Marinha providencia reparos para o sistema de controle da propulsão das fragatas Niterói

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A fragata Niterói completou 41 anos de incorporação na MB

Popa_Niteroi
A fragata “Niterói” vista pela popa

 

Apesar de na segunda semana de maio ter deixado vazar pela internet a informação de que não previa fazer “modernização complementar das fragatas” classe Niterói, o comando da Marinha realizou concorrência para selecionar uma empresa capaz de prover o “serviço de reparo do sistema de controle da propulsão” desses navios.

O processo licitatório teve apenas uma empresa participante – a SKM Eletro Eletrônica Ltda., do Rio de Janeiro – que foi, afinal, selecionada para realizar o trabalho.

Criada em 1992, a SKM atua no desenvolvimento e fornecimento de soluções tecnológicas para sistemas de controle e supervisão de máquinas e sistema de gerenciamento de energia de navios militares. Além de ser a única empresa brasileira que desenvolve, em conjunto com o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), o Período de Manutenção Geral (PMG) do sistema de controle e monitoramento da propulsão, provas de cais e provas de mar (comissionamento da propulsão) dos submarinos classe Tupi e do submarino Tikuna.

Foi a SKM que realizou a modernização do sistema da propulsão do navio escola Brasil, cujo projeto é o mesmo das fragatas Niterói.

A função do sistema automático de controle da propulsão é fornecer uma velocidade especifica ao navio determinando uma posição e controlar a velocidade do motor. A alteração no equipamento de controle incrementa os motores e equaliza o combustível nas entradas dos mesmos.

Passadiço Niterói
Passadiço da “Niterói”

 

O Poder Naval transcreve, abaixo, o resultado do julgamento da concorrência:

DIRETORIA-GERAL DO MATERIAL

ARSENAL DE MARINHA DO RIO DE JANEIRO

RESULTADO DE JULGAMENTO

CONCORRÊNCIA Nº 4-0121/2014-5

Objeto: Serviço de Reparo Sistema de Controle da Propulsão das Fragatas Classe Niteroi. Empresa vencedora: SKM Eletro Eletrônica Ltda, única participante.

CF (Im-Rm1) JOSÉ RODRIGUES DA SILVA NETO

Presidente da Comissão Permanente de Licitações

 

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XO

Mas se eh reparo, nao vejo porque citar a palavra modernizacao…

Roberto Lopes

Boa noite, XO. Lamento dizer, mas o seu comentário não se coaduna com a sua condição de oficial da Marinha da ativa. Como o sr. não desconhece, os classe Niterói são navios da década de 1970, que passaram por algumas modernizações mas continuam, infelizmente, com a maior parte dos seus sistemas muito defasados tecnologicamente. Nessa situação, qualquer reparo — qualquer um — , especialmente no controle da propulsão, embute uma modernização (avanço tecnológico) nos sistemas do navio. A não ser que o sr. possa me convencer de que a SKF fará um conserto instalando componentes que foram fabricados com a… Read more »

Roberto Lopes

Onde mencionei SKF, leia, por favor, SKM.

Obrigado.

Farragut

Falando de propulsão de classe Niterói, alguma informação sobre a causa da avaria aparentemente simultânea dos hélices da União?

Roberto Lopes

Já andamos investigando isso, Farragut.
Mas teremos mais chances de obter esclarecimentos precisos no fim de julho.
Tencionamos publicar essa explicação no texto de um post.

Bom sábado.

Farragut

Obrigado, senhor Roberto.
Não foi minha intenção cobrar do blog. Apenas quis manter o debate sobre a cultura da MB de não disseminar as lições de ocorrências tais como incêndios,encalhes e avarias graves. As FFAA de nações mais avançadas sabem diferenciar transparência de caça às bruxas.

Roberto Lopes

Seu comentário é perfeito, Farragut. Meus parabéns. Na Marinha do Brasil muitas vezes há mesmo falta de transparência. Mas isso ainda não é o pior. O pior, na minha opinião, são as meias-verdades. Dou um exemplo: Em abril, creio, o Poder Naval noticiou que as fragatas Niterói seriam remotorizadas. Na segunda semana de maio, a Marinha deixou vazar na Internet que não considerava a possibilidade da remotorização. Mas essa informação era apenas uma meia-verdade. A Marinha tomara, efetivamente, a decisão de remotorizar suas fragatas classe Niterói, conforme noticiamos, mas ABANDONARA ESSA POSTURA na última semana de abril. O Poder Naval… Read more »

Baschera

Na verdade… o que deveríamos reformar era a Marinha do Brasil.

Pensando melhor…. seria o caso de reconstruirmos o pais.

Sds.

XO

Prezado Roberto,

Pegou pesado… mas deixa eu esclarecer a visao de Oficial da ativa… reparo eh conduzir o equipamento ou sistema ao estado de pronto para operar… nao funcionava, reparou, voltou a funcionar, simples assim… agora, modernizar eh atualizar ou modificar, implementado nova capacidade… acredito que isso esclareca o teor do meu comentario…

XO

Sobre comentarios acerca de sinistros na MB, a revista anual do CAAML (Passadico) publica uma analise sucinta de algumas ocorrencias… os editores nao terao dificuldades em conseguir alguns exemplares…

Farragut

A revista Passadiço está online no site do CAAML.
https://www.mar.mil.br/caaml/passadico.htm

As ocorrências parecem poucas e de limitada abordagem da análise, mas mostram que o caminho do aprendizado passa pela disseminação das situações de perigo.

Já que vivemos, desde 2011, sob a égide da Lei de Acesso à Informação, seria desejável que fossem tornados públicos, cumpridos os prazos legais para desclassificação, os documentos das investigações dos incidentes.
Seguem exemplos do Ministério da Defesa do Reino Unido:
https://www.gov.uk/government/collections/service-inquiry-si
http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/*/http://www.mod.uk/DefenceInternet/AboutDefence/CorporatePublications/BoardsOfInquiry/
http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/*/http://www.mod.uk/DefenceInternet/AboutDefence/CorporatePublications/AirSafetyandAviationPublications/MAAS/

XO

Prezado Farragut,

Alguns casos emblemáticos, como o encalhe do Pedro Teixeira no rio Madeira, são abordados em fóruns ou seminários… eu mesmo fico sabendo de muita coisa por causa de campanhas que tomaram parte dos eventos ou fazem parte de estado-maior ou da equipe do CAAML… fora isso, só aquilo que eu mesmo presenciei… poucos e sem baixas, graças a Deus…

XO

Agora, sobre a divulgação de procedimentos acerca dos sinistros, se estiverem desclassificados, não vejo problema em acessá-los… mas, realmente, não temos, até onde eu sei, algo como você postou…