Destróieres Type 45 da Royal Navy estão quebrando em mar quente
Os destróieres da Marinha Real Britânica Type 45 que custaram £ 1 bilhão (US$ 1,4 bilhão) cada estão perdendo energia no Golfo Pérsico, porque não podem suportar as águas quentes da região.
Seis destróires Type 45 experimentaram várias interrupções de energia por causa das altas temperaturas, deixando os navios em completa escuridão.
Durante a audiência da Comissão de Defesa em 7 de junho, os deputados questionaram os executivos da empresa fabricante sobre as falhas dos navios de guerra.
“Os equipamentos estão tendo que operar em condições muito mais árduas do que foram inicialmente exigidos”, disse o diretor da Rolls-Royce Tomas Leahy.
O diretor da BAE Systems Maritime, John Hudson, apoiou os comentários de Leahy, acrescentando: “o perfil operacional inicial foi que não seriam repetidas ou ocorreriam operações contínuas no Golfo”, onde as águas podem ficar tão quentes quanto 90 graus Fahrenheit (32 graus Celsius).
Leahy disse aos deputados que as turbinas não geram tanta energia quando elas operam em um ambiente quente, o que não é reconhecido pelo sistema.
“Isto ocasiona uma falha elétrica total”, explicou Leahy.
“De repente, você perde seu gerador principal em seu sistema e está mergulhado na escuridão.”
No entanto, um porta-voz do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha (MoD) negou isso, dizendo à CNN: “o Type 45 foi projetado para operações em todo o mundo, a partir do sub-Ártico para ambientes tropicais extremos, e continua a operar de forma eficaz no Golfo e no Atlântico Sul durante todo o ano “.
Membros do parlamento ficaram chocados quando souberam das falhas.
“Estou absolutamente chocado”, disse Douglas Chapman do Partido Nacional Escocês.
“É um ativo de £ 1 bilhão que você está colocando em uma zona de guerra, e nós não sabemos se essas pessoas vão entrar lá e voltar com vida, pois pode haver um problema com o sistema de energia a bordo do navio. Estou espantado.”
O Ministério da Defesa britânico diz que os destróiers Type 45 são os navios de guerra mais avançadas já construídas pela Grã-Bretanha e são a espinha dorsal da capacidade de defesa aérea da Royal Navy. Eles entraram em serviço em 2006, e são projetados para durar 30 anos.
A comissão também levantou temores sobre o custo da reparação dos navios e se eles iriam atrasar o lançamento das fragatas Type 26 que são para substituir navios mais antigos.
“Se estivéssemos numa grande guerra, os nossos 19 destróieres e fragatas seriam efetivamente 13 unidades,” explicou o ex-First Sea Lord Alan West durante a reunião.
“Eu acho que a nossa nação está cometendo um terrível erro ao permitir que isto aconteça … eu entendo que eles têm um programa para resolvê-lo, mas tem que ser feito muito mais rapidamente.”
West advertiu que mais atrasos iriam deixar o Reino Unido “manifestamente insuficiente” para as tarefas exigidas.
“Não há quase nenhum dinheiro extra disponível este ano, e estamos realmente amarrados no próximo ano. O Governo não está sendo claro sobre isso”, disse West.
“Nós estamos sem dinheiro, efetivamente. Portanto, eles [MoD] tem empurrado este programa para a frente e que é perigoso.”
FONTE: CNN / COLABOROU: Felipe Ienne de Oliveira