Submarino nazista algoz do Brasil afundou na costa do Piauí há 74 anos
O U-507 foi avistado à altura da foz do Rio Parnaíba. E o avião Catalina, prefixo PBY-10, da Força Aérea dos Estados Unidos entrou em ação, atacando e afundando o U-507 a norte da cidade de Parnaíba
Por Fenelon Rocha | Edição: José Wilson
Há exatos 74 anos, afundava em águas do litoral piauiense o submarino alemão U-507, conhecido como o algoz do Brasil. O fato ocorreu no dia 13 de janeiro de 1943, menos de cinco meses após as ações que levaram o U-507 a se tornar tragicamente famoso para o Brasil: em apenas três dias, afundou seis embarcações brasileiras, resultando na perda de cerca de 15 mil toneladas e mais de 600 mortes – acima de 60% do total de mortes de brasileiros causadas pelos “lobos do mar” alemães.
Os navios do Brasil afundados pelo U-507 foram o Baependy, Araraquara, Aníbal Benévolo, Itagiba, Arará e Jacira. E um caso chama atenção para a brutalidade dos ataques alemães. No dia 17 de agosto, por volta de 11h da manhã, o Itagiba foi atacado na costa baiana. Botes salva-vidas foram lançados ao mar na tentativa de recolher e salvar pEssoas. Um barco menor, o Arará, percebeu o desastre e partiu em socorro às vítimas. Mas o U-507 ressurgiu impiedoso, atacando o Arará e os náufragos do Itagiba.
Os ataques e as mais de 600 mortes geraram uma revolta e o Brasil, que em janeiro daquele ano havia cortado relações diplomáticas com Alemanha e Itália, deu um passo a mais e declarou guerra ao Eixo no dia 31 de agosto.
O U-507 seguiria sua saga de destruição. Mas não por muito tempo: dia 13 de janeiro de 1943 terminaria sua trajetória de mortes.
O afundamento do submarino se deu pela ação de um avião Catalina, prefixo PBY-10, da Força Aérea dos Estados Unidos. O U-507 estava agindo no litoral norte do Brasil, onde no dia 2 de janeiro havia afundado o navio inglês Oakbank. Levava junto alguns prisioneiros ingleses. Por dez dias, o Catalina participou do trabalho de patrulha entre Natal e Belém. No dia 13 de janeiro, foi avisado da presença de um submarino na região. O U-507 foi avistado, conforme relato do site especializado Naufrágios do Brasil, à altura da foz do Rio Parnaíba. E o avião entrou em ação, atacando e afundando o U-507 a norte da cidade de Parnaíba
Os próprios integrantes do Catalina fotografaram o momento da ação. O avião lançou quatro cargas de profundidade, que podiam alcançar submarinos mesmo abaixo da linha d’água. Após o bombardeio, perdeu-se o contato com o algoz do Brasil, que deixou de emitir qualquer sinal. Havia a convicção do afundamento do U-507, o submarino que levou o país à guerra. Mas não havia certeza.
A destruição do U-507 só foi confirmada depois do fim da guerra. O afundamento se deu a cerca de 100 milhas marítimas (uns 180 km) de Parnaíba, segundo dados de diversos estudos. Um deles é o livro 1942: o Brasil e sua guerra quase desconhecida, de João Barone. O Barone, no caso, é o baterista da banda Paralamas do Sucesso. Ele é um apaixonado pelo tema da Segunda Guerra, com outros trabalhos lançados, inclusive um documentário sobre a participação do Brasil no conflito. Barone é filho de um ex-pracinha da FEB – a Força Expedicionária Brasileira. Diversos outros autores falam da ação do submarino alemão. Um dos mais recentes é o livro U-507: o submarino que afundou o Brasil na Guerra Mundial, do jornalista gaúcho Marcelo Monteiro.
FONTE: Jornal da Parnaíba
Não havia percebido que há comentários também pelo facebook, então, embora tardiamente faço um pequeno reparo no comentário do Marcos Oliveira…não foram mais de 80 navios mercantes brasileiros afundados por submarinos alemães…o número real é pouco mais de 30 navios incluindo um navio da marinha de guerra o “Vital de Oliveira” em 1944 que foi o único navio brasileiro perdido em 1944 por ação inimiga embora outros navios de bandeira estrangeira tenham sido afundados em 1944 também . Os submarinos do eixo perderam a batalha do Atlântico ainda em 1943, e depois disso mesmo no Atlântico Sul , um ambiente… Read more »