Corveta ‘Frontin’ e fragata ‘Independência’: uma foto da tentativa de nacionalização

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Corveta Frontin (V33) e fragata Independência (F44)

Por Alexandre Galante

Pesquisando na Internet, encontramos essa antiga foto que mostra a corveta Frontin (V33) a contrabordo da fragata Independência (F44), provavelmente num porto no exterior.

Pela imagem é possível ter uma ideia do tamanho da corveta classe “Inhaúma” em relação à fragata classe “Niterói”.

Embora o Brasil tenha adquirido o projeto das “Niterói” no início dos anos 1970 e construído duas das seis fragatas no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) com transferência de tecnologia britânica, os navios foram considerados caros para a realidade orçamentária brasileira, mesmo com financiamente externo.

No final da década de 1980 houve estudos para a construção de mais duas unidades baseadas no casco das “Niterói”, equipadas com mísseis antiaéreos de defesa de área, mas o único navio construído com o mesmo casco das “Niterói” acabou sendo o Navio-Escola “Brasil”, praticamente desprovido de armamento.

A Marinha então decidiu partir para um navio de porte menor, o Projeto Corveta, baseando-se na premissa de que com deslocamento menor seria possível construir navios em maior número, para substituir uma dezena de antigos contratorpedeiros de procedência americana.

O planejamento inicial previa a construção de 16 corvetas, que depois passaram a ser 12 e, finalmente, apenas 4 unidades foram construídas. O projeto foi evoluindo em complexidade e o armamento acabou ficando praticamente idêntico ao das “Niterói”. Cada corveta saiu por US$ 150 milhões.

Uma quinta unidade posterior, a Barroso, uma evolução da classe “Inhaúma”, levou 14 anos para ser construída. Custou US$ 263 milhões.

Com a redução no número de corvetas construídas, a Marinha teve que adquirir na década de 1990 escoltas de segunda-mão no exterior, as chamadas compras de oportunidade, como as quatro classe “Garcia” ex-U.S. Navy e quatro Type 22 ex-Royal Navy.

Nos anos 2000, as corvetas classe “inhaúma” foram relegadas a segundo plano e a manutenção delas foi atrasada em prol da operação das fragatas e da reimplantação da Aviação Naval de asa-fixa.

Com a manutenção postergada, o estado dos navios foi-se deteriorando e acabaram ficando anos encostados no cais, culminando com a desativação da corveta “Frontin”, com pouco mais de 20 anos de serviço ativo.

A Marinha tenta há algum tempo trazer as corvetas remanescentes de volta à operação, mas com as restrições orçamentárias, não há previsão de retorno.

Por outro lado, a Marinha pretende continuar construindo corvetas, desta vez a classe “Tamandaré”, uma evolução da “Barroso”, quando houver orçamento para tal.

Além das “Tamandaré”, a Marinha ainda aguarda o governo dar o sinal verde para o Programa Prosuper, que prevê a construção de 5 fragatas de 6.000 toneladas, além de um navio de apoio logístico e cinco navios patrulha oceânicos.

Mas diante da atual situação fiscal do Brasil, com um rombo nas contas públicas de R$ 170 bilhões de reais, a construção de novos navios de guerra fica cada vez mais distante.

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