INS Kalvari, primeiro Scorpene indiano

Scorpene indiano

A Índia contatou seis estaleiros estrangeiros com um pedido formal de informações (RFI) para a construção de mais seis submarinos não nucleares, além dos atuais seis Scorpene que estão em construção e finalização.

O pedido vem como parte do Projeto 75I, um programa no valor de mais de US$ 12 bilhões, segundo o DefenseNews.

Nova Deli pediu a estaleiros na Rússia, França, Japão e Alemanha, entre outros, informações sobre seis submarinos equipados com sistemas de propulsão independente do ar (AIP), que permitem submarinos não nucleares operar sem acesso ao oxigênio atmosférico, substituindo ou complementando sistemas diesel-elétricos. Os estaleiros consultados foram o Rubin Design Bureau da Rússia, Naval Group (anteriormente DCNS) da França, Navantia da Espanha, Saab da Suécia, Mitsubishi Heavy Industries do Japão e ThyssenKrupp da Alemanha.

Deli está buscando também “um torpedo pesado elétrico, comprovado, eficaz, “state-of-the-art”, , um míssil de ataque terrestre, e talvez até mesmo um míssil submarino-ar contra helicópteros inimigos e minas,” disse Anil Jai Singh, comodoro da reserva da Marinha Indiana e analista de defesa, ao DefenseNews.

Uma vez que uma resposta seja recebida de estaleiros interessados, a Índia vai formalmente emitir um pedido de propostas (RFP), para então colocar três ou quatro dos estaleiros em uma “short list”.

Primeiro Scorpene construído na Índia

Será um processo de vários anos, em parte por causa da política de Parceria Estratégica de Nova Deli, em que um estaleiro estrangeiro formará uma parceria com um doméstico, a fim de competir pelo contrato.

Um construtor disse ao DefenseNews que a seleção do parceiro estratégico deve ser feita até 2019. Outro analista e oficial da reserva da Marinha Indiana disse que pode levar “de sete a oito anos após a assinatura do acordo” para o que primeiro submarino construído no âmbito do programa P75I atinja a água.

O interesse da Índia em mais submarinos vem do crescimento do tráfego da China no Oceano Índico e através do Estreito de Malaca ligando-o às águas do leste da Ásia, acima e abaixo da água.

A Índia tem rastreado submarinos chineses que entram no Oceano Índico desde 2013, e um relatório de 2015 do Departamento de Defesa dos EUA confirmou que submarinos de ataque chineses e de mísseis têm operando ali.

A China moldou a sua atividade no Oceano Índico e ao longo da costa Africana focando em operações não militares, incluindo a ajuda humanitária, missões de emergência, e patrulhas anti-pirataria.

De fato, as 550 milhas ao longo do Estreito de Malaca, na orla costeira de selva da Indonésia e Malásia, tornaram-se um “hotspot” para os piratas de olho nos 50.000 navios que passam através dele a cada ano.

Mas essa atividade — juntamente com a crescente atividade econômica de Pequim na África, bem como as instalações e inúmeras alianças que estabeleceu ao longo da costa do sul da Ásia — tornaram a Índia e outros países cautelosos.

“O pretexto é patrulhas anti-pirataria no Golfo de Aden”, uma fonte de defesa indiana disse ao Times of India em maio. “Mas qual o papel de submarinos contra piratas e seus barcos?”

Submarinos chineses classe Song

A Índia já desdobrou navios de guerra perto do Estreito de Malaca para monitorar a atividade marítima e tem aviões de vigilância P-8I Poseidon fornecidos pelos EUA estacionados em Andaman e Nicobar, um arquipélago a noroeste do Estreito de Malaca, onde a Índia planeja expandir sua presença.

Os EUA concordaram em vender drones de vigilância à Nova Deli que poderão ser combinados com os P-8I Poseidons de patrulha marítima e usados ​​para rastrear movimentos chineses na área marítima — incluindo os de submarinos. Também está trabalhando para construir estações de radar em ilhas no Oceano Índico e um “muro submarino” de sensores do sul da Índia ao norte da Indonésia.

A China é fortemente dependente da importação de petróleo, e recebe 80% do óleo e 11% do gás natural através dos navios que transitam pelo Estreito de Malaca. O jornal Tribune of India informou em junho que a atividade da Índia em torno do estreito era “parte do alvo dado à Marinha Indiana para garantir a sua posição dominante no Oceano Índico em 2020.”

O foco crescente da Índia em submarinos e guerra antissubmarino (ASW) foi sublinhado durante os exercícios navais Malabar 2017, juntamente com os EUA e Japão em meados de julho. A guerra antissubmarino foi um dos componentes do exercício.

O foco crescente de Nova Deli em suas abordagens no sul e na maior parte do Oceano Índico vêm em contraste com séculos de atenção às ameaças de segurança ao redor de suas fronteiras do norte (Índia e China estão atualmente envolvidas em uma disputa sobre o território na fronteira China-Butão.)

“Este é um movimento tectônico no cálculo de segurança da Índia, que tem que proteger seu flanco sul,” disse Brahma Chellaney, professor de estudos estratégicos do Centro de Pesquisa Política, ao New York Times.

A China — que recentemente despachou tropas para a sua primeira base no estrangeiro, em Djibouti, enviou navios de guerra para exercícios navais com a Rússia no Mar Báltico, e desdobrou um navio de vigilância para observar os exercícios navais de EUA-Austrália — reagiu aos desdobramentos na região com consternação.

Um editorial publicado este mês no jornal estatal China Daily, Pequim disse que ela é “que deve sentir ‘preocupações com a segurança’ dada a importância do Oceano Índico para suas importações de comércio e de petróleo.”

FONTE: Business Insider / Tradução e adaptação do Poder Naval

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