Durante o Primeiro Período de Construção Naval, entre 1960 e 1974 (I-PCN), várias classes de navios foram encomendadas e construídas em diversos estaleiros nacionais para modernizar e reaparelhar a frota, quando foi iniciada a construção de navios mercantes em escala do Brasil.
Este texto é em homenagem ao Engenheiro Eduardo G. Câmara, autor do livro “A Construção Naval Militar Brasileira no Século XX“, um dos melhores e mais práticos livros que tive o prazer de ver até hoje !
Diversas classes e tipos de navios foram projetados ou construídos sob licença e dentre estas, algumas se destacaram no mercado e firmaram seus nomes na Marinha Mercante Brasileira
Uma destas classes, a chamada “Liner”, recebeu encomendas de quatro armadores nacionais: Mercantil, Aliança e Lloyd brasileiro, sendo construídos por três estaleiros nacionais: Mauá, Ishibrás e Verolme.
Suas principais características técnicas eram:
10.488 dwt
10.230 grt
160,94 m de comprimento total
149,56 m de comprimento entre perpendiculares
23,09 m de boca
11,40 m de pontal
9,60 m de calado máximo carregado
Guidastes: 1 x 60 t, 2 x 30 t., 5 x 5.t swl
Porões: 5
Nesta primeira parte, abordaremos os navios construídos pelo Ishibrás – Ishikawajima do Brasil S/A, no Cajú, Rio de Janeiro/RJ, que construiu 8 unidades.
5 navios construídos no Ishibras, pertencentes ao Lloyd brasileiro foram jumborizados no e convertidos a navio semi porta container no estaleiro Thyssen Nordseewerke Emden GmbH entre 1981 e 1982, ficando com a seguinte aparência e características
MCP: 1 motor diesel Sulzer 8cy 8RD90 de 18.400 bhp, 20,5 nós
Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
– 1985, vendido para demolição, chegou dia 21/07/1985 em Dalian, P.R.C., para ser demolido pela empresa National Metals & Minerals Import & Export Corp., Dalian.
Casco nr.33
N/M Itanagé / PPDH (IMO 6927951)
Entregue em outubro de 1970
MCP: 1 motor diesel Sulzer 8cy 8RD90 de 18.400 bhp, 20,5 nós
Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
– 1981 – novembro, jumborizado pelo estaleiro Thyssen Nordseewerke Emden GmbH, Emden, Alemanha e convertido para semi porta container, comprimento 176,94 m x 13.963 dwt, capacidade para 549 teus
– 1997, 08 de outubro após período desativado fundeado na Baia de Guanabara, vendido para demolição para empresa Eckardt Marine GmbH.
1998, chegou em Alang, Índia em 06/03/1998, varou a praia e demolição iniciada no mesmo dia.
Após Jumborização
Casco nr.34
N/M Itaité / PPDT (IMO 7005956)
Entregue em abril de 1971
MCP: 1 motor diesel Sulzer 8cy 8RD90 de 18.400 bhp, 20,5 nós
Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
– 1981 – setembro, jumborizado pelo estaleiro Thyssen Nordseewerke Emden GmbH, Emden, Alemanha e convertido para semi porta container, comprimento 176,94 m x 13.963 dwt, capacidade para 549 teus
– 1994 – 25 de julho, desativado no Rio de Janeiro, último da classe a navegar comercialmente
– 1997 , 08 de outubro, após período desativado fundeado na Baia de Guanabara, vendido para demolição para empresa Eckardt Marine GmbH.
– 1998, chegou em Mumbai, Índia, em 03/03/1998, varou a praia e demolição iniciada no dia 06/03/1998, sendo demolido pela empresa MP Steel Corp., Mumbai.
Após jumborização
Casco nr.35
N/M Itaimbé / PPEH (IMO 7016541)
Entregue em osetembro de 1971
MCP: 1 motor diesel Sulzer 8cy 8RD90 de 18.400 bhp, 20,5 nós
Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
– 1987 – abril, desativado no Rio de Janeiro
– 1989 – vendido para demolição, renomeado Taim/J8BB9, chegou em Chittagong, Bangladesh em 18/06/89, varou a praia e demolição iniciada no mesmo dia.
Casco nr.36
N/M Itapé / PPAB (IMO 7043355)
Entregue em abril de 1971
MCP: 1 motor diesel Sulzer 8cy 8RD90 de 18.400 bhp, 20,5 nós
Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
– 1982, fevereiro, jumborizado pelo estaleiro Thyssen Nordseewerke Emden GmbH, Emden, Alemanha e convertido para semi porta container, comprimento 176,94 m x 13.963 dwt, capacidade para 549 teus
– 1991, 29 de dezembro, desativado no Rio de Janeiro
– 1997, 08 de outubro, após período desativado fundeado na Baia de Guanabara, vendido para demolição para empresa Eckardt Marine GmbH
– 1998, chegou em Alang, Índia, em 12/03/1998, varou a praia e demolição iniciada no mesmo dia.
