A China está aprendendo com quem sabe
Em recente vídeo de recrutamento da Academia de Submarinos da Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLA Navy), aparece o livro “The Influence of Sea Power Upon History: 1660-1783″, de Alfred Thayer Mahan.
O trabalho de Mahan de investigação na área da história naval é uma das mais importantes influências no pensamento estratégico naval dos EUA.
Suas teses sobre supremacia naval e poder naval tratam da competição pelo domínio dos mares travada durante o século XVIII entre a França e o Reino Unido. Nessa competição ficou demonstrado que o domínio dos mares pelo poder naval foi o fator decisivo no resultado, e que o controle do comércio marítimo era um fator crítico e determinante para a vitória militar num conflito entre grandes potências.
Mahan serviu de poderoso argumento para convencer o poder político a fazer os investimentos necessários, ao demonstrar que o poder naval, os conhecimentos náuticos e uma adequada tática naval continuavam a ser fatores determinantes no controle dos mares.
Seu livro foi bem recebido também na Grã-Bretanha e na Alemanha, influenciando o aumento do poder naval daqueles estados no período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial. As opiniões de Mahan e a sua influência tiveram impacto sobre os eventos que marcaram a parte naval da Guerra Hispano-Americana e nas batalhas de Tsushima, Jutlândia e do Atlântico.
Sua obra também influenciou as doutrinas navais de todas as Potências no período entre as Primeira e a Segunda Guerra Mundial.
A obra de Mahan foi traduzida para o japonês e muito utilizada como texto de estudo no Japão, tendo a Marinha Imperial Japonesa utilizado a obra como livro texto na sua escola de formação naval. Este estudo teve depois um efeito profundo na conduta das forças navais japonesas durante a Guerra do Pacífico, com ênfase no conceito de batalha decisiva.
Não vejo nada demais nisso. Até eu estudei Mahan e outros mestres na faculdade. Não esperava nada menos que isso da academia naval deles.
Com o tempo a China vai ocupar o lugar dos EUA. A China é cheia de industriais bilionários. Vão é continuar por pelo menos 2 décadas ganhando muito dinheiro, e olha que ainda nem chegaram na fase de depender do setor de serviços para alocar mão de obra, coisa que o Brasil ja está desde os anos 80.
Leiam a obra “Arte da Guerra do Mar”, do padre português Fernando Oliveira publicada em 1555 e comparem com a obra “The Influence of Sea Power Upon History: 1660-1783″, de Alfred Thayer Maha, vejam que teve as ideias primeiro.
Esta obra já foi traduzida para o português? Ela é leitura obrigatória durante a formação dos nossos militares?
Gustavo, que eu saiba a obra ainda não foi traduzida para o português. Ela não é leitura obrigatória, mas é estudada e recomendada.
Ficaria muito preocupado se estivessem “estudando” os “livros” do Tom Clancy.
ndgpat,
exatamente, tenha as duas em minha estante.
O exemplar de a “Arte da Guerra do Mar” foi impresso a partir do pdf da Biblioteca Nacional e recomendo a todos.
http://purl.pt/22935/4/res-275-v_PDF/res-275-v_PDF_24-C-R0150/res-275-v_0000_capa-capa_t24-C-R0150.pdf
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Falando em Biblioteca, nós Brasileiros temos um acervo digital completamente de graça na Biblioteca Nacional e na Biblioteca do Senado. Mas para aprofundar as coisas eu recomendo muito as obras compiladas/originais (a maioria é pago mas muito acessível) do IMUB – http://www.imub.org/
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Vocês poderão atestar a assertiva sentença de Fernando Pessoa –”Portugal não criou um império de conquistas, Portugal criou um Império de Cultura.”
abçs.
Editores:
Esqueci completamente, fiz um post com 2 links, se for possível libera-lo ficarei muito grato.
Obrigado.
Olha, sabendo que certos professores estão dando aulas nas escolas de comando e estado maior individuais das forças, principalmente os da EGN, ponho a mão no fogo que o livro é adotado sim, mesmo que não seja adotado nas Academias militares, embora eu suspeite que no caso do livro do Mahan, ele está sendo adotado sim. . ndgpat, Mahan não é considerado oficialmente um teórico justamente porque ele apenas colocou em forma de livro o que já era praticado como norma em muitos lugares. Ele conseguiu agregar diversas obras e os colocou em um só lugar e a contextualizou para… Read more »
Há 40 anos, a marinha chinesa só tinha sucata soviética e o Brasil comprava navios novos da Inglaterra. Hoje, a China lança praticamente uma escolta por semana e está construindo o seu segundo porta-aviões, enquanto a MB está virando uma guarda costeira e continua dependente das fragatas Classe Niterói.
