Maquete da corveta Tamandaré na LAAD 2015

Perfil da corveta Tamandaré (CV03)

Por Fernando “Nunão” De Martini

Frequentemente, surge entre os comentaristas do Poder Naval a discussão sobre prioridades na renovação dos meios de superfície da Marinha do Brasil (MB), e muitas vezes advoga-se pela construção de navios-patrulha oceânicos (OPV, na sigla em inglês) ao invés de novas corvetas. E também a possibilidade, entre os que não militam entre os defensores de OPVs frente a corvetas, de se partir de uma vez para navios de maior porte, como fragatas.

Este texto visa analisar essas questões, e outras relacionadas ao reequipamento da MB, sob a perspectiva de decisões tomadas na última década e que contribuíram, em que pese o caráter estratégico das mesmas, para levar a frota de fragatas e corvetas a uma situação que atualmente é crítica. Ao mesmo tempo, como não é possível mais mudar os impactos presentes de decisões do passado, o objetivo é pensar criticamente nos caminhos possíveis para o futuro da nossa frota dos chamados navios escolta. O objetivo é fornecer mais bases para esse debate, promovendo a discussão.

 

Arranjo interno e compartimentação da corveta classe Tamandaré

OPVs X corvetas –  Não se coloca em dúvida que OPVs são necessários, mesmo porque eles estão há muito tempo nos planos da MB. E também é fato que sua aquisição é bem mais barata que a de corvetas, pois são navios mais simples, construídos sem toda a compartimentação e redundância de sistemas de navios de combate, além de terem armamentos e sensores muito mais modestos. Vale lembrar que as armas (canhões, mísseis, torpedos e seus lançadores, entre outros) além de sensores mais sofisticados (radares de busca, de direção de tiro, alças eletro-ópticas, sonares de casco e rebocados), sistemas de guerra eletrônica e sistemas de combate respondem muitas vezes por 50% do custo de um navio de guerra.

A confusão entre OPVs e corvetas surge, muitas vezes, porque seus deslocamentos se aproximam. Classes mais recentes de corvetas, em construção e operação ao redor do mundo, têm hoje porte entre 2.000 e 3.000 toneladas, e muitos OPVs atuais se aproximam dessa tonelagem – mas esta aproximação se deve muito mais a oferecer qualidades marinheiras adequadas a longas comissões em mar aberto, no caso dos OPVs, além das melhores condições para operações de helicópteros, do que uma emulação de funções frente a corvetas. Estas são navios de combate, planejadas para esse fim desde o primeiro risco do projeto.

Anos recentes – Sobre priorizar a construção de OPVs frente a novas corvetas, como volta e meia se advoga, é preciso levar em conta que, até poucos anos atrás não havia nenhum navio-patrulha oceânico (OPV) moderno em serviço na MB. Hoje há três, da classe Amazonas, e são novos.

E há também a perspectiva de recebimento de três navios tipo AHTS ((Anchor Handling Tug Supply) para a função de rebocadores de alto-mar, “seminovos”, cuja compra foi anunciada recentemente, que provavelmente substituirão alguns dos rebocadores atuais e compensarão baixas da última década, oferecendo muito maior capacidade e cumprindo, de quebra, muitas tarefas atribuídas aos OPVs. Ou seja, entre o que existe ou está encaminhado, são seis navios novos ou quase novos para atender parte da demanda por patrulha e salvamento oceânicos.

Navio Patrulha Oceânico Amazonas

Em compensação, poucos anos atrás a MB possuía cerca de 14 fragatas e corvetas (eram 18 há aproximadamente quinze anos). Hoje essa frota é de apenas 11 navios desses tipos, e a maior parte acumula décadas de uso e clama por substituição há tempos. Se nada for feito, esse número cairá para 8 ou 9 fragatas e corvetas em poucos anos, e depois cairá mais ainda.

