O apoio ao F-35B na avaliação operacional a bordo do USS Wasp
Cerca de 150 militares do USMC apoiaram a primeira fase de avaliação operacional, recém-completada, do F-35B a bordo do USS Wasp. Isso incluiu a comprovação de que o módulo de propulsão do caça pode ser transportado ao navio, com segurança, por aeronave V-22 Osprey
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Na quarta-feira, 3 de junho, o site do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC) divulgou nota com algumas imagens e informações interessantes sobre o apoio e manutenção em pleno mar dos novos caças F-35B Lighting II, dos quais seis exemplares estão atualmente embarcados para a primeira fase de avaliação operacional no navio anfíbio de convés corrido USS WASP (LHD-1) da Marinha dos EUA (USN). Esta comissão é a chamada OT-1 (Operational Testing – first phase)
As operações no navio começaram no dia 18 de maio e terminaram no dia 29, envolvendo pessoal e equipamentos do Esquadrão 22 de Testes Operacionais e Avaliações, do Esquadrão 501 de Treinamento de Caças de Ataque, e do Esquadrão 121 de Caças de Ataque, do USMC. As equipes dos Fuzileiros responsáveis pelo apoio às aeronaves envolvem técnicos de aviônica, mecânicos de propulsão e mecânicos de estruturas. No total, cerca de 150 pessoas cuidaram da manutenção das seis aeronaves embarcadas, segundo nota anterior do USMC.
Complexidade – Os aviões da versão B do F-35 já possuem um sistema complexo de propulsão, capaz de fazer os caças decolarem no convoo de um navio anfíbio como o Wasp, que não é dotado de catapultas, e de pousar verticalmente. A essa complexidade, somam-se outros equipamentos da família F-35 de quinta geração: furtividade, visores no capacete com “visão raio-X”, sistemas de acompanhamento de alvos a laser, entre outros, para serem apoiados e passar por manutenção no ambiente restrito do navio.
Na área de aviônicos, são apoiados todos os sistemas de comunicações, de navegação, elétricos e de armas, com seus computadores e softwares. A área de mecânica de estruturas envolve não só as mesmas, o que inclui as propriedades furtivas do avião, ou “o lado de fora”, mas também os sistemas hidráulicos. Já a área de mecânica de propulsão, além dos motores e seus acessórios, considerados o lado “poderoso” dos aviões, inclui os sistemas de combustível, de lubrificação e até mesmo pneus.
Motor vai de Osprey – Falando em motor, pela primeira vez foi comprovado que um módulo de propulsão sobressalente do F-35B, uma máquina intrincada e bastante volumosa para permitir as operações de decolagem curta e pouso vertical, pode ser transportada com segurança desde a costa até o navio por um MV-22 Osprey.
As manutenções foram realizadas dia e noite, e as checagens pré e pós voos incluíram, na área aviônica, o fornecimento de eletricidade (também o back-up do mesmo), baterias, comunicação entre os sistemas, e uma série de itens que podem significar o impedimento de voo no caso de pane. Nas áreas mecânicas, as checagens e inspeções envolvem avaliações sobre a integridade estrutural e mecânica das aeronaves. O avião, considerado um computador voador, faz com que as equipes de manutenção se sintam como caçadores de problemas, pois o mal-funcionamento de sistemas eletrônicos, em geral, é algo difícil de se isolar dentre outras falhas.
Um exemplo de falha detectada durante essa primeira fase de avaliação operacional, ocorreu quando o piloto voltou de seu voo com reclamação sobre a transferência de combustível. Detectou-se o problema, que estava numa das bombas de combustível, que foi substituída graças a existir uma sobressalente entre os equipamentos trazidos a bordo para a comissão. Removeu-se o painel de acesso, testou-se a nova bomba e o avião pôde voltar aos voos, sem perder os “slots” já planejados de missões.
Sobre a quantidade de missões, só no dia 26 de maio os pilotos de F-35B a bordo do Wasp voaram mais de 80 surtidas.
Entrosamento -O F-35B requer bastante esforço conjunto das equipes de manutenção, e nenhuma das três equipes pode estar ausente para que a aeronave opere. Segundo o técnico de aviônicos Jared VanSpeybroeck, que faz parte da equipe a bordo do Wasp, “o F-35B é uma máquina de sintonia fina que requer um amplo espectro de manutenção para desempenhar.” Vale acrescentar que as três equipes são provenientes de três esquadrões diferentes, cada um deles baseado num lugar dos Estados Unidos, e devem trabalhar como uma única equipe.
Sobre esse entrosamento conseguido o capitão John Johnson, que comanda as divisões de aviônica e estrutura a bordo do Wasp para a OT-1, afirmou: “Eles vieram de três diferentes esquadrões (baseados na Carolina do Norte, Carolina do Sul e no Arizona) e sem problemas fizeram a transição para uma unidade sólida. Eu os reuni ontem e disse que este é o grupo que eu gostaria de colocar em operação, agora mesmo, como uma Unidade Expedicionária dos Fuzileiros (Marine Expeditionary Unit).
Operações noturnas e presença britânica – Segundo outra nota divulgada pelo USMC, entre os testes realizados na OT-1 estiveram as operações noturnas, em que testou-se a habilidade dos pilotos em fazer os pousos visualmente, sem a utilização da câmera de visão noturna ou da “visão raio-X” do visor do capacete, proporcionada pelo chamado DAS (distributed aperture system). Isso porque esses sistemas não estão ainda liberados para uso no ambiente de operação embarcada. A nota informa que esses testes foram realizados com sucesso.
Estiveram presentes no USS Wasp, durante a OT-1, membros da Marinha Real (RN) e da Força Aérea Real (RAF) britânicas, integrados às unidades dos Fuzileiros, já que dois porta-aviões da classe Queen Elizabeth da RN estão em diferentes estágios de construção e acabamento, e deverão empregar o F-35B.
FOTOS: USMC
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