, hoje, apenas um dos nossos cinco submarinos de tecnologia alemã disponível – o Tapajó –, mas a renovação dessa flotilha já está em andamento, e com a prioridade adequada.

Entre os escoltas a situação é diferente.

Há anos que fragatas e corvetas vêm sendo usadas até o limite das suas capacidades. E isso em um contexto de intensa demanda, cujas consequências são agravadas pela falta de todos os recursos necessários à manutenção dos navios.

O resultado é que das seis fragatas classe Niterói, apenas três estão disponíveis, sob diferentes graus de restrição operacional; entre as três classe Greenhalgh (Tipo 22), apenas a Rademaker pode ser considerada em razoável estado; e das quatro corvetas, só a Barroso estaria em condições de, hoje, responder a uma convocação de emergência.

Espera-se que a Júlio de Noronha inicie ainda este ano os seus testes de motores – e que, portanto, também ela esteja de volta ao setor operativo da Marinha em 2016. Mas essa, por enquanto, é só uma expectativa.

proa da Julio de Noronha em modernização no AMRJ com Inhaúma ao fundo - foto Nunão - Poder Naval
As três corvetas remanescentes da classe Inhaúma estão paradas

O outro aspecto preocupante é que os navios-patrulha oceânicos classe Amazonas – barcos construídos (não nos esqueçamos!) para a Guarda Costeira de Trinidad Tobago – vêm sendo comissionados como se fragatas ligeiras fossem. E isso a despeito de seu fraco armamento e das suas conhecidas carências (para a guerra antissubmarino e a simulação de combates de superfície) – que, nos exercícios, as transformam quase que em meros elementos de figuração.

É impossível pensar que a Esquadra possa singrar mais uma década composta apenas por oito ou nove navios cansados, que sequer chegam a constituir um modesto agrupamento dessa ordem, visto que um deles precisa estar, permanentemente, a serviço da Força-Tarefa Marítima das Nações Unidas no Líbano.

E pensar que, até 2013, a Marinha ainda planejava estender sua presença, de forma mais sistemática, ao Golfo da Guiné e ao Chifre da África (como parte da força antipirataria da Operação Atalanta)…

Deixemos esses devaneios de lado.

É preciso focar no fato de que, para a renovação da força de superfície, não há, nem mesmo, estaleiros nacionais preparados. E mesmo a alternativa representada pelo histórico e valoroso Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) não pode ser considerada, ainda, uma opção.

O atual comandante da Marinha enxerga com propriedade a necessidade urgente de recuperação das carreiras 1 e 2 do AMRJ, de obras nos diques principais dessa OM – como, de resto a modernização do próprio Arsenal –, mas esse é um plano que vem sendo considerado prioritário desde, pelo menos, 2008, e pouca coisa (além de planejamentos) pôde ser feita até aqui…

A grave crise na indústria naval brasileira só torna o cenário ainda mais difícil e urgente.

AMRJ
O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) precisa ser modernizado para voltar a ter a capacidade de construir navios de guerra

 

Estamos gastando cinco anos para fabricar um navio-patrulha de 500 toneladas, que deveria estar sendo produzido nos estaleiros nacionais ao ritmo de um a cada 18 ou 24 meses… (Como faremos para atender o contrato firmado com a Marinha de Angola, de fornecimento de sete NPa de 500?)

Ainda que a Presidência da República escolhesse hoje, nesse momento, um dos seis grupos empresariais estrangeiros que se dispõem a atender o Programa de Obtenção de Meios de Superfície – o festejado PROSUPER (5 fragatas de 6.000 toneladas, 5 navios-patrulha oceânicos e um navio de apoio logístico) –, permitindo à Marinha encomendar suas novas unidades já no primeiro trimestre de 2016, parece claro que a força de superfície da Esquadra não poderia ser reforçada com uma nova geração de fragatas antes de 2023 ou 2024. Isso, claro, no caso de o novo parceiro da Marinha identificar um estaleiro nacional capaz de absorver as modernas tecnologias construtivas de navios militares; ou seja, no caso de tudo ir muito bem, sem imprevistos importantes.

Como não se prevê que o Executivo venha a demonstrar preocupação com a defesa naval – ou o PROSUPER –, e a Marinha seja capaz de, por seus próprios meios, encomendar algum navio (por mais simples que seja), urge que os chefes navais mobilizem seus contatos, dentro do governo e com as marinhas de nações amigas, no sentido de localizar e buscar, no mercado internacional, ao menos quatro escoltas usados, aptos a agregarem valor ao atual nível de modernidade da Esquadra.

Precisamos dessa flotilha de embarcações para fazer a travessia da Força Naval brasileira até o fim da década de 2020, rezando (muito) para que até 2030 já tenhamos, no mínimo, duas fragatas do PROSUPER em operação.

F78
HMS Kent, Tipo 23

 

Será, portanto, forçoso visitar – ou revisitar – as parcelas mais antigas das principais frotas que empregam sistemas ocidentais de navegação, de varredura eletrônica e de armas. Barcos considerados disponíveis, prestes a serem declarados desimpedidos ou em vias de terem a sua disponibilidade confirmada nos próximos dois ou três anos (no máximo).

Os critérios de seleção dos navios deverão, obviamente, servir para orientar, não para representar um óbice à escolha: fragatas e/ou destróieres (de preferência) polivalentes lançados a partir de 1990 (ou em torno dessa época), com deslocamento entre 3.000 e 5.000 toneladas, algum design furtivo e capacidade de transportar helicópteros, dotados de sensores e de sistemas de armas que – mediante atualização – possam, dentro da próxima década, manter certa eficácia. E aqueles que, por suas boas condições de casco, de operação e de manutenção (não dispendiosa em demasia), devam ser considerados de interesse da Marinha do Brasil.

Há muitos modelos de embarcações que se enquadram nesses padrões.

DN-SC-90-04968
USS Kauffman FFG-59

 

As fragatas Brandenburg alemães, as KDX I sul-coreanas, as fragatas leves tipo Floréal francesas e as Tipo 23 da Royal Navy são algumas delas, além das fragatas classe Oliver Hazard Perry, desativadas pela Marinha dos EUA. Mas, de novo, é preciso saber se elas estarão desembaraçadas para se tornarem alvo de uma “compra de oportunidade”.

Apesar dos desmentidos oficiais, os planejadores da Armada vêm, há alguns anos, lidando com esse tipo de pesquisa.

maestrale
Fragata italiana classe Maestrale

 

Em 2013, a correspondente do grupo editorial britânico Jane’s em Montevidéu, Patricia Samfelt, obteve a informação de que oficiais brasileiros examinavam o estado de fragatas italianas da classe Maestrale – navios da década de 1980 que, afinal, pareceram não oferecer vantagens além das já exibidas pela classe Greenhalgh, por exemplo.

Não há dúvidas de que a busca continua. E também não há dúvidas de que, em face das circunstâncias, hoje ela é muito mais urgente do que era em 2013.

STATUS DA ESQUADRA BRASILEIRA EM 2015, COM BASE EM INFORMAÇÕES OSTENSIVAS

Tipo Nome Status
Navio-Aeródromo São Paulo (A12) Parado, em reforma até 2019
Fragata Niterói (F40) Vai docar para reparos em Aratu-BA
Fragata Defensora (F41) Parada em PMG, há vários anos
Fragata Constituição (F42) Operacional
Fragata Liberal (F43) Operacional
Fragata Independência (F44) Em reparos
Fragata União (F45) Quebrou no Líbano, em reparos
Fragata Greenhalgh (F46) Operacional
Fragata Bosísio (F48) Prestes a dar baixa
Fragata Rademaker (F49) Operacional
Corveta Inhaúma (V30) Em reparos, há vários anos
Corveta Jaceguai (V31) Em reparos, há vários anos
Corveta Julio de Noronha (V32) Em reparos, há vários anos
Corveta Barroso (V34) Operacional
Submarino Tupi (S30) Em reparos
Submarino Tamoio (S31) Em reparos
Submarino Timbira (S32) Em reparos
Submarino Tapajó (S33) Operacional
Submarino Tikuna (S34) Em reparos
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Douglas Falcão

Entendo a preocupação, mas sou contra.

Invistam na classe Tamandaré, construam corvetas robustas com equipagem no estado da arte, navios novos com alta disponibilidade, 6 unidades. Eu torço muito por esses navios.

Talvez a classe devesse crescer em deslocamento, se aproximando da faixa das 3000 t.

Deveríamos ter investido em mais IKL’s para dobrar a frota…… agora paciência, então que saiam logo os 4 Scorpene.

Se sobrar dinheiro vamos ver o resto.

Não podemos insistir em comprar mais sucata e depois gastar o que não se tem reformando e remodelando indefinidamente.

Abraço

Luiz Monteiro

Prezado amigo Roberto, Belo texto. Grande desabafo. Disse o que muitos querem, mas não podem falar. Quanto às compras de oportunidade de navios de escolta, está cada vez mais difícil encontrar meios disponíveis e em bom estado. As Tipo 23 não estão disponíveis. As OHP estão bastante desgastadas e careceriam de grande investimento para coloca-las em condições de operar por mais tempo. As Loreal e KDX I eu não sei sobre suas reais condições. Para constituir um novo núcleo do Poder Naval, a MB precisa de pelo menos 6 novos escoltas capazes de realizar todas as tarefas típicas destes meios… Read more »

Douglas Falcão

Sobre navios escolta:

É impressionante o controle de custos do projeto Arleigh Burke da US Navy, os novos integrantes da classe estão custando ao cofres americanos US 800 milhões a unidade.
O custo de operação, e lá a operação é intensa, é de US 20 milhões / ano.
Estamos falando de navios com capacidade de interceptação aérea sub orbital..

Abraço a todos.

Douglas Falcão

As primeiras Burke só vão dar baixa a partir de 2025 conforme cronograma da Navy. O que eles tem são OHP, mas esses navios tiveram um downgrade de armamento com o passar dos anos, não sei se a MB realmente se interessaria por eles. Vamos tentar raspar o fundo do cofre que já está furado e vamos no fim acabar prejudicando o projeto das Tamandarés. Lamentavelmente a política em Brasília ignora o tema. E quando se interessa, faz com segundas intenções. Parte das empreiteiras de obras de construção civil envolvidas nesses escândalos criaram nos últimos anos, sem aparente razão, divisões… Read more »

Douglas Falcão

Alexandre Galante

Eu não conheço detalhes da eletrônica. Mas o radar das OHP é antigo, não foi modernizado e os navios hoje só contam com armamento antiaéreo de tubo.

Ou seja, a modernização depois sai por quanto?

Sinceramente, ou a visão politica muda um pouco ou vamos continuar comprando equipamento que irá para desmonte nos países de origem.

Boa parte das OHP foi desmontada depois do descomissionamento.

Abraço

Luiz Monteiro

Prezado Galante,

A retirada do lançador MK13 degradou a capacidade militar das OHPs. Se a USN tivesse atualizado os sistemas desta classe e colocasse lançadores verticais MK41elas seriam bastante úteis.

Concordo que utilizar os SeaHawks seria muito útil, mas e o restante? Apenas um canhão de 76 mm e lançadores de torpedos. A MB precisaria realizar uma modernização de sensores e sistemas, principalmente no armamento.

seria desejável a instalação de lançadores verticais MK 41. Entre 16 e 24 células para o ESSM e para os Asrok VL.

Por falar em MH-16, em breve, serão realizadas .

Luiz Monteiro

Complementando….

Por falar em MH-16, em breve serão entregues mais 2 unidades.

Abraços

ci_pin_ha

Não seria possível modernizar e dar uma sobrevida a classe Greenhalgh e Niterói? As Greenhalgh poderiam receber o RAM no lugar do Sea Wolf e quem sabe o ESSM na Niterói.
Há anos venho dizendo que falta colocar os pés no chão e escolher as fragatas que tenham uma capacidade ofensiva e custo de aquisição realista, minha escolha seria classe Valour e corvetas Khareef modificadas com capacidades anti submarina.

Knight

Se a MB se mexer para comprar escoltas usadas (apenas dar um indicativo), é enterrar de vez o PROSUPER. Seria o mesmo caso se a FAB cogitasse um “gap filler” para a saída dos M2000 de AN. O FX2 já estava sendo visto com certo ceticismo por parte de alguns participantes.Simplesmente ele acabaria. A FAB acabou com o GDA temporariamente, mandando alguns Mikes de outros esquadrões em alternância. Deixa a Marinha ir dando baixa nas escoltas. Uma hora a opinião pública se sensibiliza. E é melhor termos uma linha de escoltas adequadas que veio de acordo com os requisitos traçados… Read more »

Marine

Marinhas secundárias como a nossa precisão se deparar com um novo paradigma. Os custos de sistemas de armas estão altíssimos até para marinhas ricas, já se foi o tempo da guerra fria em marinhas primárias tinham um ciclo de compras de meios novos que possibilitavam um mercado de meios usados com disponibilidade previsível. Hoje não há nada no mercado de escoltas usadas que não estejam desgastadas, simplesmente porque suas marinhas tiveram que esticar o ciclo de vida desses meios por falta de verba para substituí-los. No futuro até médio prazo simismente não haverá um mercado usado de qualidade. Sendo assim… Read more »

Douglas Falcão

Pois é. A Marinha deveria focar em 6 unidades da Tamandaré alterando o projeto para navios de 2.750/3.000 t.

Se as fragatas derem baixa, paciência.

Na falta de navios escolta multifuncionais alguém vai aprovar a compra de meios novos. espero também que sejam seis, no mínimo.

Nós já não temos força de combate há algum tempo.

A quebra da F45 em missão de “paz” e ausência de navio de apoio logístico na missão descortina nossa situação.
Não adianta ficar ansioso.

Abraço

Iväny Junior

Mais um ótimo artigo do Roberto Lopes Eu vi a tabela e imaginei um país que teria dimensões comparáveis ao brasil e igualmente tivesse uma marinha de T.O. frio, com ameaças muito mais do tipo de pirataria e contrabando (policial e fronteiriça) do que propriamente militar. Esse país exemplo é o Canadá. Mas é só o exemplo. Não dá pra começar a comparar. Um dado é interessante: se o Canadá opera armamentos do estado da arte, fora o equipamento que divide entre a OTAN e a frota do pacífico (maior), temos, invariavelmente, 33 navios de guerra em ação na frota… Read more »

Roberto Lopes

Bom dia. Agradeço as intervenções de todos até aqui. Ao Douglas Falcão gostaria de dizer que, segundo sei (e o nosso amigo LM pode confirmar), a Marinha tinha (ou tem ainda) a esperança de poder construir não quatro, mas cinco CV03 (Classe Tamandaré). Também não sou entusiasta das Oliver Hazard Perry, navio que critiquei, há pouco mais de um mês, quando noticiei que a Marinha da Colômbia se prepara para incorporar duas unidades. Como disse o Galante, ela lembra muito a polêmica compra das classe Garcia, feita na gestão Saboia e que passou à história da Esquadra como uma opção… Read more »

aldoghisolfi

Excelente o artigo. Excelentes os comentários, nitidamente feitos por quem conhece a matéria. Na realidade fria dos números, entendo que a MB não existe! E o pouco que flutua e se move rapidinho vai ser docado à espera do fim inglório. Os Executivos que se sucederam respondem penalmente por desídia, que é um poderoso elemento da culpa que consiste em negligência ou descuido na implementação de uma obrigação. COMO, MAS COMO, MESMO! ninguém tomou uma providência, por mínima que fosse? Quem garante o PréSal? Amazônia Azul? Pesca ilegal? Contrabando? Tráfico? Onde o MPF? Onde o interesse nacional, que ainda não… Read more »

Franz A. Neeracher

Muito bom o artigo do Sr. Lopes.

Algo que não foi comentado ainda:

Temos a lista dos navios divididos entre “reparos” e “operacional”.

Na lista dos em “operação”; 5 no total, seria interessante saber em que fase esses navios se encontram.

