Estreia do ‘Kuznetsov’ em combate foi adiada para novembro
O navio-aeródromo russo Admiral Kuznetsov está pronto para fazer sua estréia em combate no leste do Mediterrâneo. Isto deverá ocorrer em novembro de acordo com a mídia russa.
O navio estava originalmente programado para partir para a costa da Síria em outubro, mas a comissão foi adiada. Embora o governo russo não tenha afirmado o motivo do adiamento especula-se que uma das razões seria a provável falta de pilotos qualificados para operações embarcadas com asa fixa.
Treinamento
Analistas especializados em assuntos militares russos são unânimes em afirmar que o treinamento de pilotos é o elo mais fraco da aviação naval da Rússia. Mais até do que qualquer problema técnico com o navio ou com as aeronaves. Ao contrário da versão indiana do MiG-29K, que teve problemas técnicos em função de peças fabricadas na Ucrânia (incluindo o seu radar), o MiG-29KR o russo não parece ter sido impactado tão severamente.
“O principal problema no caso do MiG-29KR agora é a falta de pilotos treinados para operações embarcadas e não qualquer problema técnico”, disse o pesquisador Mikhail Barabanov, editor-chefe do Moscow Defense Brief , que é publicado pelo Centro para Análise de Estratégias e Tecnologias (CAST) na Rússia.
Mas a falta de pilotos treinados pode ir além do MiG-29KR. A ala aérea embarcada do Kuznetsov compreende dez Sukhoi Su-33 Flanker-D, caças de superioridade aérea, e quatro MiG-29KR. No entanto, não é claro se há aviadores suficientemente qualificados para operar as aeronaves a partir de um convoo. “Por que ninguém nunca pergunta quantos pilotos qualificados a Rússia realmente tem?”, Perguntou Mike Kofman, cientista especializado em assuntos militares russos do Center for Naval Analysis. “Aeronaves precisam de pilotos e outros equipamentos de apoio. Há 14 pilotos certificados a bordo Kuznetsov?”
O Su-33 Flanker-D
Assumindo que o Kuznetsov chegue ao teatro de operações com um conjunto completo de pilotos e aeronaves, o navio será capaz de fornecer alguma capacidade de ataque. Os dez Su-33 a bordo, que em anos anteriores foram otimizados exclusivamente para a superioridade aérea e defesa da frota, foram equipados com miras de bombardeio Gefest SVP-24. Os russos afirmam que ela aumenta a precisão das bombas burras até o nível das guiadas. “Este sistema funcionou muito bem no Su-24M na Geórgia em 2008 e na Síria em 2015-2016, por que não deveria funcionar agora?”, Disse Barabanov.
Fontes ocidentais estão céticas quanto à real capacidade da SVP-24. A experiência da Força Aérea dos EUA durante a Operação Tempestade no Deserto, em 1991, mostrou que mesmo nos modos CCIP (Continuously computed impact point) e CCPR (continuously computed release point), precisão ficou degradada em altitudes acima de acima 10.000 pés.
O MiG-29KR
Kuznetsov também levará um quarteto de MiG-29KR (para uma frota total de cerca de 14 aeronaves em operação no arsenal russo) que são capazes de transportar armas de precisão como mísseis guiados ar-superfície. De acordo com o meio de comunicação estatal Izvestia, os jatos são capazes de lançar bombas guiadas de precisão KB-500 e lançar mísseis anti-navio X-35, além de operar com mísseis antirradiação Kh-31P, segundo o fabricante. “Mas não há nenhuma garantia de que o treinamento de pilotos com essas armas esteja concluído”, disse Barabanov.
Enquanto os russos esperam usar armas de precisão como a KAB-500 e o X-35 sobre a Síria, de forma mais realista os MiG-29KR provavelmente usarão uma combinação de armas guiadas e não guiadas.
No entanto, a nova variante do Fulcrum deveria substituir o Flanker-D a bordo Kuznetsov, devido à sua capacidade multifunção. “O principal motivo da substituição está no fato do MiG ser mais adequado para ataques aéreos do que o Su-33, voltado mais para o combate ar-ar, uma missão desnecessária desde o fim da Guerra Fria”, disse Gorenburg.
FONTE: The National Interest (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)