Década passada – Focar em OPVs agora é repetir, em parte, as consequências de uma decisão de quase 10 anos atrás, quando a Marinha já se voltava com os problemas de fragatas e corvetas em envelhecimento (em que pese a modernização da classe “Niterói” que finalmente se completava por aquela época) e com a necessidade de iniciar um programa de substituição de pelo menos parte da frota, ao passo que sua força de submarinos era bem mais nova. Ainda assim, o principal foco do reequipamento foi dado ao PROSUB, incluindo uma nova base e estaleiro de construção e manutenção em Itaguaí, quatro submarinos convencionais novos e um nuclear (pacote justificado pelo fato que este último não poderia operar na base em Niterói nem teria condições de ser construído no AMRJ, além dos investimentos por décadas no programa nuclear).

O Brasil está construindo atualmente quatro submarinos S-BR dentro do Programa Prosub

Não se duvida que houve questões estratégicas importantes envolvidas na decisão, e justificadas, com prioridade sendo dada à tarefa de negação do mar, à maior dissuasão conferida pelos submarinos, à importância do programa do submarino nuclear e tudo o mais. Porém, quando se volta o pensamento a questões eminentemente práticas, a parte da esquadra que sinalizava uma necessidade de prioridade na substituição, pelo próprio envelhecimento dos navios, era a de combatentes de superfície. Há dez anos, os submarinos em operação eram, na média, mais novos que os mais recentemente incorporados combatentes de superfície. E o PROSUPER, programa criado para resolver em parte a substituição de velhas fragatas (pois no seu pacote estavam apenas metade das dez fragatas a substituir) não vingou nos anos seguintes, entre outras razões, pois economicamente já se tinha feito um grande empréstimo para o programa de submarinos, e outras forças também tinham demandas pendentes de programas também de alto custo (o F-X2 da Força Aérea Brasileira, por exemplo, aguardando resolução por anos e anos para a renovação de parte dos caças da FAB).

Navios usados X novos –  Pelo exposto, fica evidente que é preciso, há tempos, viabilizar um programa de renovação dos combatentes de superfície, mesmo levando em conta uma redução dessa frota. Navios usados podem ser uma parte da solução, sendo alternativas interessantes pelo custo muito menor de aquisição, e muitas vezes no passado foram a forma de se evitar uma redução na frota, enquanto se aguardava pela aquisição de fragatas e corvetas novas. Mas, hoje, a oferta de navios-escolta usados com bons anos de serviço pela frente é bem menor do que em décadas passadas.

Além disso, navios usados precisam ser vistos sempre como um paliativo, pois foram desenvolvidos para atender a requisitos de outras marinhas. Frequentemente apresentam um custo mais elevado de operação do que navios novos (entregando também, em contrapartida, uma dissuasão também menor que navios de guerra de concepção mais moderna), resultando ao longo dos anos numa economia não tão grande quanto se pensa, comparada aos benefícios. Adquirir fragatas usadas sem ter antes um programa de corvetas e fragatas novas, bem encaminhado, é dar um tiro no pé, oferecendo uma boa desculpa aos que detém a chave do cofre para que se postergue, ainda mais, a renovação da frota. E assim o problema pode voltar mais à frente, ainda pior. E, voltando ao tema dos OPVs, priorizar a sua construção ao invés de corvetas, nessa hora em que a frota de navios-escolta definha, para esse autor seria um tiro em cada um dos pés.

Classe Tamandaré e a construção no país – Acredito que não seja preciso focar na construção no Brasil de todas as quatro corvetas classe “Tamandaré” (principal programa que a MB tenta viabilizar hoje para enfrentar seu problema de envelhecimento de combatentes de superfície), se essa alternativa se mostrar tecnicamente e economicamente pior que outras. Pode-se buscar uma perspectiva mais flexível frente à situação econômica atual e pouca capacidade de investimento, realizando encomendas parte aqui, parte fora do país (já se fez isso no passado, mais de uma vez, como no caso de contratorpedeiros dos anos 1930-40, fragatas dos anos 1970-80, navios-patrulha dos anos 1990-2000).

Levando em conta os métodos mais modernos de construção naval e soluções já vistas em vários exemplos pelo mundo, pode-se montar um programa em que seções dos navios sejam feitas no país (começando de seções menores para chegar depois a blocos e megablocos completos e equipados, indo do mais simples para o mais complexo) e outras seções fora, para união final numa carreira ou dique de estaleiros privados ou do AMRJ.