E assim lá vão os chineses, parecendo mineiro comendo queijo pelas beiradas na geopolítica mundial…….
Otto Lima 6 de julho de 2017 at 8:45
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Se a MB estivesse se transformando numa guarda costeira estaria de bom tamanho. Faria muito mais pelo país se atuasse como uma.
Otto… . não é bem assim…há 40 anos, os chineses estavam construindo navios de projeto soviético que se não eram os melhores ao menos estavam sendo construídos localmente e serviram de base para tudo que há de positivo na indústria naval deles. . Também estavam construindo submarinos de propulsão nuclear…barulhentos e perigosos para a tripulação, mas, na época não se tinha pleno conhecimento disso e da mesma forma serviram de base para os submarinos que hoje eles possuem. . O Brasil adquiriu apenas 4 fragatas do Reino Unido e construiu outras duas aqui e um Navio Escola o “Brasil” baseado… Read more »
Como já tinha dito, os navios chineses de 40 anos atrás eram muito ruins e não tinham sistemas de comando e controle digitais. A Marinha do Brasil era tecnogicamente muito superior operando computação em tempo real com o CAAIS.
Novas tecnologias aeronáuticas mudarão esse paradigma como cavalo/carroça/ferrovia/automotores. Aeronaves poderão sair do Brasil e ir até Austrália e voltar sem maiores problemas.
Não vão requerer porta aviões ou ilhas para logística, pois serão providas de armas eficientes (leves e não precisam municiar).
Já tem tudo isso!
Só falta um conflito mundial para acelerar e apresentar, resta saber o custo deste conflito. Se fosse as FAs o foco que daria seria submarinos, tecnologia aeroespacial e super soldados (poucos e polivalentes)
Dalton, em momento algum disse que a MB um dia foi superior à PLAN. Eu só quis ressaltar o esforço da MB que o Brasil jogou fora nesses 40 anos e o sucesso do projeto chinês de marinha de águas azuis, tanto no que diz respeito à construção de navios de guerra quanto no que diz respeito à doutrina operacional.
Aliás, era justamente isso o que a MB tinha naquela época, um projeto de marinha de águas azuis. A modernização do NAeL Minas Gerais no AMRJ e as aquisições das fragatas Classe Niterói, dos submarinos Classe Humaitá e dos NVM Classe Aratu faziam parte desse projeto, que na década seguinte incluiu a concepção das corvetas Classe Inhaúma, que deveriam substituir os antigos CTs FRAM I e II, e a construção dos subs Classe Tupi, para substituir os antigos subs Guppy e, posteriormente, os Oberon.
Otto… . entendi perfeitamente que você não quis “dizer” superior e sim que a marinha brasileira teria ou poderia ter alguma vantagem “tecnológica” por conta dos navios recém adquiridos que eram as 6 Niteróis e que de fato eram superiores na guerra contra submarinos, porém, a espinha dorsal da marinha brasileira era formada por 10 velhos contratorpedeiros e os chineses já possuíam submarinos de propulsão nuclear cujas deficiências não eram ainda conhecidas e mesmo possuíam SLBMs lançados de submarinos convencionais na época, portanto, os chineses não estavam tão mal assim tecnológicamente. . Uma melhor comparação talvez devesse ser feita com… Read more »
Dalton, A China e a URSS eram parceiras estratégicas até Kruschev denunciar os crimes de Stalin no XX Congresso do PCUS, em 1956. A partir daí, as relações entre esses países foram esfriando até a ruptura definitiva em 1966, quando Mao lançou a Revolução Cultural na China. Sem acesso a armamento soviético no estado da arte, os chineses começaram um intenso trabalho de engenharia reversa para conhecer as potencialidades e limitações do que tinham em mãos e, a partir daí, fizeram adaptações e melhorias. Um bom exemplo disso são os CTs da Classe Luda (Type 051), construídos na década de… Read more »
Quanto à comparação da PLAN com a JMSDF e a ROKN, principais forças antagonistas na região, sua avaliação está corretíssima.
Essa História de domínio dos mares é mais antiga do que muitos imaginam. A Batalha de Salamina foi o combate entre a frota persa, liderada por Xerxes I e a grega, comandada por Temístocles. O acontecimento deu-se no estreito que separa Salamina da Ática, possivelmente no dia 29 de setembro de 480 a.C.[1] e terminou com a vitória grega. Enquanto os coríntios e os espartanos defendiam uma aglomeração militar no istmo, Temístocles concentrou a frota de 200 embarcações (trirremes) na baía de Salamina, enfrentando a frota persa, que, apesar do seu maior número, tinha dificuldades evidentes de maneabilidade no espaço… Read more »