Moscou aguardará mais 60 dias por seus navios Mistral; Putin desdenha: embargo ‘não tem importância’

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BPC russo Vladivostok - imagem via DCNS
O “Vladivostok” ficou pronto para ser entregue aos russos na metade inicial de novembro de 2014

 

O mais recente capítulo da novela em que se transformou o embargo decretado pelo governo François Hollande à entrega de dois porta-helicópteros classe Mistral à Marinha da Rússia, sinaliza para um certo conformismo das autoridades russas com a perda dos navios.

Em entrevista ao jornal moscovita Kommersant, publicada na segunda-feira, 13 de abril, o gerente-geral da agência de comercialização de armamentos Rosoboronexport, Anatoly Issaïkine, disse que, “por enquanto, as condições do contrato permitem que busquemos um compromisso sem recorrer aos tribunais e usar medidas fortes”. Para, logo depois, completar: “quando esse prazo chegar ao fim, então vamos decidir o que fazer. Temos uns dois meses”.

As declarações de Issaïkine só não foram mais surpreendentes que as do próprio presidente Vladimir Putin, numa tevê de Moscou, na última quinta-feira (16.04):

“A recusa [dos franceses] em entregar os navios em conformidade com o contrato é um mau sinal, é claro, mas do ponto de vista do apoio às nossas capacidades de defesa, eu vou lhe dizer francamente, é sem importância”.

Putin acrescentou que sua Marinha pretendia empregar os dois navios de projeção de força e comando classe Mistral em cenários da Ásia.

Le Drian – O Vladivostok ficou pronto para ser entregue aos russos na metade inicial de novembro, mas está até hoje retido no porto francês de Saint-Nazaire. Seu irmão-gêmeo, Sebastopol, já se encontra em provas de mar.

O preço dos navios foi fixado pelo grupo empresarial francês DCNS em 1,2 bilhão de Euros, e sabe-se que parte desse valor já foi quitado.

O embargo integra o pacote de sanções impostas pela administração de Paris ao governo de Moscou por causa da política agressiva de Putin em apoio aos separatistas ucranianos. E um apaziguamento dessa situação parece distante.

Semana passada, representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE, na sigla em inglês) revelaram que os combates entre rebeldes e tropas do governo de Kiev se aproximavam, perigosamente, do porto de Mariupol, que o Exército e da Marinha da Ucrânia ainda mantinham sob controle, e que o calibre das armas usadas pelos dois lados não era inferior a 100 mm.

Diante desse quadro, o ministro do Exterior francês, Jean-Yves Le Drian, elevou o tom de suas declarações: Nós nunca poderíamos entregar [os navios]. É necessário que os russos estejam cientes desta situação”.

Raciocinando sobre a hipótese do bloqueio ser mantido, Putin foi sereno: “Não temos a intenção de exigir punições excessivas, mas é necessário que as perdas que temos suportado sejam reembolsadas”.

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Antonio M

Se os russos de fato desistirem haveria a possibilidade de uma compra de oportunidade para a MB?

Sem considerar o velho problema de dinheiro tanto para aquisição como a manutenção, há algum outro impredimento como o equipamento estar customizado para padrões que não são os da MB.

Ivan

‘Quem desdenha quer comprar.’

Roberto Lopes

Antonio, boa tarde.
Nenhuma chance para a Marinha do Brasil nesse caso.
O problema não é só o de não termos recursos para a compra e a manutenção de um navio desse porte.
Existe a questão política também.
Como somos parceiros da Rússia no grupo dos BRICS, estaríamos virtualmente impedidos de nos aproveitarmos de um embargo contra os russos para nos apoderarmos de uma embarcação que foi construída para esse nosso associado no BRICS.

Abraço.

Roberto Lopes

Apenas para completar, Antonio:
Conforme já informei em outros textos, no caso de o embargo perdurar, ao menos um desses classe Mistral poderá ser transferido à Agência Europeia de Defesa, para receber uma tripulação binacional, das Marinhas da Bélgica e da Holanda.
Nesse cenário, o destino mais provável do navio é o Chifre da África, onde uma flotilha de embarcações de diferentes países reprime a pirataria marítima.

Abraço.

Antonio M

Roberto Lopes 19 de abril de 2015 at 15:45 #

Obrigado Roberto Lopes!

Fazer parte dos Brics nos trouxe algum benefício alguma vez?! rsrsrsrsrsrsrsrsrsr !!!!

Iväny Junior

Um ótimo navio. Foi barato. É impressionante a diferença de preço para um “cachorro grande”.

Transferir ele pra combater pirata é exagerado demais. Qualquer corvetinha velha e veloz com um heli leve pode fazer isso.

Mantenho a opinião que o poder industrial marítimo russo já não é dos grandes players do mercado, e ainda mais, teve um encolhimento técnico. Quem já fabricou Kiev e Kusnetzov poderia fabricar um porta-helis…

nunes neto

Roberto , nao sabia desse “embargo virtual”, acho que é assim nao posso receber, mas se vc pode …acho que a Russia prefere que fique com o Brasil que com um país da OTAN.

Roberto Lopes

Bom dia, Nunes. Acho que, em qualquer caso, os russos considerarão uma afronta que esses navios Mistral arvorem um pavilhão que não o deles. Concordo com o forista Ivany: a indústria naval russa não me parece estar em um de seus melhores momentos — especialmente no tocante a embarcações de superfície. Recentemente, li que a Marinha de lá vem priorizando os projetos de baixa tonelagem, referentes a corvetas, destróieres e fragatas leves. A impressão que tenho é que, no âmbito do Ministério da Defesa russo, as prioridades são jatos de combate, mísseis, veículos blindados e submarinos, aproximadamente nessa ordem. Mas… Read more »

daltonl

Roberto…

quanto a possibilidade de um dos 2 irem para “a “Agencia
Europeia de Defesa” e serem tripulados por belgas e holandeses foi algo que li no dia primeiro de abril e foi uma “piada” como algumas outras publicadas no dia.

https://meduza.io/en/lion/2015/04/01/eu-newspaper-s-april-1-joke-fools-russian-news-agencies

abraços

nunes neto

Os Russos participaram da construçao e possuem os projetos da Classe Mistral, então devolvendo o dinheiro deles, eles podem produzir um “Similar”, com algumas modificações.

MO

totslmrnte ofi topica
me perdoem, mas para quem curte porta buneco eh um momento

Ultima vgm de um bunecvo …. (ao menos por aqui, quem viu viu …)

http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2015/04/ms-splendour-of-seas-c5tz9-nunca-mais.html