Poder Naval visita o porta-aviões museu USS ‘Lexington’ (CV-16), no Texas
Visitamos o navio-aeródromo museu USS Lexington, da classe “Essex”, na cidade de Corpus Christi no estado americano do Texas. O navio é um dos quatro da classe “Essex” preservados nos EUA, os outros são: USS Yorktown (CV-10), USS Intrepid (CV-11) e USS Hornet (CV-12). A Marinha Americana teve 24 navios desta classe.
O USS Lexington tem um comprimento de 266 metros e boca de 28 metros, deslocando 36.000 toneladas quando carregado, portanto suas dimensões são muito parecidas com o atual navio-aeródromo brasileiro São Paulo (ex-PA Foch), cujo desenho foi baseado na classe “Essex”.
O USS Lexington ( que teve as designações CV/CVA/CVS/CVT/AVT-16) era apelidado de “The Blue Ghost” (O Fantasma Azul) e foi construído durante a Segunda Guerra Mundial. Ele receberia originalmente o nome de USS Cabot, mas durante sua construção chegou a notícia de que o USS Lexington (CV-2) tinha sido afundado pelos japoneses na Batalha do Mar de Coral.
Então, a pedido dos operários que construíam o navio, a Marinha dos EUA mudou o nome para USS Lexington para homenagear o porta-aviões recém afundado. Este foi o quinto da US Navy a receber o nome da Batalha da Guerra Revolucionária de Lexington.
O USS Lexington foi comissionado em fevereiro de 1943 e teve grande participação na Guerra do Pacífico. Atuou como navio capitânia do almirante Marc Mitscher e liderou a Fast Carrier Task Force nas batalhas pelo Pacífico. O navio recebeu 11 estrelas de batalha e a Presidential Unit Citation.
Depois da Segunda Guerra, o Lexington foi descomissionado, mas foi modernizado e reativado no início dos anos 1950 e reclassificado como navio-aeródromo de ataque (CVA). Mais tarde, foi reclassificado como navio-aeródromo antissubmarino (CVS). Em sua segunda carreira, ele operou no Atlântico, no Mediterrâneo e no Pacífico, mas passou a maior parte do tempo, quase 30 anos, na costa Leste como navio-aeródromo de treinamento (CVT).
O Lexington foi desativado em 1991, com a mais longa vida ativa que qualquer outro navio da classe “Essex”. Depois do seu descomissionamento, o navio foi doado como navio museu para a cidade de Corpus Christi no Texas. Em 2003, o Lexington foi designado National Historic Landmark – Marco Histórico Nacional.
Blue Ghost
Os japoneses chamavam o Lexington de navio “fantasma”, pois eles sabiam ter afundado o USS Lexington e este “reapareceu” logo depois. O esquema de camuflagem azul escuro levou a tripulação a chamá-lo de “The Blue Ghost”.
O USS Lexington participou das Batalhas do Mar das Filipinas e do Golfo de Leyte, entre outras, com avarias de combate que os japoneses julgavam suficientes para afundá-lo e informavam nas propagandas de rádio que o inimigo tinha sido derrotado. Mas o USS Lexington sempre reaparecia e abalava o moral dos japoneses.
No Pós-Guerra
O Lexington foi descomissionado em Bremerton, Washington em 23 de april de 1947 e entrou para a reserva na National Defense Reserve Fleet. Em 1953 o navio foi submetido às modernizações da classe “Essex” SCB-27C e SCB-125, possibilitando ao navio operar aeronaves a jato mais modernas. As características mais marcantes da modernização foram o convés em ângulo, catapultas a vapor, uma nova ilha e a proa em forma de furacão.
O navio foi recomissionado em 15 de agosto de 1955, baseado no início em San Diego e depois partindo para integrar a 7ª Frota, ficando baseado em Yokosuka. Foi redesignado CVS-16 em 1962 e chegou a atuar na Crise dos Mísseis ao largo de Cuba, antes de mudar-se para a base de Pensacola, na Florida.
O USS Lexington continuou operando como navio-aeródromo de treinamento durante os 22 anos seguintes, até ser descomissionado em 8 de novembro de 1991.
Evolução da Grupo Aéreo Embarcado
A configuração típica de porta-aviões de ataque (CVA) da classe “Essex” em 1956–57 consistia de uma ala embarcada com um esquadrão de cada das seguintes aeronaves: FJ-3 Fury, F2H Banshee, F9F Cougar, AD-6, AD-5N/AD-5W Skyraider, AJ-2 Savage e F9F-8P Cougar de reconhecimento.
Em meados dos anos 1960, eram dois esquadrões de F-8J Crusader, três de A-4E Skyhawk, E-1 Tracer (AEW), EKA-3B Skywarrior, e RF-8G Crusader de reconhecimento. Em 1970, os três esquadrões de A-4 foram substituídos por dois esquadrões de A-7A Corsair II. O F-4 Phantom II e A-6 Intruder eram considerados muito pesados para operar a bordo da classe “Essex”, mas mesmo assim estão expostos a bordo do USS Lexington, assim como o F-14A Tomcat e F/A-18 Hornet, que também não podiam operar nessa classe de porta-aviões.
Convertidos depois para porta-aviões antissubmarino (CVS), a classe “Essex” operava com dois esquadrões de S2F Tracker e um esquadrão de helicópteros SH-34 Seabat (substituídos em 1964 pelo SH-3A Sea King). Um pequeno destacamento de jatos A-4B ou A-4C (4 aeronaves) também era embarcado para fornecer proteção de caça diurna para as aeronaves ASW.