ARA San Juan

ARA San Juan

Quase vinte dias após o desaparecimento do submarino ARA San Juan, o ministro da Defesa da Argentina, Oscar Aguad, quebrou o silêncio e deu uma entrevista à televisão em que confirmou que a tripulação do navio está morta. Além disso, revelou que o capitão do submarino já havia reportado um “incidente semelhante”.

De acordo com o ministro, o problema relatado pelo ARA San Juan, ao comunicar pelo rádio uma falha elétrica após a entrada de água através do snorkel, que teria gerado um curto-circuito na bateria, já havia ocorrido antes.

“Houve um incidente semelhante, a água veio pelo snorkel com a diferença de que a água não chegou às baterias, o capitão percebeu isso e pediu que, em 2018, quando o submarino entrasse em reparos, que esse problema fosse verificado”, Aguad contou sua história ao canal TN.

Ao se referir ao estado do navio, Aguad explicou que esse tipo de navio precisa de uma revisão completa e que leva cerca de 48 horas antes de navegar. “O submarino deixou Mar del Plata com verificações prévias”, disse o ministro.

Por outro lado, o ministro disse que “um cerne da questão” é a investigação das ordens dos comandos da Marinha nas instruções dadas ao navio, após o dano ter sido reportado.

“O que aconteceu com aquele submarino?” Essa é a grande questão, o ruído que se ouviu foi explosão por causa do hidrogênio ou o colapso do casco do navio? Nós não saberemos até encontrá-lo”, refletiu Aguad.

Oito chamadas por satélite

No dia em que houve a explosão no ARA San Juan, na quarta-feira, 15 de novembro, os submarinistas realizaram 8 chamadas por satélite e uma extensa conversa de 13 minutos com a Base Naval de Mar del Plata. Tudo aconteceu no calor da tarefa de reparar as falhas que foram relatadas nas baterias quando surgiram ao renovar o oxigênio no navio.

A empresa Tesacom anunciou os detalhes das comunicações que o San Juan manteve durante as primeiras horas do dia 15 de novembro, entre 1 e 7h40 da manhã.

As chamadas estavam em três rodadas: as quatro primeiras estavam entre 1h11 e 1h50. Houve uma segunda escalada de conversas às 6h10 e as duas últimas às 7h36.

A chamada mais extensa foi gravado à 1h49, quando o ARA San Juan realizou uma conversa de 13 minutos com um telefone via satélite de Mar del Plata. A mais curta foi a antepenúltima, às 7h36, apenas um minuto de duração.

Todas essas chamadas, que não foram relatadas pela Marinha, foram reconhecidas hoje pelo porta-voz Enrique Balbi. “Nós já recebemos esse formulário, corroborando as chamadas de telefone e dados”, começou.

“Estas são as primeiras chamadas feitas pelo comandante da unidade relatando a falha, este curto-circuito e o início de um incêndio, com fumaça e sem fogo”, continuou.

De acordo com Balbi, as comunicações são contínuas porque “tudo o que foi falado por telefone o comandante mais tarde enviou por escrito para que não houvesse falsas declarações”.

Ao falar sobre o conteúdo das chamadas, Balbi disse que “as primeiras chamadas foram sobre o relatório da falha e as últimas foram para o pedido de mudança de rota para reduzir o número de dias no mar”.

Embora na última comunicação do ARA San Juan já estivesse em imersão, onde o comandante informou que as falhas já estavam resolvidas, a principal hipótese da Armada é que a explosão foi causada pela mesma falha nas baterias.

No entanto, esta hipótese só pode ser corroborada se o ARA San Juan for localizado e o navio puder ser avaliado. Balbi informou hoje que um mini-submarino russo inspeciona um objeto a 950 metros de profundidade para determinar se é ou não relacionado à busca.

FONTE: La Nacion / TN

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