Primeiro submarino Type 209/1400 para a Indonésia
A Marinha da Indonésia incorporou o Nagapasa, o primeiro dos três submarinos tipo 209/1400 encomendados à Coreia do Sul.
De acordo com o Jane’s, o construtor naval sul-coreana Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering (DSME) completou o trabalho no submarino e preparou o Nagapasa para a entrega programada no dia 2 de agosto.
Além de ser o primeiro submarino Type 209/1400 da Armada da Indonésia, o Nagapasa também é o primeiro submarino de exportação da Coreia do Sul.
Foi construído sob um contrato de US$ 1,1 bilhão assinado entre a DSME e o Ministério da Defesa da Indonésia em 2011. Os dois primeiros submarinos serão construídos na Coreia do Sul, enquanto o último será construído pelo estaleiro estatal indonésio PT PAL em Surabaya, Indonésia, sob um programa de transferência de tecnologia.
O submarino de 61 metros desloca 1.400 toneladas e é operado por uma tripulação de 40 militares. O DSME disse que a embarcação possui um alcance de operação de cerca de 10 mil milhas náuticas e atinge uma velocidade de 21 nós enquanto submersa.
Qual foi o valor do contato pelos três subs??
É isto que, na esfera da indústria naval, não conseguimos avançar. Entendo os motivos que levaram a MB em optarem pelo Scorpenes franceses, entretanto o não aproveitamento comercial das capacidades industriais do AMRJ, podendo ofertar no mercado regional submarinos baseados no projeto Tikuna poderia ter sido feito e nem sequer se cogitou. Aliás, espero que isto não se repita com os S-BR. Com a ICN a frente do negócio e com o BNDES entrando com o financiamento de 100%, torço para que todo este investimento na capacidade industrial não se perca, pois não podemos nos amarrar apenas nas demandas da… Read more »
Wellington, com o custo Brasil, dificilmente um submarino ou navio de guerra construído no país será competitivo no mercado internacional. Não dá para competir com russo, chinês ou coreano.
E pensar que sabíamos fabricar IKL
Quase não saiu este negócia entre a Coreia do Sul e a Indonésia, o fabricante alemão ficou surpreso com a notícia do terceiro submarino fabricado na Indonésia pelo estaleiro estatal PT-PAL e denunciou que a Coreia do Sul estava autorizada a fabricar o U-209 para uso próprio e exportar com autorização da Alemanha, mas jamais transferir tecnologia e muito menos auxiliar na construção de uma fábrica em outro país. Depois a Indonésia que é cliente dos alemães em vários projetos militares se entendeu na época da compra dos Leopard 2 e Oerlikon Skyguard 35 mm com os alemães e tudo… Read more »
Caro Adson. Não há nada errado em mudar de projeto pois a capacitação tecnológica é aplicada a qualquer plataforma. Por exemplo, uma empresa que monta um modelo de carro (um fusca) pode usar sua capacitação para fazer algo parecido (uma kombi) e sucessivamente, aprimorar a experiência e ampliar a complexidade da produção. Acho que a Embraer fez isso. A partir do aprendizado tecnológico, logístico e gerencial, não há problemas em aplicar esse conhecimento em uma outra plataforma. O esforço para ir do IKL 209 para um IKL 2014, para uma classe Lada russo ou para o Scorpene é muito parecido.… Read more »
Off topic: o que está acontecendo com o Forças Terrestres? Não se consegue acessá-lo.
camargoer, de onde vc tirou isso? “…uma empresa que monta um modelo de carro (um fusca) pode usar sua capacitação para fazer algo parecido… ”
Produzir não é a mesma coisa que projetar.
“…O esforço para ir do IKL 209 para um IKL 2014, para uma classe Lada russo ou para o Scorpene é muito parecido…”
Não, não é.
Galante, se o custo Brasil é um componente forte contra a competitividade de produtos navais que poderiam ser produzidos para exportação (e eu concordo com sua assertiva), então estamos reescrevendo uma história com um final já conhecido e nada bom! Investimos bilhões e bilhões na construção do estaleiro e, pelo seu raciocínio do custo Brasil, e pela incapacidade da MB em gerar demanda, veremos, em alguns anos, o estaleiro ocioso….pois após a encomenda dos 5 SBR estar concluída só teremos o SubNuc a construir…… Sei lá, mas no meu entender, aquele estaleiro deveria ter sempre, ao menos, um sub sendo… Read more »
Flanker, a Marinha tem um planejamento para 15 submarinos convencionais e 6 nucleares. Essa demanda vai manter o estaleiro ocupado por muito tempo.