Após jumborização
Casco nr.37
N/M Itapagé / PPET (IMO 7052222)
Entregue em fevereiro de 1972
MCP: 1 motor diesel Sulzer 8cy 8RD90 de 18.400 bhp, 20,5 nós
Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
– 1981, julho, jumborizado pelo estaleiro Thyssen Nordseewerke Emden GmbH, Emden, Alemanha e convertido para semi porta container, comprimento 176,94 m x 13.963 dwt, capacidade para 549 teus
– 1991 -desativado no Rio de Janeiro
– 1997, após período desativado fundeado na Baia de Guanabara, vendido para demolição para empresa Eckardt Marine GmbH, suspendeu do Rio , rebocado pelo Rb panamenho Simoon (IMO 7705788, de propriedade do armador ITC Holding BV, Heemsted, Holanda), em tandem junto com o Itaquatiá no dia 03/12
– 1998, chegou em Alang, Índia em 27/02/1998, varou a praia e demolição iniciada no mesmo dia pela empresa Western Ship Breakers, Alang.
Após jumborização
Casco nr.38
N/M Itaquatiá / PPEX (IMO 7118507)
Entregue em julho de 1972
MCP: 1 motor diesel Sulzer 8cy 8RD90 de 18.400 bhp, 20,5 nós
Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
– 1981, dezembro, jumborizado pelo estaleiro Thyssen Nordseewerke Emden GmbH, Emden, Alemanha e convertido para semi porta container, comprimento 176,94 m x 13.963 dwt, capacidade para 549 teus
– 1990, 09 de novembro , desativado no Rio de Janeiro, permanece fundeado na Baia de Guanabara, o 1o dos 5 classe liner jumborizado a ser desativado.
– 1997, 08 de utubro, após período desativado fundeado na Baia de Guanabara, vendido para demolição, suspendeu do Rio , rebocado pelo Rb panamenho Simoon (IMO 7705788, de propriedade do armador ITC Holding BV, Heemsted, Holanda), em tandem junto com o Itapagé no dia 03/12
– 1998, chegou em Alang, Índia em 27/02/1998, varou a praia e demolição iniciada no mesmo dia pela empresa Western Ship Breakers, Alang.
Após jumborização
Casco nr.39
N/M Itagiba / PPEW (IMO 7208211)
Entregue em agosto de 1972
MCP: 1 motor diesel Sulzer 8cy 8RD90 de 18.400 bhp, 20,5 nós
Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, Rio de Janeiro
– 1986 – 26 de março, em viagem de Recife para Manaus, sofreu encalhe no Rio Amazonas, posição 01.02N, 49.48W, sendo desencalhado no dia seguinte. após o incidente, descarregou a carga em Manaus e seguiu para o Rio de Janeiro,sendo considerado beyond economical os reparos, permanecendo ‘as is’ desativado
– 1988, vendido para demolição, chegou em Antonina/PR no dia 10/10/88 e teve sua demolição iniciada no dia 13/10 pela empresa Siderurgica Guaíra S/A.
Fotos: Lowie, John sins, Edson Lucas, Markus Berger, Fotflite, Brian Fischer, Arne Sognes, Internet source
Excelente pesquisa, quem viveu na época, lembra que nos portos brasileiros existiam mais navios brasileiros para o transporte marítimo do que estrangeiros, tinhamos na decada de 70 grandes possibilidades de alavancar a industria naval e caminhar para um futuro de grande desenvolvimento econômico no pais, ou ate uma como uma potencia industrial regional.
Verdade, grandes recordações desta época… uma pena
EParro
Visitante
8 anos atrás
Que impressionante! Nunca soube de tal capacidade nacional.
Marcelo Andrade
Visitante
8 anos atrás
Sim, Eparro, me corrijam mas, acho que o Brasil chegou a ser o segundo maior construtor do mundo atrás do Japão por uns tempos.
Perdemos o bonde da história para os Coreanos, Chineses, Cingaleses, etc.
