Boa notícia: motor elétrico para a planta de propulsão do LABGENE já está a caminho do Brasil
Roberto Lopes
Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa
A empresa francesa Jeumont Electric já embarcou para o Brasil o motor elétrico que será instalado no Sistema Elétrico de Propulsão da planta de propulsão do submarino nuclear que a Marinha do Brasil está construindo no Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE) do Centro Experimental de Aramar, no município paulista de Iperó – um complexo de 11 prédios principais, entre os quais se destacam, o Prédio do Reator e o Prédio das Turbinas.
Trata-se de um poderoso motor síncrono de ímã permanente que mede cerca de 6 m de comprimento por 3 m de largura, e 4,5 m de altura. O equipamento francês deve chegar ao Brasil no próximo dia 15, acompanhado de um gabinete de conversores de energia.
O sistema de propulsão montado em Aramar servirá para validar os planos e ensaiar todas as condições de operação possíveis de uma planta de propulsão nuclear.
Por ser uma instalação experimental em terra, o projeto segue as convenções e regras típicas de usinas nucleares, de forma a garantir a segurança dos operadores e população local e evitar danos ao meio ambiente.
A energia nuclear ou núcleo-elétrica é proveniente da fissão do urânio em reator nuclear. Apesar da complexidade de uma planta nuclear, seu princípio de funcionamento é similar ao de uma termelétrica convencional, onde o calor gerado pela queima de um combustível produz vapor, que aciona uma turbina, acoplada a um gerador de corrente elétrica.
Circuitos – Em uma central nuclear, o calor é produzido pela fissão do urânio no reator que necessita de um sistema de controle para a reação nuclear (hastes absorvedoras de nêutrons) e uma blindagem eficiente contra os nêutrons e raios gamas emitida pelo produto da fissão.
O modelo de reator empregado nos submarinos nucleares e desenvolvido pela Marinha do Brasil é do tipo de água pressurizada (Pressurized Water Reactor – PWR) constituído por três circuitos: primário, secundário e de refrigeração.
No circuito primário a água é aquecida pela energia liberada pela reação da fissão nuclear e está submetida à alta pressão. Em seguida, esta água passa por uma tubulação trocando calor e vaporizando a água do circuito secundário no gerador de vapor, sem que haja contato físico entre os dois circuitos.
O vapor gerado aciona uma turbina, que alimenta os geradores do Sistema Elétrico de Propulsão e do Sistema Elétrico de Serviço do submarino.
A divulgação da empresa Jeumont diz que este é o maior e mais poderoso motor síncrono que ela jamais construiu.