As corvetas Vosper Mk 9 da Nigéria
O conceito comercial bem-sucedido do estaleiro britânico Vosper Thornycroft de projetar “navios de combate interessantes para marinhas de médio porte” tornou-se exeqüível nos anos 1960/70 devido aos diversos desenvolvimentos tecnológicos, especialmente o advento das turbinas a gás marítimas, derivadas das turbinas aeronáuticas, que dispunham de alta proporcionalidade força-peso.
O estaleiro britânico conseguiu fornecer navios de guerra sob medida para diversos países, entre eles as classes Mk 1 (adquiridos pelas Marinhas de Gana e Líbia), Mk 3 (Nigéria), Mk 5 (Irã), Mk 7 (Líbia), Mk 9 (Nigéria) e Mk 10 (Brasil).
Uma nova geração de armamentos e sistemas de direção de tiro possibilitou maior poder de combate, redução de peso e tamanho, com mais confiabilidade.
A perspectiva do uso de armamento que não necessitava de um sistema de controle sofisticado e dispendioso, ofereceu uma solução que deu aos navios de combate de superfície a capacidade de transportar um poder de fogo que no passado exigiria um casco bem maior.
Outro fator importante foi a redução da tripulação, sem a qual o conceito não teria sido viabilizado. Em um navio de guerra cada homem requeria cerca de 5 metros cúbicos de espaço, e uma drástica diminuição da tripulação favorecia o projeto de um navio de combate menor, de custo operacional mais reduzido e mais confortável.
As Vosper MK 9 da Nigéria
As corvetas MK 9 foram encomendadas pela Marinha da Nigéria em abril de 1975 para complementar as Vosper Thornycroft MK3 adquiridas anteriormente. Os navios receberam nomes de hipopótamos nas línguas locais.
Os navios de 850 toneladas e 65 metros de comprimento, eram propulsados por 4 motores diesel MTU que proporcionavam uma velocidade máxima de 27 nós. A autonomia era de 2.500 milhas a 14 nós e a tripulação de 90 homens.
As Mk 9 eram bem armadas para o seu porte: tinham um canhão automático Oto Melara de 76 mm na proa, um lançador de foguetes antissubmarino Bofors Rocket (BOROC) de 375 mm à vante do passadiço, um canhão de 40 mm de duplo emprego no segundo convés na popa e um lançador triplo de mísseis antiaéreos Seacat na extremidade da popa. O Seacat em caso de emergência também permitia o engajamento de alvos de superfície.
Os sensores eram os radares Plessey AWS-2 de busca combinada (o mesmo tipo usado nas fragatas brasileiras Mk 10), Decca TM1226 de navegação e o Hollandse WM24 de direção de tiro. O sonar era o Plessey PMS-26.
Tendo a quilha batida em outubro de 1975, a NNS Erinomi foi lançada ao mar em 20 de janeiro de 1977 e incorporada em 29 de janeiro de 1980. Ela recebeu o indicativo visual F83.
A Erinomi parou de realizar patrulhas em 1993, devido a avarias constantes. Em 1994-1995, sofreu uma remodelação em Lagos, que possibilitou seu retorno ao mar, mas com alguns sistemas fora de linha.
A Erinomi participou de um exercício naval em dezembro de 1995, mas depois ela raramente deixou a porto até 1997, quando pequenos reparos permitiram que ela novamente realizasse patrulhas, mas em 2007 o navio não voltou mais a operar.
Seu navio irmão, NNS Enyimiri, teve a quilha batida em fevereiro de 1977, lançada em 9 de fevereiro de 1978 e incorporada em 2 de maio de 1980. Foi-lhe dado o indicativo visual F84.
Ela deixou de realizar patrulhas em 1992 e, em 1996, estava em estado muito ruim. no ano 2000, um grande esforço de reparo lhe permitiu deixar o porto novamente, embora com a maioria dos sensores e algumas armas não funcionais.
Em dezembro de 2004, a Enyimiri sofreu uma explosão a bordo, resultando em mortes de tripulante e graves danos ao navio. Ela foi desativada em 22 de dezembro de 2004.