O porta-aviões argentino ARA ’25 de Mayo’
O ARA Veinticinco de Mayo (V-2) foi um porta-aviões da Armada Argentina de 1969 a 1997. O nome é homenagem à data da Revolução de Maio da Argentina, de 1810.
O navio anteriormente serviu na Marinha Real como HMS Venerable e na Marinha Real dos Países Baixos como HNLMS Karel Doorman. Na Argentina, ele foi deslocado para o Canal de Beagle durante a crise de 1978 e nas primeiras semanas da Guerra das Malvinas, onde suas aeronaves foram mobilizados contra a força-tarefa da Marinha Real, mas passou a maior parte da guerra no porto.
O navio foi construído por Cammell Laird em Birkenhead, Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial para a Marinha Real. Como um porta-aviões da classe “Colossus”, ele foi batizado como HMS Venerable e serviu à Frota Britânica do Pacífico. O Venerable só serviu três anos na Marinha Real antes de ser vendido para a Holanda como HNLMS Karel Doorman.
Após um incêndio no compartimento de caldeiras, o navio foi reformado e vendido à Argentina. Os argentinos já operavam outro navio-aeródromo, ARA Independencia, também um ex-classe “Colossus” da Royal Navy. Após a desativação do ARA Independencia em 1970, o ARA Veinticinco de Mayo foi o único porta-aviões da frota argentina.
O grupo aéreo começou com jatos F9F Panther e F9F Pumas, que mais tarde foram substituídos por A-4Q Skyhawk apoiados por S-2 Tracker de guerra antissubmarino e helicópteros Sikorsky SH-3 Sea King. Ele podia transportar até 24 aeronaves.
Em setembro de 1969, após a compra, durante a primeira viagem do Veinticinco de Mayo, a Hawker Siddeley demonstrou seu Harrier GR.1 a bordo do navio-aeródromo para uma possível venda à Marinha Argentina.
Durante a década de 1970, o navio foi reformado e atualizado várias vezes, permitindo-lhe estar disponível para operações a maior parte do tempo. Seu último reequipamento ocorreu em 1981, um ano antes da Guerra das Malvinas. Ele recebeu atualização nos radares, engrenagem de cabos de retenção, catapulta a vapor e na borda dianteira do lado da pista em ângulo, que foi alargada.
Estas melhorias permitiram-lhe operar a aeronave de ataque Super Étendard comprada da França, mas foi descoberto depois durante testes que a catapulta tinha dificuldades em lançar esse tipo de aeronave e operava com restrições.
Durante a Operação Soberania planejada contra o Chile, o Veinticinco de Mayo seria usado para apoiar a invasão das ilhas Picton, Lennox e Nueva.
Guerra das Malvinas
Durante a Guerra das Malvinas, o ARA Veinticinco de Mayo foi usado em apoio dos desembarques argentinos iniciais sobre as Falklands. No dia da invasão, ele ficou posicionado com 1.500 soldados do Exército ao largo de Port Stanley, enquanto um submarino e navio desembarcavam comandos para garantir áreas de pouso. Depois os fuzileiros argentinos fizeram o desembarque anfíbio principal.
Mais tarde, o ARA 25 de Mayo liderou um grupo-tarefa que ficou posicionado ao norte das Ilhas Falkland, com o cruzador ARA General Belgrano operando ao sul, no que parecia um movimento em pinça para atacar a Forta-Tarefa britânica.
Os britânicos tinham atribuído ao submarino nuclear HMS Splendid (S106) a missão de rastrear o ARA Veinticinco de Mayo e afundá-lo, se necessário.
O contra-almirante Sandy Woodward, comandante da Força-Tarefa britânica a bordo do porta-aviões HMS Hermes afirmou em seu livro “Cem Dias”, que se o HMS Splendid tivesse localizado porta-aviões naquele dia, ele teria “recomendado nos termos mais fortes possíveis para o Comandante-em-Chefe almirante Sir John Fieldhouse que ele fosse afundado ao mesmo tempo que o Belgrano.”
Nas operações de 1 de maio de 1982, o porta-aviões argentino tentou lançar uma onda de jatos A-4Q Skyhawk contra a Força-Tarefa Marinha Real, depois que seus S-2 Trackers detectaram a frota britânica.
Seria a primeira batalha entre o porta-aviões desde a Segunda Guerra Mundial, mas os ventos fracos na região impediram que os jatos plenamente carregados fossem lançados.
Após o submarino nuclear britânico HMS Conqueror afundar o cruzador ARA General Belgrano, o ARA Veinticinco de Mayo voltou ao porto para sua segurança.
Os A-4Q Skyhawk voram o resto da guerra a partir da base aérea em Rio Grande, Tierra del Fuego, e tiveram algum sucesso contra a Marinha Real, afundando a fragata HMS Ardent. Três Skyhawks foram derrubados pelos Sea Harriers.
Em 1983, o ARA Veinticinco de Mayo foi modificado para operar o novo jato Dassault Super Étendard, mas logo após agravaram-se os problemas com suas máquinas, e o navio ficou confinado ao porto.
Desativação e desmantelamento
A Marinha argentina não conseguiu obter os fundos para a modernização das máquinas do ARA 25 de Mayo, o que levou à sua desativação em 1997. Finalmente, no ano 2000, ele foi rebocado para Alang, Índia, para a demolição.