ARA San Juan: nota da CTBTO sobre explosão detectada em 15 de novembro
Abaixo, tradução de nota da CTBTO – Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty Organization) divulgada nesta quinta-feira, 23 de novembro (clique para acessar a nota original) a respeito do fornecimento de dados hidroacústicos pela organização para ajudar na busca do submarino desaparecido San Juan, da Armada Argentina.
Dados hidroacústicos da CTBTO na ajuda às buscas do submarino desaparecido San Juan
23 de novembro de 2017
As estações hidroacústicas HA10 (Ilha de Ascensão, território ultramarino britânico) e HA04 (Ilha de Crozet, território ultramarino francês) detectaram um sinal de um evento impulsivo subaquático que ocorreu às 13h51 (GMT – horário de Greenwich) de 15 de novembro. A localização do evento é a seguinte: Latitude do evento: -46.12 graus; Longitude do evento: -59.69 graus, o que se situa nas proximidades da última posição conhecida do ARA San Juan.
Detalhes e dados estão sendo disponibilizados para as autoridades argentinas para apoiar as operações de busca em andamento.
As estações hidroacústicas são parte do IMS – sistema de monitoramento internacional (International Monitoring System) da CTBTO, que monitora o planeta de forma contínua, buscando sinais de explosões nucleares. Sons subaquáticos de baixa frequência, que podem ser produzidos por um teste nuclear, se propagam de forma muito eficiente pela água. Consequentemente, esses sons subaquáticos podem ser detectados a grandes distâncias, até mesmo de milhares de quilômetros de suas fontes. Esse é o motivo do IMS necessitar de apenas sete estações hidroacústicas para monitorar de forma eficiente os oceanos do mundo. A estação HA04 da ilha de Crozet (França) foi certificada em junho de 2017 como a última dessas onze estações.
Sobre o CTBT – Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares
O CTBT bane todas as explosões nuleares, prevenindo assim tanto os desenvolvimentos iniciais de armas nucleares quanto aprimoramentos significativos. O Tratado também ajuda a prevenir emissões radioativas nocivas de testes nucleares.
O CTBT já foi assinado por 183 nações e ratificado por 166 (clique aqui para acessar mapa interativo). Porém, para entrar em vigor é necessário que 44 países em especial, detentores de tecnologia nuclear, o ratifiquem. Oito deles ainda precisam ratificar o tratado: China, Coreia do Norte, Egito, Estados Unidos, Índia, Irã, Israel e Paquistão (sendo que China, Egito, Estados Unidos, Irã e Israel já assinaram o tratado).
Um regime de verificação para monitorar explosões nucleares no planeta está próximo de ser completado, com cerca de 90% das 337 instalações planejadas do IMS em operação. O sistema já provou sua capacidade de detectar até mesmo pequenos testes nucleares durante os anunciados testes da Coreia do Norte em 2006, 2009, 2013, 2016 e 2017.
Os dados das instalações do IMS também estão sendo usados por uma ampla comunidade científica para o estudo de uma variedade de questões não relacionadas, desde mudanças climáticas a migração de mamíferos marinhos, e contribui para a redução de riscos de desastres, como sistemas de alerta antesipado de tsunami e monitoramento de atividades vulcânicas.