Concepção da corveta classe Tamandaré (CCT)

Há muitas formas de viabilizar um programa relativamente modesto de reequipamento dos combatentes de superfície, começando com quatro corvetas, e é de se esperar que nas ofertas de mais de 20 estaleiros de vários países que responderam ao Chamamento Público convidando para participar do futuro processo licitatório da classe “Tamandaré”, haja opções adequadas ao momento atual e que atendam aos interesses do país.

Corvetas X fragatas – Frequentemente também se assiste, nos debates promovidos pelas matérias do Poder Naval, questionamentos sobre a validade de se investir em navios de porte de corvetas (ainda que deslocamento próximo a 3.000 toneladas, como é o caso da classe “Tamandaré”, as aproximem bastante de fragatas). Mas é fato que, em anos recentes, cada vez mais marinhas que buscavam padronização de suas fragatas na faixa de 6.000 toneladas ou mais, vêm se rendendo à necessidade (que a bem da verdade nunca deixou de existir) de formar um “mix” de combatentes de superfície maiores e menores, pois há muitas missões e cenários que podem ser cumpridos tanto pelo navio maior quanto pelo menor, e este último terá custo-benefício mais favorável nesses casos. Ainda assim, trata-se de cenários que necessitam de mais do que um OPV, navio que não é feito para as principais missões de um navio de combate, como a escolta de forças-tarefa, proteção do tráfego mercante e linhas de comunicação frente a ameaças aéreas, de superfície e submarinas, atuação em áreas mais “quentes” de conflitos externos, em coalizões, e tantas outras situações em que um OPV não serve (lembrando mais uma vez que OPVs melhor armados continuam não sendo navios de combate em sua essência, tendo vulnerabilidades muito maiores).

A lógica desse período de vacas magras, na opinião deste autor, é que o país inicie seu programa de renovação de navios de superfície com as corvetas da classe “Tamandaré”, nas quais já se investiu no projeto completo, atendendo a especificações próprias da MB surgidas da evolução e avaliação de classes anteriores de corvetas. Suas características gerais se mostram semelhantes a outras corvetas do mundo, permitindo que soluções a serem propostas por estaleiros que competem para sua construção sejam incorporadas. Frente a fragatas de maior tonelagem (que são uma necessidade, não há dúvida), a classe “Tamandaré” também deverá ser menos cara de adquirir e de operar.

O programa de submarinos precisa continuar, pois foi uma decisão tomada, grandes investimentos foram feitos e, concordando-se ou não com essa decisão de dez anos atrás, não é possível mudar o passado. Mas dá pra mudar um futuro em que a tendência, se não forem tomadas decisões certas agora, é de ver definhar ainda mais nossa frota de fragatas e corvetas.

Maquete da corveta Tamandaré na LAAD 2015
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Rui Chapéu

A primeira coisa que vcs tem que pensar antes de escolher a classe de navios é:
Quanto de dinheiro tem e da onde esse dinheiro vai vim.
Estão esperando a economia melhorar? Vão imprimir dinheiro pra conseguir isso?
Depois dessas perguntas respondidas pode-se escolher os navios.

E outra, sobre construção no Brasil X fora:

Produtos importados baratos são tão prejudiciais à economia quanto a gratuita luz do sol
http://mises.org.br/Article.aspx?id=2796

Se a MB consegue pagar mais barato lá fora, ela pode ter sobra em orçamento e equipar melhor os navios. Ou até utilizar a diferença para outro programa, ou custeio mesmo.

XO

Rui, desculpe, mas são as tarefas da Força que determinam a necessidade de navios… se essa necessidade pode ser atendida integral ou parcialmente, aí é que entra a questão financeira… abraço…

Jhonny

Boa tarde! Sou leitor do poder naval, na minha opinião o Brasil precisava de três esquadra primeira do leste , a segunda do norte e a terceira do sul . No sul poderia ser às Corvetas e fragatas mais antigas , para operar no sul.

André Luiz.'.

