Reforma do AMRJ: no futuro, Oficina de Submarinos servirá à construção de navios de superfície

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Load In submarino Tamoio para oficina - foto MB
Na última semana de outubro de 2014, a Oficina de Construção de Submarinos do AMRJ “hospedou” o “Tamoio”

A Marinha já traça planos para as áreas do seu Arsenal, no Rio de Janeiro (AMRJ), que ficarão liberadas de seus atuais encargos depois que houver a transferência dos serviços de construção e manutenção de submarinos para os dois estaleiros que estão sendo erguidos no perímetro do novo complexo industrial-militar de Itaguaí, no litoral fluminense.

As instalações que hoje servem à Oficina de Submarinos deverão passar por modificações que as habilitem a um reaproveitamento. O plano é utilizá-las para a construção de blocos e megablocos destinados a navios de superfície. Mais tarde, esses componentes serão acoplados nas carreiras ou no Dique “Almirante Régis” (que, atualmente, acolhe o navio-aeródromo São Paulo).

Conforme o Poder Naval adiantou com exclusividade no último sábado (23.05), o Estaleiro de Construção de submarinos de Itaguaí só estará pronto para funcionar a pleno em outubro de 2016. A essa altura já estarão sendo realizadas as obras do Estaleiro de Manutenção, que será equipado com dois diques.

Tamoio A Divisão de Oficinas de Construção de Submarinos do AMRJ vem prestando serviços relevantes à Marinha do Brasil. Sete meses atrás, o Arsenal realizou o load-in do IKL-209 Tamoio, primeiro submarino inteiramente fabricado no Brasil.

A operação consistiu em retirar o navio da água e colocá-lo no interior da Oficina de Construção de Submarinos, onde ele passaria pelo chamado Período de Manutenção Geral (PMG), que previa o seccionamento do casco para inspeção e reparos em motores, sensores e outros sistemas.

A extração do barco da água foi feita por meio de uma balsa, que o levou até o galpão – clímax da missão –, onde pontes de load-in projetadas e construídas especialmente para o serviço no Tamoio, se encarregaram de fazer a ligação entre a balsa e o cais.

NAPAOC Amazonas no AMRJ - foto V Cardoso
Vista aérea do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro

Nas instalações da Oficina de Construção de Submarinos são feitos trabalhos de soldagem de aços especiais e metais não-ferrosos; fabricação, instalação e testes de redes; ligação de equipamentos elétricos; instalação do sistema de governo e propulsão; e ainda a movimentação de cargas – procedimento que permite mover blocos com pesos de até 600 toneladas no interior da Oficina, e do interior da Oficina para o Dique Flutuante.

Cursos – Nos últimos três meses, numa estratégia marcada pela discrição, o Comando da Marinha vem firmando pequenos contratos para a modernização de algumas edificações do AMRJ.

Já foram contratadas a reforma do refeitório
situado na Ilha das Cobras, e remodelações em prédios e oficinas que serão destinados, entre outras atividades, à realização de cursos.

A Marinha celebrou convênio com duas instituições de ensino e abriu processo seletivo para candidatos interessados em frequentar estágios de capacitação no Arsenal.

A ideia, por enquanto, é fazer as melhorias no AMRJ sem muito alarde, por meio de beneficiamentos pontuais. Caso seja disponibilizado um volume maior de recursos, a Força partirá para o programa de modernização de grande vulto.

Mas enquanto isso não ocorre, a estratégia é proceder a reformas de porte limitado, dentro do que as verbas permitem, e capacitar pessoal para as tarefas de construção e manutenção de meios navais.

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João Filho

Construção de navios de superfície??? Assim como o aquele tão louvado programa de construção de vehiculos de lançamento de satélites? Ou a grandiosa obra do Foch? Do jeito que andam as coisas no Brasil (para variar) essa manchete só cabe mesmo na coluna do “Acredite se quiser”.

Fernando "Nunão" De Martini

“Do jeito que andam as coisas no Brasil (para variar) essa manchete só cabe mesmo na coluna do “Acredite se quiser”.” João, o título diz claramente que se trata de um planejamento para o futuro, de forma a retomar a atividade de construção de navios de superfície interrompida desde o final da década passada, quando a corveta Barroso finalmente foi terminada e incorporada. E para isso é que serve esse planejamento de se utilizar para outros fins uma oficina relativamente moderna, que se tornará redundante devido à transferência da atividade para Itaguaí, ainda que a passos bem mais lentos que… Read more »

Rafael M. F.

Complementando a nota do Fernando: O Brasil tem uma tradição de construção naval que remonta os tempos do Arsenal de Guerra da Corte e teve gente do porte de Napoleão João Baptista Level, Carlos Braconnot, Trajano Augusto de Carvalho e João Cândido Brasil. No Arsenal de Guerra da Corte foram construídos navios que foram decisivos nas campanhas navais da Guerra do Paraguai, como os encouraçados Barroso e Tamandaré, os monitores encouraçados Bahia, Rio Grande, Pará e Alagoas. Posteriormente seria construído o Cruzador Tamandaré, que foi – em que pese os diversos problemas que sofreu ao longo de sua vida operacional… Read more »