O fracasso do Programa de Submarinos da Argentina
A Argentina ainda tem dois submarinos guardados em um armazém esperando por um destino final
Por Jennifer Perez Olivera
Atualmente, a Argentina tem dois submarinos semi-acabados armazenados em um armazém à espera de um orçamento e uma decisão política que não chega. Foi na década de 1970 que a Argentina iniciou um ambicioso projeto de modernização naval que previa a construção de até oito submarinos.
Assim, juntamente com a Alemanha, a Argentina fechou as negociações de cooperação sobre a montagem para seis submarinos TR 1700, dois dos quais chegaram prontos da Alemanha, enquanto o resto seria construído inteiramente no país. Os quatro submarinos foram entregues por Howaldtswerke-Deutsche Werft da Alemanha (HDW) ao estaleiro Domeq Garcia — o único estaleiro de submarinos da época em toda a América Latina — em 1984 e 1985.
Infelizmente, o projeto foi cancelado na década de 90, sob a presidência de Carlos Saul Menem, causando o fechamento das instalações e a interrupção total da construção dos quatro submarinos. No entanto, dois dos submarinos apresentavam um alto grau de progresso, o ARA Santa Fe (S-43) e ARA Santiago del Estero (S-44).
A construção da ARA Santa Fe (S-43) foi suspensa em 1994 e foi estimada em até 74%. Da mesma forma, continua a agitar a ideia dentro do Ministério da Defesa para continuar com a reconstrução dos submarinos e equipar um deles com um reator nuclear. De acordo com especialistas, o candidato ideal para liderar este projeto seria o ARA Santa Fe, embora se estime que o custo do término seria de cerca de 60 milhões de dólares.
O trabalho seria realizado em colaboração entre o Ministério da Defesa, responsável pela reconstrução do navio e pela CNEA (Comissão Nacional de Energia Atômica), encarregado da tarefa de adaptar um reator de tamanho médio CAREM ao submarino.
Por outro lado, há também o ARA Santiago del Estero (S-44), que se estima ter um percentual de adiantamento de 35% e também se tentaria reconstruir. Atualmente, a Marinha da Argentina tem o ARA San Juan, ARA Santa Cruz (TR 1700) e ARA Salta (Type 209).
Os esqueletos dos dois submarinos não terminados não deixam de ser um chamado para todo o espectro político argentino, que mantém seu desinteresse e ignora os verdadeiros benefícios de ter sua indústria naval ativa. Ambos os submarinos projetariam não apenas os benefícios em termos de empregos, mas também aumentariam as capacidades tecnológicas em um mercado global que inveja esse tipo de expertise.
No entanto, tanto o Santa Fé quanto o Santiago del Estero esperam, inacabados, um apoio que não parece querer aparecer.
FONTE: www.zona-militar.com
LEIA TAMBÉM: