Marinha decide tentar estender a vida útil das fragatas classe ‘Niterói’ até 2027/2030
O comandante da Marinha do Brasil, almirante-de-esquadra Eduardo Leal Ferreira, resolveu reativar o plano de remotorização das fragatas classe Niterói.
Elaborado em 2013, com o objetivo de manter esses navios em atividade até o final da próxima década – entre 2027 e 2030 –, o planejamento teve sua execução suspensa em 2014.
A ideia dos almirantes brasileiros é resgatar um oferecimento que o estaleiro espanhol Navantia e a companhia alemã de motores MTU fizeram à Força Naval brasileira, há pouco mais de 20 meses, no sentido de modernizar, por meio de motores a diesel, o sistema de propulsão das fragatas de fabricação britânica tipo Vosper Mk.10 – no Brasil conhecidas por Niterói.
Não se sabe se a intenção de Leal Ferreira é tentar estender a vida útil de todas as seis unidades classe Niterói, ou de apenas quatro delas, deixando de fora os dois navios que apresentam maior desgaste: a Niterói (F40) e a Defensora (F41). Tal definição dependerá de uma rigorosa inspeção a que todas as unidades da classe serão submetidas.
O assunto é complexo porque outros componentes das fragatas, como radares e sistemas de armas apresentam graus variados de degradação.
As seis Niterói, de 3.700 toneladas (a plena carga) entraram em operação na Esquadra brasileira entre os anos de 1976 e 1980, e, desde então, vêm operando como os navios mais robustos e importantes da força de superfície. No final dos anos de 1990 elas foram submetidos a uma ampla modernização de seus sensores, que visaram proporcionar, entre outras melhorias, um upgrade em seu armamento.
Júlio de Noronha – Na época em que as companhias europeias apresentaram sua proposta ao comando da Marinha, a Navantia vinha de ser contratada para fornecer o sistema de controle do motor da corveta Júlio de Noronha (V33), uma das quatro unidades classe “Inhaúma” da Esquadra.
O plano das empresas europeias era de realizar o mesmo serviço nas outras três corvetas dessa classe, mas não houve condições financeiras para que isso se tornasse realidade.
No início de 2014, esperançoso de que a Presidência da República permitisse a renovação da frota por meio do PROSUPER (Programa de Obtenção de Meios de Superfície) e do programa de corvetas classe Barroso Modificada (CV03), o então comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, suspendeu as tratativas para a remotorização das Niterói – decisão que Leal Ferreira, agora, modificou.
Segundo o Poder Naval pôde apurar, a intenção dos chefes navais brasileiros é de que a reforma nas fragatas aconteça no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) – organização militar que também deve passar por ampla modernização.