Por não estarem em reparos; não significa automaticamente que esses 5 navios se encontram “prontos para combate”……

Estão em fase de checks pós manutenção?
Treinamento avançado?

thomas_dw

o ideal seria a MB comprar meia duzia ou mais de Amazonas, colocar um 76mm e um radar Sea Giraffe AMB – tudo feito no exterior ( desta forma entregues em poucos anos, ao invés de 20 caso fossem feitos aqui) e com um hangar para Sea Lynx. Ja existe um projeto pronto – que foi vendido ao Oman. da para por uns Exocet e depois uns Mica e pronto. Na minha opiniao, a MB deve comprar navios baratos e simples de operar, uns dez destes e ja mantemos a soberania. Querer comprar FREMM de US$800m e operar é irreal,… Read more »

XO

Realmente, a compra de oportunidade pode ser a pa de cal no ProSuper, mas esta oarece ser a opcao… na verdade, se tivessemos respaldo, alguns poucos Navios comprados naquela modalidade poderiam segurar a Esquadrw, enquanto os do ProSuper nao viessem… mas tudo ja foi falado nesse sentido… nao ha planejamento que aguente…
No mais, dos meios citados, axrefuti que, delendendo do esrado, as Tipo 23 seriam muito bem vindas… conheci a HMS Lancaster na UNITAS de 2013, belo Navio, atuou bem… fora o tiro de superficie (ainda lembro das risadas dos canadenses na fonia… no mercy…)

XO

Axrefuti = acredito
delendendo = dependendo
Esrado = estado

Ainda bem que meu negocio eh Navio, se fosse digitacao… ferrou…

aericzz

Prezado Roberto, só uma pequena correção na sua tabela…
A F Constituição encontra-se em pena operação, neste momento no Líbano, esperando sua rendição… que será o NaPaOc Apa! até que se conclua o reparo da União.

aericzz

quiz dizer plena!

daltonl

“É impressionante o controle de custos do projeto Arleigh Burke da US Navy, os novos integrantes da classe estão custando ao cofres americanos US 800 milhões a unidade. O custo de operação, e lá a operação é intensa, é de US 20 milhões / ano. Estamos falando de navios com capacidade de interceptação aérea sub orbital..” Douglas… Não há como um AB custar “apenas” US 800 milhões, na verdade o primeiro do programa Restart o DDG 113 está saindo por mais de US 2 bilhões, justamente pela interrupção na produção e os 3 seguintes saírão na faixa de US 1,8… Read more »

daltonl

Quanto às OHPs, certamente algumas dezenas de milhões de dólares seriam necessários, financiados pelo FMS, como ocorreu por exemplo com a transferência da OHP “McInerney” de 30 anos à marinha paquistanesa uns dois anos atrás.

Mísseis harpoon, 2 reparos duplos, foram instalados e as
OHP já reservadas à Taiwan também poderão ser colocadas em nível semelhante às demais OHPs já operadas pela marinha de Taiwan.

Não estou dizendo que tais armamentos fossem instalados ou necessários, apenas que é possível até porque um par de fragatas se adquiridas principalmente as que serão retiradas ainda este ano poderiam ser um bom “tapa-buracos”.

daltonl

Bom Galante…devo confessar que há também uma “segunda intenção” de minha parte já que nunca entrei em uma OHP embora já tenha visto várias delas de perto…então, se a marinha comprar umas duas será talvez minha última oportunidade 🙂

Douglas Falcão

Saudações, Prezado Roberto Lopes, O termo cooperação usado pelo senhor ultimamente foi substituído por “transferência de tecnologia”, de impacto muito maior no “marketing” do governo. Qualquer profissional da área tecnológica sabe que não se transfere tecnologia em troca de aquisição de unidades do seu produto, em qualquer área de conhecimento. Tecnologia sensível em área militar só se ganha por espionagem (existem casos famosos) ou investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, engenharia reversa, etc. Não tem via fácil; Realmente o foco é a cooperação, sua colocação é perfeita, e inclusive soa mais realista, pois é honesta. Antes que apareça alguém para… Read more »

