Argentinos tentam obter, via FMS, seis S-60B Seahawk dos estoques americanos
A Marinha argentina está tentando obter, via FMS – programa Foreign Military Sales, de venda facilitada de equipamentos militares americanos – meia dúzia de helicópteros navais de médio porte S-60B Seakhawk, para reforçar a dotação aérea de seus destructores classe Almirante Brown (Meko 360), de origem alemã.
Atualmente, os navios dessa categoria – que compõem o principal elemento de combate da Flota de Mar (Esquadra) argentina – operam aeronaves francesas Fennec. Aparelhos muito leves, pouco artilhados e consideravelmente antiquados – mais apropriados às missões de reconhecimento armado em teatros de guerra de baixa intensidade.
A solicitação dos almirantes argentinos tramita na Agência de Cooperação em Segurança e Defesa do Departamento de Defesa americano, e – apesar de seu discurso político normalmente hostil à Administração Barack Obama – o governo Cristina Kirchner mantém-se otimista acerca do atendimento ao pleito.
Nos últimos seis meses a Agência de Cooperação já despachou positivamente alguns outros pedidos dos argentinos, como viaturas leves sobre rodas para o Exército, e dois bimotores de transporte C-212-200, de fabricação espanhola, que se encontravam disponíveis no mercado civil dos Estados Unidos. As aeronaves foram transferidas aos cuidados do Departamento da Defesa, para que pudessem receber modificações que as habilitem a operar como aeronaves de transporte de paraquedistas e de carga.
Além disso, a Agência acaba de oferecer, via FMS, ao Exército da Argentina, um lote de blindados de transporte de pessoal sobre esteiras M-113.
Sea King – Caso a solicitação dos helicópteros seja aprovada, ela será transferida à alçada da Agência de Gerenciamento de Contratos de Defesa do Departamento de Defesa, para a definição do valor global da compra e da forma como essa quantia será quitada. No programa FMS, um SH-60B (sem melhorias nos sensores eletrônicos ou nos motores) pode sair por cerca de 6 milhões de dólares.
Em meados de 2012 a Marinha do Brasil começou a receber uma versão de exportação do Seahawk, o S-70B, designada na Força Aeronaval como MH-16. Os pilotos navais brasileiros operam quatro MH-16, e aguardam a chegada de mais dois. Outros três exemplares tiveram sua transferência para o Brasil autorizada, mas falta a verba para que a transação possa ser concretizada.
A Marinha platina possui seis SH-3 Sea King – dois deles configurados para a guerra antissubmarina – que atendem à sua força de superfície, mas nem todos estão operacionais – e parte dos que ainda voam é constantemente deslocada para os exercícios de desembarque da Infantaria de Marinha.
No dia 13 passado, a Ala de Combate dos Helicópteros Navais do Pacífico aposentou os últimos S-60B em atividade na Marinha dos Estados Unidos. A cerimônia de desativação aconteceu em San Diego, cidade da costa oeste americana.
O S-60B é a versão naval do famoso UH-60 Black Hawk. Seu design e tecnologia básica são do final da década de 1970, mas o modelo sofreu diversas modernizações.
Por sua característica de versatilidade, o helicóptero é capaz de cumprir diversas missões: guerra antissubmarino, esclarecimento marítimo, alerta aéreo antecipado, ataque a alvos de superfície e salvamento no mar.
O Seahawk é mais caro que os seus congêneres da família Black Hawk que servem no US Army ou na US Air Force, por ter vários refinamentos técnicos, como travas adicionais para as pás dos rotores e o acionamento elétrico do sistema de recolhimento das pás. O trem de aterrissagem tem uma distância menor, e os motores são “navalizados” – isto é, montados após receberem tratamento especial para utilização em ambientes com alto grau de salinidade.