Finlândia vai atualizar navios lança-mísseis da classe ‘Hamina’
As forças de defesa finlandesas receberam autorização para assinar uma carta de intenção e um contrato de atividades pré-design com a empresa Patria para a atualização dos Fast Attack Craft da classe “Hamina”.
A atualização de meia-vida (MLU) dos quatro navios da classe será realizada como parte do programa de atualização do Esquadrão 2000 e custará cerca de 199 milhões de euros.
Uma vez concluído, a atualização MLU irá prolongar a vida útil dos navios de mísseis até a década de 2030.
As atualizações começam no início de 2018 e serão concluídas até o final de 2021. Além da manutenção do casco e da estrutura, os barcos “Hamina” serão equipados com torpedos leves, tornando-se assim as únicas unidades da Marinha finlandesa com essa capacidade. A adição da capacidade do torpedo será a parte mais dispendiosa da atualização.
A classe “Hamina” é composta pelos FNS Hamina, FNS Tornio, FNS Hanko e FNS Pori. Os navios foram incorporados à Marinha entre 1998 e 2006.
Características da classe
A classe finlandesa de Fast Attack Craft “Hamina” desloca 250 toneladas, praticamente o mesmo deslocamento dos navios-patrulha classe “Gurupi” da Marinha do Brasil.
O casco é feito de alumínio e a superestrutura de material composto. Os navios são equipados com water jets no lugar de hélices, o que lhes dá a capacidade de operar em águas extremamente rasas e de manobrar de maneiras não convencionais.
Embora pequenos, são navios com capacidade de vigilância e poder de fogo encontrado normalmente em navios com mais de o dobro de seu deslocamento. O projeto enfatiza as características “stealth”, com mínimas assinaturas magnética, infravermelha e de radar. A forma do casco reduz a seção reta radar e as partes de metal são cobertas por material que absorve ondas eletromagnéticas.
A superestrutura em material composto protege os equipamentos eletrônicos do navio contra pulsos eletromagnéticos e também impede que os sinais de radiofrequência gerados pelo navio escapem, denunciando sua presença.
O casco feito de poucas partes de metal gera um campo magnético muito pequeno, que é anulado pelo sistema degaussing, protegendo o navio contra minas navais de influência. Os gases de exaustão são direcionados sob a água para minimizar a assinatura infravermelha. Cinqüenta nozzles ao redor do convés e superestrutura podem espargir água do mar sobre o navio para resfriá-lo e limpá-lo depois de um ataque químico ou radioativo.
Com relação ao armamento e sensores, as “Hamina” realmente impressionam. São equipadas com um sistema de controle tático Ceros-200 da Saab, um radar de navegação Selesmar, um radar 3D multimodo TRS-3D/16-ES da EADS, um sonar de casco Simrad Subsea Toadfish e um towed array Sonac/PTA.
Cada “Hamina” pode monitorar cerca de 200km de espaço aéreo do redor do navio e é capaz de engajar até oito aeronaves a 14km de distância, com mísseis antiaéreos Umkhonto VLS.
A capacidade antinavio reside em 4 mísseis RBS-15 Mk.3 com 200km de alcance e um canhão Bofors de 57 mm. O sistema alemão MASS garante a defesa contra mísseis e duas metralhadoras 12.7 mm são usadas contra ameaças assimétricos. Os navios podem ser usados também em ações de minagem.