Douglas Falcão

Daltonl, Confira os contratos no site do congresso e em publicações norte americanas, você deve estar somando P&D e inserção tecnológica nesse valor. E me refiro a barcos da ultima geração com a capacidade supra citada. O navio sim esta saindo a 800 milhões completo Ingalls e General Dynamics estão recebendo encomendas pelos próximos exercícios fiscais por esse valor. As Daring britânicas, podadas de alguns sistemas que só serão instalados em alguns anos, saíram muito mais caro, recebendo criticas dentro e fora da Inglaterra. Abaixo anúncio de 5 novas unidades das AB, com possibilidade de modificação no projeto…. Veja: PASCAGOULA,… Read more »

joseboscojr

Na verdade a capacidade de interceptação de alguns AB é orbital, tendo em vista já terem abatido um satélite.

Edcarlos Prudente

As fragatas atuais foram fabricadas na década de 70 do século passado, são navios cansados e defasados. A verdade é que o MB ficará sem fragatas para operar, a menos que meios usados sejam adquiridos. No entanto, adquirir meios usados não vai resolver a atual problema de navios cansados e defasados. Em curto prazo a solução é manter os navios que ainda tem condições mínimas de operação e desativar os que não têm. Garantir os prazos dos programas em andamento submarinos, corvetas e navios patrulham. Os três classe Amazonas são navios desarmados, claro que não foram fabricados para o combate… Read more »

daltonl

Douglas… no meu exemplar do “Warship Pictorial 24” Arleigh Burke Class destroyers do Steve Wiper o custo unitário está como: “slightly in excess of 1 billion US dollars.” Detalhe: o livro é de 2006 quando a classe ainda estava em produção , antes do suposto encerramento com o DDG 112 comissionado em 2012! Para o ano Fiscal 2014 normalmente tenho visto algo como próximo de 1,8 bilhâo de dólares…acredito pelo que já li que o contrato dividido pelo número de unidades não representa o custo total…quisera de fato cada AB custar “apenas 800 milhões”. Price/Unit Cost: In FY 2014, the… Read more »

daltonl

Ah Douglas…esqueci de comentar sobre o que você escreveu

“Os Europeus estão atrás dos americanos em controle de custos na construção de vasos de guerra.”

Será mesmo ? Sei que o futuro USS Gerald Ford é o primeiro de uma nova classe, mas, eles perderam-se completamente neste caso…não que seja o único mas é o mais expressivo.

Como o Secretário da US Navy recentemente admitiu..”.não é o melhor jeito de se construir um navio.”

Claro que irá aprender-se com os erros cometidos na construção do segundo da classe.

abs

Roberto Lopes

Amigos, boa tarde. Volto ao debate apenas para aproveitar uma dica que me parece correta do Edcarlos Prudente: por que não aproveitar que ficamos donos dos planos da Classe Amazonas, e fazer mais quatro ou cinco navios desse tipo no Brasil, modificando apenas alguns itens de armamento? Para prestigiarmos o projeto Emgepron de navio-patrulha oceânico? Ano passado, qdo. da baixa da corveta Frontin, redigi um breve comentário — gentilmente publicado pelo Alexandre Galante no PN — reclamando que a Marinha devia explicações ao contribuinte, que, com os seus impostos, ajuda a sustentar a Força Naval. Alguns, então, me criticaram. Disseram… Read more »

Knight

Prezado Roberto Lopes,

Tanto as Oliver Hazard Perry quanto as Type 23 são fragatas velhas. Na minha opinião iria resolver o problema da MB, já que a alta indisponibilidade se deve a carência de recursos para manutenção.
Entretanto, as outras fragatas que o Sr. citou (KDX I, Flóreal e Brandemburg) são relativamente novas, demandaria, à princípio, menos problemas. Mas os exemplares destas classes estão à venda?