Rui Chapéu 30 de novembro de 2017 at 13:41 Eu ia perguntar ao amigo o porquê dessa comparação, que me pareceu ‘disparatada’ (desculpe..), mas vi que é próprio título do artigo citado no link… Eu concordo, em parte; concordo que a postura protecionista serve, muitas vezes, apenas para reforçar mais o conforto de oligopólios no domínio de certas atividades econômicas dentro do mercado doméstico, em detrimento dos consumidores e da sociedade em geral. Mas, ao mesmo tempo, creio que por vezes é necessário incentivar a indústria local, outrossim ela possa jamais equiparar-se à concorrência estrangeira, o que também é indesejável… Read more »

Roberto Bozzo

Bem, na opinião der um leigo, as OPV’s não excluem as CCT, nem vice-versa. A licitação das CCT pode se tornar o ponto de inflexão para o inicio real de construção naval militar no país. A meu ver, no contrato de construção das CCT deve-se colocar na cláusula de offset a atualização de maquinário e treinamento de pessoal do AMRJ no estaleiro escolhido; inicia-se a construção das 2 primeiras no exterior e, durante este tempo, reforma-se e treina-se as equipes do ARMJ. Por fim, as duas últimas unidades seriam construídas aqui, no AMRJ. Durante este período, pode-se negociar o desenvolvimento… Read more »

Guizmo

Eu acho as Tamandaré bem equilibradas em termos de armamento, missão e necessidade. Porém, para serem substitutas dos vasos atuais, sem criar uma colcha de retalhos, deveriam ser 4 + 4, compondo uma espinha dorsal, além de 4 CCTs (sendo 2 com defesa aerea de area), comprados de oportunidade.

João Augusto

Que textinho infelilz esse do Mises… Deus do céu.

FJJ

Expandindo a questão levantada pelo XO: o que determina são as necessidades da força, lembrando que estas deveriam ser as necessidades do país, determinadas pelo governo e implementadas pela MB.

Sei que no Brasil temos dificuldade em ter certas conversas, mas não cabe ao Almirantado, nem à MB determinar quais são suas funções. Isso deveria ser uma discussão séria, sem os usuais gritos de todos os lados, do campo político, sempre – aí sim – assessorados e aconselhados pelo Almirantado brasileiro.

Mas como aqui longo prazo são 3-6 meses, complica…..

Nunão

Pois é João Augusto, e esse argumento é em geral engolido sem qualquer crítica.

Enquanto isso, nos últimos 20 anos o Brasil vem sofrendo uma desindustrialização burra e prematura, com a indústria perdendo participação na economia numa proporção muito maior quem em países mais desenvolvidos, gerando mais vulnerabilidades para a própria economia – e até para sua defesa, tema da matéria.

Rui Chapéu

Ah,
é claro Nunão, essa industrialização que teve as forças deu tudo certo:

http://www.naval.com.br/blog/2017/05/29/em-colapso-industria-naval-ja-demitiu-quase-50-mil-e-tem-divida-bilionaria/

OOOOOOOOOpppsss……

Vcs tem que entender que na atual conjuntura não há a menor possibilidade do Brasil se industrializar. Enquanto tiver CLT, justiça do trabalho e outras coisas, vai ser mais barato produzir quase TUDO lá fora.

Pra vcs terem uma idéia, o Brasil tem que importar SAL, sim, SAL de cozinha que nem isso mais agente consegue produzir aqui…

Mostrem os erros do artigo que mostrei.
Corrijam.
E depois voltamos a falar. Enquanto isso, fique com o sonho de indústria naval.

Hélio

Levar o ~Instituto~ mises a sério é o mesmo que levar o vermelho.org a sério. Tanto esse texto como tudo o que eles publicam é pura retórica ideológica e vitimista, são iguaizinhos os comunistas, só trocam a burguesia pelo Estado.

Agnelo

Fjj boa tarde
Isso já foi definido na Constituição, na PND e END e na doutrina militar naval.
Sds

Hélio

Rui Chapéu 30 de novembro de 2017 at 15:35 Meu filho, crio eu que você não sabe como a indústria funciona, muito menos o mercado, assim como os almofadinhas do ~instituto~ mises também não sabem (nem economistas eles são). O problema da indústria não é CLT, muito menos justiça do trabalho (olha só o nível da argumentação desse pessoal), o problema é o mal desenvolvimento da indústria. Por que você acha que a indústria naval é inexistente mas a aeronáutica é pulsante? Tudo é caro por falta de estrutura e ecossistema dentro do Brasil, para produzir aqui, você tem que… Read more »