Até para um número menor, de uma frota total de uns sete ou oito submarinos, consegue-se uma demanda mínima de ter sempre um novo submarino em construção, considerando-se uma vida útil de cerca de 30 anos e um tempo médio de 4 anos de construção para cada unidade (4 x 8 = 32 ; 4 x 7 = 28), de forma a se manter a reposição contínua de unidades que cheguem ao momento de dar baixa. . Sai mais barato e vantajoso do que os “surtos” que se usa para reequipamento com grandes projetos e grande financiamento externo que são… Read more »
Olá Zeabelardo. Claro que falei em termos aproximados. A construção da base e do estaleiro teria que ser feita de qualquer modo e parte substancial do Prosub foi empregado nelas. Seja qual fosse o equipamento, alemão, russo, francês, seria necessário qualificar toda a equipe de engenheiros e os procedimentos na Nuclep. No fim, não haveria diferenças significativas entre escolher um modelo ou outro. Tanto assim que o fator principal para escolher o Scorpene ao invés de novos IKL foi a questão do Submarino Nuclear, que os alemães não poderiam ajudar. O resto é luar de Paquetá. Sobre o tamanho da… Read more »
Um bom negócio e um bom produto que funciona. Não da pra comparar a situação da indústria naval coreana com a brasileira. É simples.
camargoer 2 de agosto de 2017 at 14:49 camargoer, mudar de projeto sim mas não jogar fora o que se pagou. Seguindo sua comparação, compramos uma fábrica de fuscas, pagamos para treinar os engenheiros e mecânicos, construímos então os fuscas (Tupis), com o que aprendemos projetamos e construímos uma Brasília (Tikuna), teria-mós condição de passar para projeto e construção do Santana, mas não o fizemos. Deixamos a fábrica ficar obsoleta, deixamos também que os engenheiros e mecânicos (eles que tinham a capacitação) se dispersassem, e agora compramos uma nova fábrica para fazer Jetta, construímos uma nova fabrica e treinamos novamente… Read more »
Talvez o número “ideal” para os submarinos convencionais seja 16.
– 4 novos, mais ativos.
– 4 em meia vida, passando por modernização e consequentemente, mais ausentes.
– 4 na reta final de uso, mais ativos.
– 4 de uma nova classe em projeto/construção.
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Tecnicamente, existiriam fisicamente, apenas 12 submarinos. Com estes número, se teria uma escala de projeto/ Construção/ incorporação/ modernização/ descomissionamento bastante acertada no meu entender.
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Mas isso no mundo ideal da minha imaginação… Vamos acabar só com os 4 Scorpènes, pelo andar da coisa toda.
Olá Adson,
Foi o que eu. Tanto faz escolher o Scorpene ou novos IKL. Essa é uma discussão irrelevante porque a estrutura de engenharia do AMRJ já havia sido desmobilizada. Por outro lado, o AMRJ estava obsoleto e teria que ser substituído qualquer que fosse o modelo escolhido. O que a MB deve manter é um ritmo de produção e manutenção dos Scorpenes para manter a estrutura de engenharia ativa. É vola prá frente mesmo, porque o que foi não volta.
Galante e Nunão, o planejamento da MB para subs convencionais e nucleares eu já tinha conhecimento, pois esses números constam, salvo engano, no PAEMB. Mas, meus caros, acompanho assuntos militares e de defesa há 30 anos. No caso da MB, que é sobre o que tratamos aqui, nunca, nesses anos todos, eu vi um programa de reaparelhamento da Força ser levado a cabo em números sequer próximos dos descritos nos mesmos. Só um exemplo: o plano era se construir 12 Inhaúmas, mas ficamos em 4 + 1 (Barroso)…..existem “n” outros exemplos. Não torço contra, muito menos quero parecer pessimista. Todos… Read more »
– O Brasil fez assim quando na década de 70 adquiriu 03 submarinos ingleses da Classe Oberon. construídos se não me engano no Arsenal da Marinha/RJ
Depois , celou mesmo tipo de contrato com os alemães, para construção de 05 submarinos da classe Tupi/Tikuna modelo U-209, sendo que o primeiro navio, foi construído em Kiel, mas os seguintes são de fabrico brasileiro.
Olá Jorge.
Os três submarinos oberons da MB forma construídos na Inglaterra. O primeiro IKL (Tupi) foi construído na Alemanha, os outros (incluindo o Tikuna) foram construidos no AMRJ.
Comentario retido.
Os IKL 209 (e, quem sabe, futuramente, o 212 e 214) cabem como uma luva para aquele cenário, assim como são ótimos pro báltico e outros mares e litorais eurasiáticos. Parece que, para azar brasileiro, o Atlântico é inclemente com embarcações de modesto deslocamento. Igualmente azarada é a situação em ponto morto da indústria naval, menos pela qualidade do brasileiro do que pela realidade da prática econômica/política.
