Marinha francesa terá patrulheiro de pesca na fronteira da Guiana com o Brasil
A Marinha da França vai endurecer a repressão à pesca ilegal nas águas jurisdicionais da Guiana Francesa – ilícito de que são acusados muitos pescadores brasileiros.
No segundo semestre deste ano chegará ao litoral guianense, transportado em um navio comercial, o patrulheiro de pesca La Caouanne (“A Cabeçuda”) – nome de uma tartaruga marinha de carapaça achatada (denominação científica: caretta caretta), ameaçada de extinção justamente por causa da pesca predatória, cujo formato da cabeça lembra a proa do navio militar.
A embarcação de 23 m de comprimento, calado de 1,20 m e 200 toneladas de deslocamento, foi lançada ao mar na quarta-feira, 8 de abril. Assista o vídeo de seu lançamento aqui.
Construída em alumínio, a unidade está dotada de dois hélices e é capaz de alcançar uma velocidade máxima de 12 nós. Ela possui guindaste à ré e holofotes voltados para uma área livre, à meia-nau – chamada de “área de trabalho limpa” –, capaz de recolher até 20.000 m de redes de pesca apreendidas.
Até hoje a Marinha francesa não dispõe dos meios adequados à recuperação de redes de pesca abandonadas. Uma rede de 2.500 metros custa entre 10.000 e 12.000 Euros.
Apreensões – Para fabricar uma embarcação com estas características especiais, a Diretoria-Geral de Armamento do Ministério da Defesa francês recorreu ao estaleiro Pierre Gléhen et Fils, empresa sediada em Douarnenez – um conhecido porto de pescadores da Bretanha – que jamais havia fabricado um barco para a Força Naval da França.
A “Cabeçuda” será baseada no porto militar guianense de Dégrad des Cannes, na foz do rio Mahury – principal base naval francesa no Caribe.
O governo de Caiena empresta grande importância à proteção de sua fauna marinha, assunto que concentra os esforços de um grupo interministerial, e de diversas ações em parceria com autoridades brasileiras e surinamesas.
Apesar disso, somente nos primeiros 90 dias do ano, os barcos franceses já flagraram – e apreenderam – 18 pesqueiros estrangeiros que se dedicavam a um tipo de pesca considerada predatória.
Renovação – A La Caouanne foi a terceira classe de embarcação designada para renovar a flotilha militar francesa que opera no eixo Martinica-Guiana Francesa.
Atualmente, todo o dispositivo permanente de proteção do litoral guianense repousa sobre a disponibilidade de dois patrulheiros tipo P 400 – La Capricieuse e La Gracieuse –, que em 2016 completerão 30 anos em atividade, e de duas vedetas costeiras da Gendarmeria Marítima, a Mahury (baseada em Caiena) e a Organabo (baseada em Kourou).
A 16 de janeiro o Poder Naval noticiou, com exclusividade, que a Marinha da França encomendara uma nova classe de embarcações para substituir a P 400 e se incumbir da vigilância da chamada Zone Économique Exclusive Guyanaise (Zona Econômica Exclusiva Guianense).
As novas unidades, encomendadas ao estaleiro Socarenam, de Boulogne, são conhecidas como patrouilleurs légers guyanais(“patrulheiras ligeiras guianesas”) – ou, simplesmente, pela sigla PLG.
Elas irão deslocar cerca de 640 toneladas, alcançarão velocidade máxima de 21 nós, e estarão dotadas de canhões de 20mm operados remotamente.
A 11 de fevereiro o Poder Naval divulgou que o governo de Paris havia decidido designar para o porto militar da Martinica um dos seus quatro novos navios-patrulha oceânicos classe B2M, de 2.300 toneladas – na Marine Nationale conhecidos por navios multimissão (Bâtiments Multimission).
MUITO BOM… exemplo e motivação para nós mesmos!
E a “guerra da lagosta” nao ensinou nada aos nossos politicos… bom… tb seria esperar muito deles ne? (sic!)…..