Eduardo Jardim

Boa tarde. Para que o Brasil tenha a capacidade de negar o uso do mar, mais precisamente a Zona Econômica Exclusiva, é preciso combinar algumas capacidades. Quais seriam elas? Como leigo imagino três. 1- Submarinos, convencionais e nucleares. 2- Aviação de combate, com mísseis como o Exocet integrados, por exemplo. 3- Artilharia de Costa, com mísseis com alcance superior a 200 km, para cobrir a Zona Econômica Exclusiva. Escoltas de 2000/3000 toneladas servem para que? Participação em missões como a UNIFIL? Algumas poucas escoltas, mesmo com 6000 toneladas, seriam inúteis contra uma agressão de uma superpotência, correto? OPVs poupariam dinheiro… Read more »

André Luiz.'.

Hélio 30 de novembro de 2017 at 16:01
E porque você acha que o Brasil deveria produzir sal? Que importância isso tem? Que valor agregado tem o sal?
— Lembra da Marcha do Sal de Mahatma Gandhi? 🙂

BrunoFN

Melhor caminho pra MB hj e um mix de OPVs (+ Amazonas com hangar pra heli do porte de um Lynx ou EC-145 .ao menos + 9 delas ) .. e fragatas ”pesadas” .. essas de 6000 tons ,(FREMM .. Iver .. ) ao menos 6 de emprego geral e 2 dedicadas a AA ….isso seria mt adequada a nossa realidade , o restante viriam de compra de oportunidade (Ocean .. NT … Albion .. ETC )

jodreski

A questão é muito simples porém toca num ponto bem sensível: não é mais cabível que 80% do orçamento destinado a defesa seja alocado para pagamento de pessoal. Isso é completamente inaceitável. Porém não há macho nas três forças que seja capaz de puxar as reformas que são necessárias. Enquanto essa situação estiver em vigor gastaremos muito com forças armadas e elas sempre estarão sucateadas, SEMPRE faltará dinheiro. O dinheiro do contribuinte é gasto para manter uma coisa só: cabide de emprego nas forças armadas. O povo paga a conta para ser feito de idiota. Isso precisa mudar porém cadê… Read more »

Hélio

Eduardo Jardim 30 de novembro de 2017 at 16:04 Tenho visão parecida, sendo a própria END (que é o que está sendo questionado) o primeiro objetivo é o fé negação do mar. Isso se faz de maneira suficiente com força submarina e aeronaval, dado o tamanho da nossa ZEE eu acho que a negação deve ser feita por Submarinos nucleares para a área mais externa da ZEE, avião para a área intermediária e submarinos AIP na costa. As forças de superfície não são tão importantes para esse objetivo, mas são importantes para a projeção de poder, em caso de guerra… Read more »

Hélio

Isso do “orçamento para custeio” já foi extensente debatido e desmistificado. Não é o orçamento que é estrangulado pelo gasto com o pessoal, é.o governo federal que dá uma pedalada na previdência militar para esconder o rombo na previdência.

Renan

Lei Quando MD se adequar por força de lei para seu gasto com Custeio não superar 50% do orçamento teremos, uma forçar realmente armada. Até lá. A melhor opção é navio-patrulha oceânico para atividade de GC e força policial, quantas forem necessárias, de modo nunca a ser necessário deslocar uma Corveta para fiscalização. (acho que qualquer numero acima de 12 começa a ter sentido e abaixo de 24) Temos que realizar a tamandaré: 1° o projeto está pronto então acredito que alguns milhões já foram gasto nisso. 2° A uma realidade de se conseguir realizar este projeto, então deve ser… Read more »

R.Bittencourt

Brasil precisaria de umas 14 fragatas, 10 covetas e 10 submarinos… Pra ter alguma projeção e proteção de nossos mares…
Claro, sem contar com opvs, varredores de minas, tanque e outros que dessem suporte a frota… Mas acho q tou sonhando demais !