Douglas Falcão

Daltonl Para enriquecer o assunto sobre custo das AB: Abaixo segue endereço de planilha completa deste ano do Departamento de Defesa sobre o custo dos navios: http://www.bga-aeroweb.com/Defense/Budget-Data/FY2015/DDG-51-NAVY-PROC-FY2015.pdf . Na primeira página, logo na primeira coluna aparece o “End Cost” das primeiras 66 unidades, abaixo de 1 bilhão e logo após, o custo das novas, nas colunas seguintes, considerando-se tudo, inclusive a inserção tecnológica da versão “Flight III”. Ai sim com P & D e armas de intercepção no espaço chegamos a 1,7/1,8 bilhão. São 22 paginas, tem o custo unitário de cada sistema Phalanx, de cada Tomahawk, de cada sistema… Read more »

Douglas Falcão

Enfim,

Estou fazendo um contraponto aos orçamentos que frequentemente aparecem quando o assunto é PROSUPER e outros programas nesta década.

Esse papo de “transferência de tecnologia”, como uma vez bem disse o Bosco, só tem servido para multiplicar o preço dos sistemas a serem adquiridos.

Abraço

daltonl

Douglas… o link que vc postou eu já havia lido e baixado para uma pasta e de fato wikipedia nem sempre é a melhor fonte apesar de que muitas vezes ela fornece a fonte de onde as informações foram tiradas. Na tabela o custo médio está em 964,6 milhões para 66 unidades, o que não invalida a informação do Steve Wiper que o preço de um AB era ligeiramente superior a 1 bilhão de dolares dez anos atrás. Seu comentário sobre um valor “tão baixo” de 800 milhões foi um tanto inexperado pois há pessoas que mesmo sabedoras de tais… Read more »

Wellington Góes

Tentando fazer um mosaico com as opiniões dos amigos, quero opinar da seguinte forma. Acredito em primeiro lugar que esta opção de compra de oportunidade, tentando ainda manter viva (pelo menos parte dele) o Prosuper, deveria recair a navios que pudessem manter a Esquadra operacional e não, necessariamente, agregar a mais, isto porque (segundo o meu pensamento) pode dar brechas a alguns acreditarem que não será preciso decidir pela renovação de meios tão sedo. Neste entender, acredito que as opções italianas deveriam ser analisadas com carinho, se não me falha a memória, diversos dos seus sistemas e armamentos são compatíveis… Read more »

joseboscojr

Já antevendo que os tais escoltas de 6000 t poderiam ser um breve sonho de verão, eu torcia para que o míssil sup-ar a ser escolhido para as novas corvetas fosse o ESSM, com 50 km de alcance. Teríamos a nossa tão sonhada capacidade de defesa de área já nas corvetas, independe do sonho de navios maiores se tornar ou não, realidade. Mas o escolhido pela MB foi o Sea Ceptor, que cobre uma área 4 x menor que o míssil americano, e que em termos de alcance não difere muito do sistema Albatroz, instalado nas fragatas Niterói. Claro, é… Read more »

joseboscojr

Reparo de 40 mm, e não, de 30 mm.

joseboscojr

Só pra deixar claro, a tão sonhada “defesa de área” a que me referí é a de “área externa”, já que o sistema Albatroz na Niterói nos fornece uma defesa de “área curta”.
O ESSM está no limite do que podemos chamar de área curta e área externa (ou estendida).
Não é um míssil de defesa de área externa “legítimo”, mas como disse, ampliaria em pelo menos 4 vezes a área protegida.

Douglas Falcão

Daltonl Apenas mais um comentário sobre as AB. De fato, o custo de construção de uma AB é menor que US 800 milhões. Está em algo por volta de US 768 milhões por unidade pronta. Esse é o valor médio dos contratos ganhos pelos estaleiros Ingalls e General Dynamics. Os próprios estaleiros divulgaram os contratos, o governo também. A tabela demonstra que o custo total devido ao P&D iniciados após o cancelamento dos Zunwalt, faz o custo total (inclusive P&D) das ultimas unidades subir para 1,4/1,6/1,7 dependendo do ano fiscal. Mas na ultima coluna repare que o custo total do… Read more »

