Ocidente desconfia de míssil norte-coreano lançado de submarino
Analistas ocidentais receberam com desconfiança a notícia, divulgada no sábado (09.05) pela imprensa oficial de Pyongyang, de que a Marinha da Coreia do Norte disparou, com êxito, um míssil balístico de um de seus submarinos.
O anúncio chama o suposto míssil balístico de “arma estratégica de alcance mundial”, e diz que ele está apto a “destruir forças hostis que avancem sobre a soberania e a dignidade” do país.
Mas as fontes ocidentais argumentam: se não existem dúvidas quanto à capacidade dos norte-coreanos de lançar mísseis balísticos baseados em terra, a notícia do vetor com capacidade de navegar submerso deve ser encarada com ceticismo.
O engenho pode até existir, mas ele certamente não é comparável aos poderosos mísseis balísticos lançados por submarinos americanos, russos, franceses, britânicos e chineses.
Na melhor das hipóteses, a Coréia do Norte pode ter comprado planos de algum míssil de cruzeiro russo, ou de mísseis antinavio de longo alcance fabricados pela indústria militar chinesa.
Mesmo assim, um fato a ser observado é que, até agora, não se tem notícia de que a Marinha norte-coreana possua uma plataforma capaz de lançar mísseis de debaixo d’água.
As maiores unidades da frota submarina de Pyongyang são os 20 submarinos classe Romeo, de tecnologia (obsoleta) russa, construídos entre 1976 e 1995.
Em junho do ano passado, o “Supremo Líder” norte-coreano Kim Jong-un se deixou fotografar na vela (torre) de um dos arcaicos Romeo da sua Marinha.
Especialistas do Ocidente admitem que os norte-coreanos tenham modificado um desses submersíveis para disparar mísseis por meio dos tubos lança-torpedos.
A menos que o governo norte-coreano tenha arranjado recursos para financiar o desenvolvimento e a construção, em segredo, de um novo submarino de ataque, o que parece bastante improvável.