308

O futuro não é continuação do presente. É uma nova realidade. Não adianta ficar na memória que a marinha dispunha no passado de 18 escoltas. Hoje a realidade é mais enxuta (vide Royal Navy). Precisamos de negação do mar. Precisamos de escoltas. Precisamos tomar conta da nossa costa. Precisamos estar em condições de prestar SAR em todo o atlântico sul. Também precisamos de tecnologia autóctone. Partindo destes pressupostos e partindo do menor para o maior: – Patrulhas costeiras: Já dispomos de tecnologias para produção local. Implementar já, aproveitando a ociosidade dos estaleiros gerados pela crise. A marinha (governo federal)seria o… Read more »

Ádson

“Rui Chapéu 30 de novembro de 2017 at 13:41” Rui, a Marinha não é uma empresa privada, a Marinha é parte integrante da União, e como tal diferença de preços tem que ser analisada sim. Em uma empresa privada o desembolso só é analisado pelo menor preço, e assim tem que ser, já para a União tem que se analisar quanto será o retorno para o caixa da União caso o desembolso seja feito aqui ou fora. Não estou nem citando o retorno social e sim só o monetário. Arrisco como um palpite a dizer que um certo meio adquirido… Read more »

Augusto

Pra mim o almirantado tinha que esquecer a capacidade de combate nao temos inimigos, e focar nos opvs depois ve o que da pra fazer com o resto. Mas acho que os almirantes tem medo da sua instituição se esvaziar-se

Celso

Prezado Jodreski, voce coloca mais uma vez o dedo na ferida , vc e por tabela o Renan. Tapar o sol c a peneira nao vai resolver, sonhar com demandas e ficar em devaneios muito menos como muitos aqui. Nao adianta ficar aqui debatendo e sonhando qdo nem mesmo uma esquadra se completa operacional a muitos anos e todos sabemos disso. Triste MB q vomita uma CV Barroso como sendo a mais nova (risos)moderna, etc…….mas nao passa sim de uma CV desdentada e todos sabem bem disso. Tenta mostrar suas 3 OPVs como meios modernos e novos……arghhhhh uma patrulha oceanica… Read more »

carvalho2008

A missão especifica o requisito, mas o dinheiro limita o atendimento. . então, melhor possuir mais olhos e mangas arregaçadas do que condenar tripulações a não ter onde operar e ai sim duplicar a defasagem se eliminar a capacidade doutrinaria e operacional de pessoal . Diante disto, priorizar OPV´s de alta tonelagem, mercantonas e que possam ter espaço de escalabilidade de geração de energia, equipamentos e sensores em caso de necessidade. inclusive espaço e conves disponivel para integração de tecnologias de drones. . Isto adicionado a poucas unidade de 1a. linha ( no maximo 6) para manter a doutrina com… Read more »

Ádson

Em relação ao tema “OPV, Corveta, Fragata”, minha opinião é a seguinte: precisamos dos três, OPV, ótimo meio para patrulha e salvamento a custo barato. Corveta, ótimo para patrulha a um custo de construção e operação bem maior porém também é um combatente com menores capacidades mas também muito interessante para a esquadra, também seria é interessante como presença bélica em compromissos internacionais ou até mesmo em nossa ZEE a um custo nemor que uma fragata. Fragata, ótima escolta, capacidade de dissuasão melhor, uma força tarefa nucleada por um NAe ou PH escoltada por quatro ou cinco fragatas para promover… Read more »

Hélio

Pergunto para esses que SEMPRE falam em ~gasto com custeio~, vocês sabem para onde esse tal ~gasto com custeio~ vai? Sabem qual é a composição do orçamento? Ou será que só repetem o que o jornalista (que é contra a reforma da previdência e coloca a culpa do rombo nos militares) diz?

carvalho2008

Voce conseguem discutir um topico com ideias sem discutir o raio do orçamento???
.
O mundo é cruel
.
O mundo ignora
.
o mundo é teimoso
.
O mundo não se corrige
.
Então….vamos mudar o mundo ou encontrar uma solução? ou então pelo amor de Deus, os moderadores/editores abram um topico somente sobre orçamento para podermos copiar e colar as 5.497 criticas sobre o que fazemos ou deveriamos deixar de fazer dele…
.
A materia é para contrapontos dos projetos atuais ou futuros de contorno para solução de meios.

