Reforma do AMRJ: no futuro, Oficina de Submarinos servirá à construção de navios de superfície
A Marinha já traça planos para as áreas do seu Arsenal, no Rio de Janeiro (AMRJ), que ficarão liberadas de seus atuais encargos depois que houver a transferência dos serviços de construção e manutenção de submarinos para os dois estaleiros que estão sendo erguidos no perímetro do novo complexo industrial-militar de Itaguaí, no litoral fluminense.
As instalações que hoje servem à Oficina de Submarinos deverão passar por modificações que as habilitem a um reaproveitamento. O plano é utilizá-las para a construção de blocos e megablocos destinados a navios de superfície. Mais tarde, esses componentes serão acoplados nas carreiras ou no Dique “Almirante Régis” (que, atualmente, acolhe o navio-aeródromo São Paulo).
Conforme o Poder Naval adiantou com exclusividade no último sábado (23.05), o Estaleiro de Construção de submarinos de Itaguaí só estará pronto para funcionar a pleno em outubro de 2016. A essa altura já estarão sendo realizadas as obras do Estaleiro de Manutenção, que será equipado com dois diques.
Tamoio – A Divisão de Oficinas de Construção de Submarinos do AMRJ vem prestando serviços relevantes à Marinha do Brasil. Sete meses atrás, o Arsenal realizou o load-in do IKL-209 Tamoio, primeiro submarino inteiramente fabricado no Brasil.
A operação consistiu em retirar o navio da água e colocá-lo no interior da Oficina de Construção de Submarinos, onde ele passaria pelo chamado Período de Manutenção Geral (PMG), que previa o seccionamento do casco para inspeção e reparos em motores, sensores e outros sistemas.
A extração do barco da água foi feita por meio de uma balsa, que o levou até o galpão – clímax da missão –, onde pontes de load-in projetadas e construídas especialmente para o serviço no Tamoio, se encarregaram de fazer a ligação entre a balsa e o cais.
Nas instalações da Oficina de Construção de Submarinos são feitos trabalhos de soldagem de aços especiais e metais não-ferrosos; fabricação, instalação e testes de redes; ligação de equipamentos elétricos; instalação do sistema de governo e propulsão; e ainda a movimentação de cargas – procedimento que permite mover blocos com pesos de até 600 toneladas no interior da Oficina, e do interior da Oficina para o Dique Flutuante.
Cursos – Nos últimos três meses, numa estratégia marcada pela discrição, o Comando da Marinha vem firmando pequenos contratos para a modernização de algumas edificações do AMRJ.
Já foram contratadas a reforma do refeitório
situado na Ilha das Cobras, e remodelações em prédios e oficinas que serão destinados, entre outras atividades, à realização de cursos.
A Marinha celebrou convênio com duas instituições de ensino e abriu processo seletivo para candidatos interessados em frequentar estágios de capacitação no Arsenal.
A ideia, por enquanto, é fazer as melhorias no AMRJ sem muito alarde, por meio de beneficiamentos pontuais. Caso seja disponibilizado um volume maior de recursos, a Força partirá para o programa de modernização de grande vulto.
Mas enquanto isso não ocorre, a estratégia é proceder a reformas de porte limitado, dentro do que as verbas permitem, e capacitar pessoal para as tarefas de construção e manutenção de meios navais.