Canadá disputa com Arábia Saudita e Egito a compra de porta-helicópteros franceses feitos para a Rússia
Sounak Mukhopadhyay
O Egito é um dos cerca de 10 países que já demonstraram interesse em comprar dois porta-helicópteros franceses que a França deveria entregar originalmente para a Rússia. A França concordou em vender os navios de guerra à Rússia em 2011, indo de encontro a um número de aliados da Otan, incluindo os Estados Unidos. O acordo foi assinado originalmente pelo então presidente francês, Nicolas Sarkozy.
O presidente francês, François Hollande, disse em novembro que ele iria realizar a entrega se houvesse um cessar-fogo no leste da Ucrânia. Hollande e seu colega russo, Vladimir Putin mutuamente decidiram cancelar o contrato na quarta-feira passada. Depois de cancelar o contrato, a França agora tem que pagar cerca de US$ 1,2 bilhão à Rússia.
O Egito é um dos países interessados em comprar os navios. Uma fonte diplomática revelou que presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi falou sobre a possível compra com Hollande.
O Egito comprou quatro pequenos navios de guerra em 2014. A França detém uma quota de 64 por cento da DCNS, a empresa construtora. Fontes revelam que o Egito pode comprar um mais uma fragata FREMM da DCNS.
“A necessidade inicial do Egito é de duas FREMMs, mas suas limitações orçamentais impedem atualmente qualquer negociação sobre um segundo navio,” informou o jornal al-Bawaba citando uma fonte diplomática.
Segundo uma fonte diplomática francesa, a Arábia Saudita está entre os outros países interessados na compra. Outros incluem Canadá, Cingapura e Brasil. A fonte disse que o Canadá poderia ser o candidato mais provável para comprar os porta-helicópteros já que eles foram projetados para águas frias.
Analistas de defesa russos estavam divididos sobre se havia sido uma decisão prática para a Rússia comprar tais navios caros. Vadim Kozyulin, especialista militar do PIR Center, em Moscou, disse que o cancelamento do negócio tinha sido um “verdadeiro alívio” para o país.
“Porta-helicópteros Mistral não estão armados e exigem enorme defesa contra ameaças aéreas, de mísseis e submarinos, o que significa que eles precisam ser escoltados por uma ampla rede de navios de apoio, e isso é oneroso para qualquer orçamento da marinha”, disse Kozyulin ao Moscow Times.
FONTE: International Business Times / FOTO: Reuters