Bardini

Na minha visão, como possuímos uma “Marinha Faz Tudo”, é fundamental dividir internamente a aquisição dos meios respeitando dois nichos distintos: 1) Aqueles voltados a Guerra Naval. 2) Aqueles voltados as tarefas dos Distritos, ou seja, voltados a aplicação da Lei na ZEE. . O que se vê a muito tempo e perdura até hoje, no tocante aos projetos que vem sendo divulgados, é que não existe uma separação clara entre estes dois nichos. Isso é um erro gravíssimo, na minha opinião. . Por exemplo: O projeto do novo NPa 500t-BR É um navio que se for equipado com tudo… Read more »

carvalho2008

“Investir menos no casco e mais na integração e guerra de rede, procurando exigir ao maximo que uma estação de combate possa comandar comunicações e sistemas de combate embarcados em cascos mais simples e baratos”….
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.
Quando disse isto, digo no sentido de uma estação de combate de um navio de 1a. linha comandar os sistemas de combate embarcados em outro navio….de casco mais simples….

Roberto

em cada perspectiva uma posição do lançador VLS, onde ele vai ficar afinal???????????

Nunes-Neto

Compra os 3 OPV s da classe river que vão dar Baixa e parte para uma Escolta entre 3000-4000 ton.Acho que um pacote Ocean + 3 River seria uma boa compra por um bom preço!

sergio ribamar ferreira

Concordo com o Sr. Bardini e acrescento. Tudo se aplica a ter dinheiro para se construir. Um navio de guerra não é um automóvel. O projeto para se fazer uma belonave são milhões. A Barroso levou 10 anos com erros e acertos. O que a MB deseja afinal? Qual a real necessidade?

Rafael_PP

Fernando “Nunão” De Martini 30 de novembro de 2017 at 17:26: “O Brasil já se industrializou, num processo acelerado principalmente entre os anos 1950-80. Teve indústria (no geral, em nenhum momento falei só da naval no meu comentário) muito mais diversificada, complexa e completa do que tem hoje, com uma porcentagem maior da população economicamente ativa trabalhando nela e consumindo com seus salários vindos do setor produtivo.” . Só esqueceu de citar como se deu este processo. Também não lembrou de abordar a qualidade, a quantidade e os preços do que era produzido e ofertado para os consumidores brasileiros. .… Read more »

Cezar

Eu acho todos comentários válidos, só uma curiosidade, os Srs Deputados aprovaram uma verba para ser gasto em campanha eleitoral que daria para construir duas Corvetas Tamandaré novinhas . . . Está realmente faltando dinheiro? A cada 2 anos o Brasil vai gastar oficialmente, o equivalente a 2 navios de guerra p financiar campanhas eleitorais.

_RR_

Bardini, Como bem salientado no texto, o custo/benefício pesa a favor do ‘mix’. Quando as principais marinhas europeias começaram a construir seus vasos maiores na década passada ( FREMM, ‘Daring’, F-124 ), ou já contavam com uma classe menor de combatentes novos ou a classe a ser substituída ainda estava em plena forma; e as substituições seguiram de forma ordenada, de modo que não ficaram sem combatentes para cumprir com o mínimo de missões… No caso do Brasil, perdeu-se o ‘timing’, por assim dizer… Os vasos maiores deveriam começar a serem construídos no começo dessa década para serem incorporados por… Read more »

José Luiz

Comentando OPV versus Corveta 1-) Resistência são mais fracos sim é claro, como disse o Nunão: “ são navios mais simples, construídos sem toda a compartimentação e redundância de sistemas de navios de combate” Mas considero isto relativo, visto que, o poder de destruição de armas como torpedos e mísseis é muito forte. Qual a diferença entre uma corveta e um OPV atingidos por um moderno torpedo que detona embaixo do casco, nenhuma ambos se partem ao meio. Qualquer impacto sobre as obras vivas de uma corveta como a Tamandaré vai ser um desastre ela resiste ao impacto de uma… Read more »

bb

Meus pontos: a) Com a disponibilidade de misseis, marinhas importantes desejam navios pequenos e stealth, Nao consigo entender a obsessao por navios grandes no Brasil. O Sao Paulo era indefensavel.Ponto para OPV. b) OPV nao necessariamente tem de ser sub armada. Modernamente se configura para determinada missao. Navios de 2.400 toneladas podem enfrentar em grupo ou isolada navios de tonelagem bem superior. Se pensarmos que na costa podemos contar com assistencia da FAB, fica ainda mais dificil abandonar a ideia de OPV ou renomear para minicorveta! dois containers com 20 misseis cada, e raio de acao de 100 km da… Read more »