Alex
Visitante
8 anos atrás
Mas a democracia, está salva! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Este país onde os democratas só querem meter a mão no dinheiro do contribuinte, esquecendo-se de fato de suas missões eleitorais. Deu nisso! Fomos o segundo construtor. Hoje 4º mas bem longe do 3º, o Japão, vindo a seguir Coréia do Sul e o mundo made in China. Ainda não temos, o programa espacial, a indústria nacional de defesa e nem uma automobilística. Não temos nada! Só vendemos carne in natura, arroz, feijão, café, soja, enfim. Continuamos os mesmos fornecedores de matéria prima. Enquanto os demais…avançam e nos envergonham. Que país é esse? A… Read more »
foi o Astro Tamoio, nada a ver com petrobras, salvo o fato de estar afretado, mas isto em nada tem aver com propriedade … eeeeeeeeeeeeeee emprençça …
Francismar Pereira
Visitante
5 anos atrás
Sou maritimo segundo condutor mecanico. Estive embarcado nos itas itaquatiá, itaquicé, itanagé e itapé, foram 10 anos no LLoyd Brasileiro, trabalhei em outras empresas em navios graneleiro, como navio de carga geral para mim os itas foram os mais velozes e charmoso da epoca, só que eram gastão para um motor de 18400 HP tinham o cossumo de mais de 57 mil litros de combustivel diario.A travessia do atlantico estre Roterdan Recife não era mais que 9 dias com velocidade de 20 nós,achava bonito a quela esteira de água que ficava pra trás.Era um motor sulzer rd 90 cilencioso sistema… Read more »
Alexandre
Visitante
5 anos atrás
Viajei no Itaité entre janeiro/1992 e maio/1992. Foi meu PIM na Marinha Mercante. Ainda fazia costa leste dos USA. Jacksonville, Norfolk, Filadélfia e Nova York… Tempos que não voltam mais por conta da “destruição” da MM brasileira e da indústria naval.
Excelente pesquisa, quem viveu na época, lembra que nos portos brasileiros existiam mais navios brasileiros para o transporte marítimo do que estrangeiros, tinhamos na decada de 70 grandes possibilidades de alavancar a industria naval e caminhar para um futuro de grande desenvolvimento econômico no pais, ou ate uma como uma potencia industrial regional.
Verdade, grandes recordações desta época… uma pena
Que impressionante! Nunca soube de tal capacidade nacional.
Sim, Eparro, me corrijam mas, acho que o Brasil chegou a ser o segundo maior construtor do mundo atrás do Japão por uns tempos.
Perdemos o bonde da história para os Coreanos, Chineses, Cingaleses, etc.
Mas a democracia, está salva! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Este país onde os democratas só querem meter a mão no dinheiro do contribuinte, esquecendo-se de fato de suas missões eleitorais. Deu nisso! Fomos o segundo construtor. Hoje 4º mas bem longe do 3º, o Japão, vindo a seguir Coréia do Sul e o mundo made in China. Ainda não temos, o programa espacial, a indústria nacional de defesa e nem uma automobilística. Não temos nada! Só vendemos carne in natura, arroz, feijão, café, soja, enfim. Continuamos os mesmos fornecedores de matéria prima. Enquanto os demais…avançam e nos envergonham. Que país é esse? A… Read more »
4o ….. ?? oxi … naum … tem muito mais gente construindo mais que nós por ai, pode nos colocar beeeeemmmm mais para baixo ….
Acidente mata uma jovem tripulante na Marinha Mercante no RJ.
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/outros/ultimas-noticias/46,37,46,11/2016/09/13/interna_vidaurbana,664745/oficial-pernambucana-morre-apos-ser-atingida-por-canhao-de-agua-em-nav.shtml
Navio da Petrobras ??? ou da Astromaritima ???
foi o Astro Tamoio, nada a ver com petrobras, salvo o fato de estar afretado, mas isto em nada tem aver com propriedade … eeeeeeeeeeeeeee emprençça …
Sou maritimo segundo condutor mecanico. Estive embarcado nos itas itaquatiá, itaquicé, itanagé e itapé, foram 10 anos no LLoyd Brasileiro, trabalhei em outras empresas em navios graneleiro, como navio de carga geral para mim os itas foram os mais velozes e charmoso da epoca, só que eram gastão para um motor de 18400 HP tinham o cossumo de mais de 57 mil litros de combustivel diario.A travessia do atlantico estre Roterdan Recife não era mais que 9 dias com velocidade de 20 nós,achava bonito a quela esteira de água que ficava pra trás.Era um motor sulzer rd 90 cilencioso sistema… Read more »
Viajei no Itaité entre janeiro/1992 e maio/1992. Foi meu PIM na Marinha Mercante. Ainda fazia costa leste dos USA. Jacksonville, Norfolk, Filadélfia e Nova York… Tempos que não voltam mais por conta da “destruição” da MM brasileira e da indústria naval.