‘Navios asiáticos’: MB renova seu interesse pelo coreano Makassar
Roberto Lopes
Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa
A Marinha do Brasil terá uma nova chance de examinar em detalhes o projeto do navio de desembarque-doca sul-coreano da classe Makassar, de 8.400 toneladas.
A Marinha de Guerra do Peru convidou sua congênere brasileira a enviar uma delegação para acompanhar, durante alguns dias, os trabalhos no Makassar peruano BAP Paita, que está em fase final de construção no estaleiro SIMA-Callao.
No segundo semestre de 2013, a Marinha brasileira já havia despachado alguns de seus oficiais para o Peru, a fim de se inteirar das características do navio desenhado e produzido pelo grupo Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering (DSME). Mas agora, com a indisponibilidade do NDD Ceará (G30) – que se encontra recolhido à base naval de Val-de-Cães, no Pará, para ser submetido a um demorado período de reparos –, e as dificuldades da Força para alavancar a verba que seria necessária à compra do navio de desembarque-doca francês Siroco, os chefes navais brasileiros decidiram avaliar uma alternativa baseada em uma embarcação nova.
Os militares brasileiros devem seguir para o Peru no início do segundo semestre.
Custos – A construção de um Makassar está avaliada em 50 milhões de dólares, o equivalente a 37% do preço que a Marinha francesa e a empresa DCNS pediram para entregar à Marinha do Brasil o Siroco, de 12.000 toneladas (carregado), que, apesar de estar apenas na metade da sua vida útil, se encontra muito próximo da data de sua desprogramação pela Marine Nationale.
Procurado pelo Poder Naval, um assessor da diretoria da empresa Andrade Gutierrez Defesa e Segurança – que nos últimos meses vinha sugerindo à Marinha optar por navios menores e mais baratos da indústria naval asiática – afirmou desconhecer a viagem dos oficiais brasileiros para o Peru.
O BAP Paita começou a ser construído em julho de 2013, e deve ser entregue à Esquadra peruana para as provas de mar dentro do primeiro semestre do ano que vem.
Os militares peruanos calculam que já no próximo mês de agosto estarão assinando com a DSME o contrato para a construção de um segundo barco da mesma classe, o BAP Pisco.
No final de 2014, quando também iniciaram consultas junto à Marinha francesa para ficar com o Siroco, oficiais da Marinha de Portugal calcularam que um navio da classe Foudre como o Siroco, novo, não sairia por menos de 400 milhões de Euros – o equivalente a 451,6 milhões de dólares (ou 1,4 bilhão de Reais).