Luiz Monteiro

Prezado Nunao, Parabéns pela clareza, objetividade e pelos argumentos utilizados na matéria. Respondendo aos questionamentos do Galante e dos demais amigos que, na ótima matéria investigativa do Roberto Lopes, me solicitaram intervenção. Quanto às baixas dos navios escoltas, inicialmente parabenizo o Bardini pela iniciativa, ficou bem legal. Esclareço que o cronograma de baixas serão definidos a partir do próximo ano. Até 2022, duas FCN e as duas FCG serão retiradas. Devem ser substituídas pelas CCT entre 2022 e 2025 ( comissionamento). As CCI remanescentes devem operar até o final da década de 20 e as FCN revitalizadas serão retiradas na… Read more »

Gabriel Oliveira

Como disse o Nunao a indústria pesada no nosso país foi descontinuada faz tempos como se planeja construir navios em tempo hábil para suprir as baixas que se teve.É necessário que se for para fazer fazer que seja algo nos moldes do Grippen.

Roberto

Fernando “Nunão” De Martini …..as perspectivas ao qual me refiro são imagens fornecidas pela MB. Na qual o VLS esta em outro lugar no navio.

Roberto

o lançador Sea ceptor mais precisamente!

Rui Chapéu

Nunão, além de proibirem importações naquela época, pagava-se caro e por coisas completamente ultrapassadas comparando com outros países. Um exemplo bem claro eram os carros e computadores. E vc esqueceu de comentar da parte que essa industrialização forçada de cima pra baixo ( a mando dos militares e governos da época) gerou a nossa querida super inflação dos anos 80. Foi pego dinheiro do mundo todo pra construir fábricas sem necessidade e outras coisas mais. Mas enfim. Não vou ficar discutindo escolas de economia aqui. O que eu tinha por objetivo era falar pra algum “cabeça” da marinha que talvez… Read more »

carvalho2008

“José Luiz 30 de novembro de 2017 at 22:23 Comentando OPV versus Corveta…” . ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Muito bem colocado Mestre José Luiz, é o que penso tambem. . Logico que existem contrapontos, questões negativas existem para qualquer uma das alternativas. . Mas como bem colocou, e gato escaldado tem medo de agua fria….grana não tem, grana não vira, tem não tem e tempo já se foi…então focar nos OPV´s em maior numero pois será a unica forma de cobrir mesmo que a titulo precario, os GAP´s já instalados e que irão se alargar mais rapidamente por agora…. . Bem colocado tambem… Read more »

carvalho2008

Mestre Bardini, . É neste mesmo vies especifico que concordo contigo quanto as Tamandarés. . Acho um bom projeto e bem equilibrado, mas em um contexto na qual seriam a 2a. linha, um complemento de volume para as reais unidades de fragatas de 1a. linha de superioridade, e sabendo que o dinheiro não haverá para tal plano ficando o risco então de apenas ficarmos com as Tamandarés e olha lá, então corre-se o risco delas apesar do excelente projeto, comprometerem uma fração de investimento importantecom poucas possibilidades de contorno para adoção de outros caminhos alternativos. . Por exemplo, Seriam hipoteticamente… Read more »

carvalho2008

Prezado Luiz Monteiro,
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Entendo a colocação, mas as Corvetas numa hipotese de persistencia de estrangulamento orçamentario, não podem vir a competir com o disponivel para a obtenção de Fragatas tão sonhadas de 6 mil ton? …e desta forma, seria realmente melhor correr o risco de uma esquadra recheada com corvetas ou apertar o cinto e dispor de algumas Fragats de 6 mil ton recheadas de OPV´s???? deixando claro que não é o cenario pretendido por ninguem, mas diante de uma imposição altamente provavel, qual o melhor risco?