“A construção da base e do estaleiro teria que ser feita de qualquer modo ” Não, o 214 seria produzido no Arsenal. “Seja qual fosse o equipamento, alemão, russo, francês, seria necessário qualificar toda a equipe de engenheiros e os procedimentos na Nuclep.” O 214 é uma evolução do 209, provavelmente há técnicas de produção novas, mas o processo alemão é o mesmo. “No fim, não haveria diferenças significativas entre escolher um modelo ou outro.” As propostas eram completamente diferentes, não é um “se”, é um fato. O custo do 214 e a modernização dos 209 sairia por 1 bilhão… Read more »
A proposta alemã foi amplamente discutida aqui no site: http://www.naval.com.br/blog/destaque/submarinos/submarino-nuclear-brasileiro-quo-vadis/
Alex,
Se a questão fosse deslocamento, os alemães ofereceram o projeto 216 a Austrália com 4.000 tons. A marinha não ofereceu os requisitos para que os concorrentes fizessem propostas. No primeiro momento, houve a seleção da proposta alemã. Depois, cancelaram e assinaram com os franceses. O mais estranho foi a escolha da parceira brasileira.
A desculpa do submarino nuclear não cola, pois os franceses não apoiam a construção do reator.
O U-209 é do mesmo porte do scorpene, bem como o 214.
O que tem porte menor e é bem mais caro, por ser o benchmark para águas rasas é o U-212.
U-212 não é menor, mas é o que melhor se sai em aguas rasas (embora tenha perdido um treinamento pra o U-214 portugues).
Galante, Nunão e Flanker, aqui é que está então a oportunidade para mudarmos a mentalidade industrial e comercial nos projetos de desenvolvimento e produção de equipamentos militares. . Em primeiro lugar mudar a visão de usar um equipamento militar até o osso, quando não se pode mais ter algum aproveitamento comercial. Diversos países no mundo utilizam estes meios por 15. 20, ou 25 anos e depois dão uma “guaribada” e passam em frente, mantendo assim a indústria local sempre em constante produtividade, seja no desenvolvimento de soluções de modernização, mesmo que para terceiros, seja na solução de novas tecnologias, para… Read more »
Uma coisa também, para alavancarmos mais a nossa participação industrial, precisaremos empregar mais meios e, consequentemente, assumirmos mais obrigações, ou mesmo fazer valer os nossos interesses de expansão no mercado global. Ou seja, teremos que sair da nossa zona de conforta da mediocridade e partirmos para maior inserção no cenário internacional (mais missões da ONU, por exemplo). Acho que aí é que está o problema de mentalidade operacional nas nossas FFAA, temos forças armadas de treinamento e mais voltadas para segurança (GLO). Para alavancarmos maior participação no mercado mundial de equipamentos militares, teremos que fazer vitrine.
Mestre Wellington,
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Gostei de seu comentário anterior
“Primeiro submarino Type 209/1400 para a Indonésia”
ESTE É O TEMA. que nada tem haver com Itaguaí e Sub Tupiniquim….
Bom trabalho dos Koreas, ótima decisão dos Indonésios.
Bom custo. Faltou informar as capacidades do Sub, sensores, bélicos etc ….
http://www.naval.com.br/blog/2011/12/22/coreia-do-sul-vai-construir-tres-submarinos-para-indonesia/#comments
O Link acima e o abaixo completam parcialmente o tema,
http://www.naval.com.br/blog/2009/09/08/coreia-do-sul-oferece-submarinos-ikl-209-a-indonesia/
“Faltou informar as capacidades do Sub, sensores, bélicos etc ….”
Ué, é isto ?
https://www.defensenews.com/naval/2017/05/12/turkish-german-firms-eye-indonesian-sub-contract/
O Programa de Construção de SB da Coréia é posterior ao nosso programa dos 209 SCT na década de 80.
Hoje eles já estão exportando e nós jogamos o projeto do SNAC no lixo no inicio dos anos 90.
Agora estamos reaprendendo com os Piratas franceses.
Verguenza, Verguenza !!!
Caros Apesar da Coreia do Sul ser um país bem menor que o brasil territorialmente, suas indústrias são incomparáveis. A começar da confecção das ligas de aço (o que a gente produz aqui é inferior ao usado no Me-262 na segunda guerra, por exemplo, em termos de menor espessura x maior ductilidade x maior resistencia). Segundo que Daewoo e Hyundai são dois dos maiores estaleiros do mundo, produzindo coisa de altíssimo nível na esfera militar (família KDX de destroyers, por exemplo). A expertise do ToT lá foi real, em vários âmbitos, em uma economia voltada para uma indústria de alto… Read more »