Helicópteros de vigilância e controle Merlin Mk2 da RN utilizarão radar e sistema de missão da Thales
Sistema de missão Cerberus e radar Searchwater de nova geração da Thales equiparão as aeronaves, após seleção realizada pela Lockheed Martin, principal contratada do Ministério da Defesa Britânico para o programa
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Em nota divulgada na sexta-feira, 22 de maio, a Thales informou que seu sistema de missão Cerberus e seu radar Searchwater, de nova geração, foram selecionados para instalação nos helicópteros Merlin Mk2, especialmente adaptados, que equiparão a Marinha Real Britânica.
Trata-se do programa que visa prover capacidade embarcada de vigilância e controle (ASaC – airborne surveillance and control capability) à frota da RN, sendo considerado o coração do projeto mais abrangente denominado “Crowsnest”. Os helicópteros deverão operar a partir dos novos porta-aviões classe “Queen Elizabeth”, com uma unidade em fase de construção e outra em finalização, e que deverão operar no futuro os caças Lockheed Martin F-35B Lightning II.
A seleção foi feita pela principal contratada do Ministério de Defesa Britânico, a subsidiária britânica da empresa norte-americana Lockheed Martin, após uma competição. Os helicópteros Merlin substituirão, na chamada força ASaC, os atuais modelos Sea King Mark 7, que utilizam uma versão anterior dos sistemas da Thales. A previsão é que o Merlin Mk2 ASaC entrará em serviço operacional em 2018, quando deixar o serviço o último Sea King Mark 7, cuja primeira versão dedicada a ASaC entrou em serviço operacional regular em 1982.
O projeto Crowsnest atuará, segundo nota do Ministério da Defesa Britânico, como os olhos e ouvidos da Marinha Real em sua nova geração de navios-aeródromo, provendo detecção de longo alcance no ar, mar e terra, assim como a capacidade de acompanhar ameaças em potencial, de apoiar grandes operações marítimas e terrestres.
Ainda segundo a nota do ministério, o programa foi acelerado para compensar a baixa prevista dos modelos Sea King Mark 7.
Agora, espera-se que a Lockheed Martin conclua até 2016 a fase de avaliação do projeto, com apoio da Thales e da Augusta Westland, fabricante da aeronave em que o sistema será instalado. O projeto é cotado em 27 milhões de libras, equivalente a US$ 41,7 milhões ou R$ 128 milhões, e espera-se que gere cerca de 300 empregos nas instalações dessas empresas em Crawley, Havant e Yeovil quando for tomada a decisão para iniciar a fase de produção.
Sobre o helicóptero, além do modelo adaptado à missão ASaC, o Merlin Mk2 também tem versões dedicadas a guerra antissubmarino (ASW) para a Marinha Real.
O sistema da Thales inclui um radar de varredura mecânica com um inovador sistema que, segundo a nota do ministério, provê “visão 360º a partir da parte inferior do helicóptero, e que recolhe para o lado da aeronave quando não está em operação.”
A Thales informou as principais melhorias realizadas: desempenho e processamento de dados aprimorados, novos modos de operação, melhor interface homem-máquina, peso reduzido e funções de treinamento já incorporadas. Os sistemas podem ser instalados tanto em plataformas de asas rotativas quanto fixas.
IMAGENS: Ministério da Defesa do Reino Unido e Thales (em caráter meramente ilustrativo)
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“O sistema da Thales inclui uma antena de radar de varredura britânica(…)”
Esse tipo de varredura eu não conhecia. Conheço a varredura mecânica e a eletrônica…
Obrigado pelo aviso sobre meu erro na hora de escrever.
Já foi corrigido.
_RJ_ 25 de maio de 2015 at 15:14 #
tudo bem! Afinal foram os britânicos que inventaram o radar ! 🙂
agora quanto à seleção fiquei decepcionado. A proposta concorrente consistia em radares AESA distribuídos nas laterais, e poderia ser instalado nos H225M (ex EC725) que estamos comprando.
Abraços
Pessoalmente também acho a proposta concorrente (Vigilance) mais elegante. Mas deve ter pesado a parte de custos, pois aparenta também ser a mais cara, embora pareça ser mais eficiente também.
Para ajudar na discussao, imagem de Merlin com os dois pods do sistema Vigilance da LM:
http://www.flightglobal.com/assets/getasset.aspx?itemid=60065
Outras imagens interessantes, e pelo que entendi mais antigas, é de proposta de instalação do domo do radar da Thales na parte de trás da aeronave, ao invés de ficar na lateral (como se vê na imagem de abertura desta matéria). A ideia é que ele recolhesse para dentro do vão das portas traseiras do Merlin:
http://www.jeffhead.com/worldwideaircraftcarriers/MerlinAEW.jpg
http://4.bp.blogspot.com/-aGFfMS9TUNw/UCjIDlCjocI/AAAAAAAABYI/AJ_Cg4C6gCQ/s1600/aw101_asac_cutaway.jpg
Pelo jeito, a tradicional instalação lateral (como a do Sea King, porém a bombordo ao invés de boreste) foi a que vingou.
Isso é o que eu chamo de RMM (Radar Muito Mequetrefe). rsrsss
Deviam logo optar por uma versão AEW do V-22 com um radar decente.
Ou então radicalizar de vez e usar dirigíveis (ou balões cativos ??) dotados de radar.
Na verdade até mesmo o E-2D me irrita rrsrss por não usar o reabastecimento em voo como prática corriqueira.
RMM (Radar Muito Mequetrefe).
Boa Bosco 🙂
é a Royal Navy fazendo o que pode… 🙁
Quanto ao E-2D ele ainda está no início de carreira e a
bordo no momento do USS Theodore Roosevelt lá no chamado Golfo Pérsico e pelo menos aumentaram o número para 5 aeronaves ao invés da prática de se ter
apenas 4 aeronaves AEW.
E dentro de alguns anos o E-2D terá a capacidade de ser
reabastecido em voo o que deverá dar umas 2 horas a
mais no ar.
abs
acho que a questão custo e o fornecedor nacional (Thales UK) pesaram na escolha. Os radares AESA eram da ELTA. Enfim, vão permanecer com radar com escaneamento mecânico a caminho da segunda década do século 21…
digo, terceira década do século 21, já estamos na segunda!
Li em outro blog que vão transplantar as peças dos Sea King pro Merlin (dando só uma recauchutada no radar e nos consoles), e com isso a economia seria muito grande.
E o povo lá estava revoltado porque gastou-se uma dinheirama nessa concorrência fajuta para dar o resultado óbvio de se usar o que tem (a despeito da performance do sistema) para economizar. Poderiam ter economizado no processo todo.
http://www.thinkdefence.co.uk/2015/05/royal-navy-crowsnest-decision/