Visitamos o destróier USS Laffey – parte 2
A ideia de visitar o USS Laffey em Charleston, South Carolina, além de matar a saudade dos contratorpedeiros, foi fazer muitas fotos para auxiliar modelistas na construção de modelos e desenhos desta classe de navio.
Para isso fizemos centenas de fotos externas dos detalhes do casco, superestrutura, armamentos e sensores.
A configuração do USS Laffey é da modernização FRAM II (Fleet Rehabilitation and Modernization II) pela qual o navio passou em 1962, para adequá-lo à ameaça dos submarinos soviéticos da época.
Na modernização FRAM II, o Laffey perdeu grande parte do seu armamento antiaéreo original e recebeu dois lançadores triplos de torpedos antissubmarino Mk.32 de 324 mm para torpedos Mk.44, dois lançadores fixos de torpedos Mk.25 e um hangar e um convés de voo para operar o drone antissubmarino DASH (Drone Anti-Submarine Helicopter).
Ele também foi equipado com radar de busca aérea AN/SPS-40, radar de busca de superfície AN/SPS-10, sonar de casco AN/SQS-4 e sonar de profundidade variável (VDS). Mais tarde, o VDS e os lançadores de torpedos Mk.25 foram removidos. Os projetores de bombas de profundidade Mk.10/11 originais foram mantidos.
Os navios que passaram pela modernização FRAM I mais cara e abrangente foram os navios da classe “Gearing”, que receberam o lançador de foguetes ASROC a meia-nau. Os “Allen M. Sumner” não puderam receber o ASROC porque a distância entre as duas chaminés é menor nesta classe.
O Laffey também recebeu antenas de guerra eletrônica (EW) e medidas de apoio à guerra eletrônica (ESM) sobre o hangar, para alertar o navio contra emissões de navios, submarinos, aeronaves e mísseis.
O Programa FRAM foi uma solução econômica que a Marinha dos EUA encontrou para aproveitar o grande número de destróieres construídos durante a Segunda Guerra Mundial e que ainda tinham uma boa vida útil pela frente.
Durante os anos 1950, a US Navy avançou muito em pesquisa e desenvolvimento de novos sonares e armas antissubmarino. O novo sonar AN/SQS-4 tinha alcance máximo de 15.000 jardas (7,3 milhas), o que permitia o engajamento “stand-off” de submarinos com torpedos lançados pelo drone DASH.
O sonar de profundidade variável SQA-10 instalado na popa usava uma versão do sonar AN/SQS-4 dentro de um casulo que era baixado e rebocado abaixo da camada termal, evitando a refração dos pings do sonar de casco causada por diferentes gradientes de temperatura e que costuma ocultar os submarinos que estejam mergulhados abaixo da camada.
No próximo post você vai conhecer o Laffey por dentro.