Colômbia adia por seis anos a entrada em operação de sua nova fragata
A Marinha da Colômbia adiou por seis anos – de 2019 para 2025 – a entrada em operação da primeira de suas oito fragatas denominadas “Plataformas Estratégicas de Superfície” (PES).
O novo cronograma prevê: tendo o navio cabeça-de-série sido entregue à Esquadra em 2025, o oitavo navio deve ficar pronto dez anos mais tarde, em 2035.
O adiamento corresponde ao tempo que o estaleiro estatal colombiano Cotecmar (Corporação de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento da Indústria Naval, Marítima e Fluvial) – requer para estar apto ao desenvolvimento do projeto PES. Até agora, as maiores embarcações militares construídas pelo Cotecmar foram as da classe OPV 80, desenhada pela empresa Fässmer, alemã.
Em linhas gerais, o Cotecmar necessita de aparelhagem mecânica de grande porte, equipamentos aferidores da correta integração dos diferentes sistemas eletrônicos embarcados em um navio, além de qualificação extensiva para o seu quadro de pessoal.
O governo de Bogotá planeja investir numa fragata polivalente com deslocamento entre 4.500 e 5.500 toneladas. Na próxima década, esse tipo de navio substituirá os escoltas ligeiros classe Almirante Padilla (corvetas de origem alemã reclassificadas como fragatas pelos colombianos, que passaram, recentemente, por modernização).
Navantia – Até o início da presente década os chefes navais da Colômbia pareciam atraídos pela modernidade dos novos projetos de navios de superfície da Marinha alemã. Hoje, entretanto, a maior proximidade é com o estaleiro espanhol Navantia – que a 9 de abril assinou um acordo de parceria com o estaleiro Cotecmar – e com a indústria naval britânica, que deverá fornecer alguns dos principais sistemas de detecção e de armas da PES.
Mês passado, o almirante José Enrique Carreño, presidente do Cotecmar, visitou as instalações da Navantia, em Cádiz, Espanha.
Os espanhóis oferecem aos sul-americanos uma classe de embarcação de desenho stealth, com vários sistemas alojados – ou encaixados – na superestrutura, com o objetivo de reduzir a assinatura radar do barco.
O modelo é, contudo, ligeiramente mais compacto que o pretendido pelos clientes, com deslocamento no patamar das 3.800 toneladas – na verdade, uma evolução da classe Avante 2400, da qual a Marinha venezuelana encomendou quatro unidades.
Com 113 m de comprimento e 15,6 m de boca, ele seria o resultado de uma combinação das características da fragata tipo F-100 Álvaro de Bazan, pertencente à esquadra espanhola, com as da F-310 Fridtjof Nansen, da frota norueguesa.
O navio proposto tem canhão na proa, oito silos para o disparo de mísseis de lançamento vertical, dois lançadores quádruplos de mísseis antinavio à meia-nau, bem como um escudo de autodefesa representado por um equipamento de defesa de ponto CIWS Vulcan Phalanx Block 1B instalado no teto do hangar, à ré, e duas metralhadoras pesadas BAE Systems Mk.38, de operação remota.
Prestígio – Os planos de expansão naval da Colômbia e sua estreita cooperação com a Marinha americana no Mar do Caribe vêm chamando a atenção de potências marítimas do Ocidente.
O comandante da Armada Nacional da Colômbia, almirante Hernando Wills Vélez, só não esteve presente na LAAD 2015 – mostra internacional de armamentos do Riocentro, no Rio de Janeiro – porque foi convidado a explicar os planos estratégicos de sua corporação durante a 50ª edição do Sea Air Space Exposition – o mais importante foro naval organizado pela Marinha dos Estados Unidos.
Presidido pelo almirante Jonathan Greenert, comandante da U.S. Navy, o evento contou com a participação do almirante Paul Zuknft, comandante da Guarda Costeira dos EUA, e de altos representantes das forças navais da França, Austrália, Japão, Cingapura, Colômbia e Romênia – país dono de uma esquadra que opera em águas confinadas (no caso, o Mar Negro e o rio Danúbio).