Príncipe de Astúrias R11

Ex-capitânia da Armada Espanhola segue rebocado em viagem de 20 dias para desmantelamento em um estaleiro na Turquia

O porta-aviões Príncipe de Astúrias, o navio-capitânia da Armada Espanhola durante 25 anos (1988-2013), partiu no dia 8 de agosto do Arsenal Militar de Ferrol para seu destino final: o estaleiro Leyal Deltas na cidade turca de Aliaga. Lá ele será demolido no prazo de seis meses.

Em uma manobra delicada, cinco rebocadores e trinta agentes levaram o porta-aviões sem propulsão, do arsenal de Ferrol, onde chegou em 8 de fevereiro de 2013, após uma viagem final de sua base naval de Rota (Cádiz).

Naquele mesmo ano, em dezembro, foi descarregado da Lista Oficial de navios da Marinha Espanhola, abrindo-se posteriormente uma concorrência para demolição, que finalmente será concluída em cerca de seis meses em terras turcas. A razão para a baixa na Marinha Espanhola foi a crise econômica. O Ministério da Defesa decidiu em 2012 economizar o custo de sua operação, de uma centena de milhões de euros por ano.

Príncipe de Astúrias R11, quando estava na ativa

Na Turquia, o estaleiro Leyal Deltas vai usar o material que ainda permanece no navio. Basicamente, 8,5 milhões de quilos de metais úteis, dos quais 6,1 milhões são de aço. Além disso, o porta-aviões contém 830.729 quilos de ferro, 636.774 quilos de cobre isolado, 427.134 quilos de cobre limpo, 306.830 quilos de alumínio, 143.954 quilos de aço inoxidável, 63.514 quilos de bronze, 4.243 quilos de zinco e 2.097 kg de chumbo, de acordo com a estimativa feita na con corrência do Comando de Apoio Logístico, com base no Arsenal Militar de Ferrol.

FONTEwww.abc.es

NOTA DO EDITOR: O porta-aviões Príncipe de Asturias, em serviço com a Marinha Espanhola até 2013, nasceu do projeto americano SCS (Sea Control Ship), que havia sido abandonado em meados da década de 1970. Naquele tempo, o chefe das operações navais na Marinha dos Estados Unidos, Elmo Zumwalt, expôs sua ideia sobre o que deveria ser o SCS, enquadrado dentro de uma filosofia de navios de guerra de baixo custo.

O escritório do projeto, Gibbs e Cox, elaborou o rascunho de como deveria ser esse novo navio. A ideia subjacente era um navio amplamente polivalente, útil para pequenas operações aéreas ou como navio de comando para comboios de mercantes, especialmente frotas de petroleiros. Mas sempre com a premissa de ser um navio barato, pois naquela época esperavam programas de construção maciça devido à guerra “inevitável” contra a União Soviética.

Após a renúncia da Marinha dos EUA ao projeto, o estaleiro Bazán espanhol solicitou os planos do SCS. Mas o Gibbs e Cox entregou apenas uma dúzia de planos, e o Bazán teve que desenvolver completamente o projeto até alcançar os mais de 4.000 necessários para construir o navio. Daí o Príncipe de Asturias teve de ser considerado um navio genuinamente espanhol, mas honrando sua origem americana.

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