joseboscojr

A Maestrale é uma fragata bem distribuída. Há um sistema de controle de tiro/iluminação que serve ao sistema Albatroz e eventualmente ao canhão principal de 127 mm (se bem que o uso AA desse canhão é raríssimo, se é que é usado ainda para tal). Já os dois sistemas Dardo (40 mm) tem cada um seu próprio radar DT. Ou seja, há uma relação de armas/diretores de tiro AA de 3 a 3 (ou 1 pra 1). Só pra comparação, a fragata Niterói (a classe) tem apenas dois canais de tiro que servem para o canhão Mk-8 (que é usado… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“joseboscojr em 29/03/2015 as 20:27” Bosco, acho que você está esquecendo da alça optrônica EOS-400 da classe Niterói, que é o sistema primário para direção dos canhões de 40mm (tanto que fica posicionada próxima a eles, em plataforma sobre o passadiço – no caso das corvetas classe Inhaúma, fica próxima aos canhões de 40mm destas, sobre o hangar, assim como próxima ao único canhão de 40mm da Barroso). Ela tem capacidade de fornecer os dados de tiro a distâncias máximas ao redor de 20km, com tempo de reação (lock on) de 1 a 2 segundos, fornecendo os calculados para disparo… Read more »

Douglas Falcão

Prezado Roberto Lopes, Concordo. O problema é que, aparentemente houve uma inversão nas prioridades. Pois teme-se perder status de marinha de águas azuis. No papel ainda somos. De fato, não. A manutenção “eterna” do São Paulo exaurindo recursos tem prioridade sobre uma frota nova em folha de Navios Patrulha Oceânicos. Pergunto: o São Paulo é uma arma eficaz, ou uma dor de cabeça, mas que permite a alguns dizerem “o Brasil tem um porta-aviões”? Tenho certeza que um programa de construção / aquisição de patrulhas oceânicos em boa escala seria realidade se não tivéssemos o SP. não estou aqui vinculando… Read more »

Douglas Falcão

Alias, falando da Engepron, até agora não entendi porque ela passou ao largo do projeto Scorpene.

Estou errado neste ponto?

joseboscojr

Douglas,
Penso sim!
Acho que dá pra ser altamente dissuasivo gastando menos e operando navios menores e submarinos convencionais, além de usar o litoral imenso como base para aviões (tripulados ou não).
Os navios maiores eram fundamentais há algumas décadas quando os sistemas antiaéreos ocupavam grande volume. Hoje, não mais. Consegue-se navios com efetiva capacidade de defesa de aérea em “corvetas”.
Outra vantagem de navios maiores é a autonomia maior, mas creio que teremos que ser menos ambiciosos nesse quesito.

GUPPY

Não podemos aguardar o PROSSUPER por muito tempo. Guerra nem sempre avisa. O mundo tá sinistro, tenso. É mais seguro comprar umas quatro escoltas usadas e garantir um mínimo de dissuasão. Manda comissões de oficiais e engenheiros (e uns MRs) analisarem e decidirem os que estão em melhores estados e tragam logo. O PROSUPER, continua. Vai que rola um problema inesperado, e a gente está sem nada…
As OHP, via FMS, só não vem se estiverem muito ruins, o que, acredito, não estejam porque apesar do intenso uso, têm boa manutenção e têm sido vendidas após baixa da US NAVY.

joseboscojr

Voltando e insistindo no assunto “diretores de tiro” rrsrssss infelizmente as corvetas classe Tamandaré só terão um radar DT, que servirá ao Super Rapid e ao CIWS 40 mm. Como disse antes, esse fato é menos crítico tendo em vista a alta capacidade do Sea Ceptor em lidar com ataques múltiplos simultâneos, mas não deixa de ser uma limitação. Ao meu ver,ou se coloca todos os créditos da defesa antimíssil no Sea Ceptor e no Super Rapid e dispensa o reparo de 40 mm, ou o habilita a operar independente do 76 mm, provendo-o também de um radar DT. Calei!!!!… Read more »

Mauricio R.

Gostaria de lembra-los de que não temos estaleiro civil ou o AMRJ, capaz de construir c/ sucesso nada maior que o barquinho francês de 500ton.
E olhe lá!!!
Então antes de sonharmos c/ redentoras “Tamanduás” ou simples “Amazonas”, necessitamos de um estaleiro capaz de nos salvar do “day dreaming”!!!