A desativação do HMS Ocean sem substituição: estrategicamente sem sentido?
A planejada desativação do porta-helicópteros HMS Ocean da Royal Navy em 2018 sem substituição é um passo sem sentido e coloca a contabilidade e a política acima da segurança do Reino Unido e seus interesses nacionais
Por Oliver B. Steward*
Isso deixará um buraco na nossa capacidade de guerra anfíbia e as capacidades baseadas no navio-aeródromo da nossa Marinha Real, que limitarão o nosso alcance e eficácia operacional.
Para uma nação marítima tem melhor sentido investir e manter nossos atuais níveis de força, se não para complementá-la com navios mais novos, ao mesmo tempo que modernizamos os mais velhos. É vital que nossos interesses nacionais e militares sejam atendidos por ter uma capacidade de guerra anfíbia para permitir ao Reino Unido lançar operações geográficas abrangentes no exterior.
Historicamente, durante o ano de 2014, o HMS Ocean sofreu uma remodelação de £ 65 milhões. O ministro da Defesa naquele momento, Philip Dunne, disse:
“Estou satisfeito que este contrato não só assegura que o HMS Ocean continue sendo um navio de guerra significativo, altamente flexível e capaz nos próximos anos”.
Infelizmente, isso se tornou um testemunho do fato bem conhecido de que a retórica por muitos políticos não combina com a prática.
Enquanto o MOD informou que manteria uma “capacidade anfíbia significativa”, incluindo os novos porta-aviões da classe Queen Elizabeth, mas mesmo aqueles grandes navios não entrarão completamente em serviço até 2020, deixando um déficit de capacidade (isto significa que eles não terão aeronaves de combate funcionais e não estarão em desdobramento ativo até aquele momento).
Vale ressaltar que o HMS Ocean como um navio serviu nossa nação de forma exemplar e todas as tripulações que serviram nele. Suas ações incluem as da crise do Kosovo, a Guerra do Iraque de 2003, fornecendo apoio logístico e tático para as Olimpíadas de Londres 2012, além de participar de exercícios da OTAN no Mediterrâneo.
Minha esperança é que testemunharemos uma reversão desta decisão no contexto de uma crescente segurança internacional desafiada e o governo olhe para a possibilidade de reformar este navio para assumir uma função mais multifunção com a possibilidade de acomodar aviões F-35. Isso permitirá que este navio seja mantido em serviço até os anos 2020 e além.
Os navios da classe da Queen Elizabeth são um tremendo patrimônio para a nossa Marinha Real, mas acredito sinceramente que a evidência aponta para uma capacidade de navio-aeródromo continuada durante a construção e teste do HMS Queen Elizabeth.
Se um conflito explodir em 2018, o Reino Unido não terá um navio-aeródromo com treinamento adequado para desdobrar aeronaves em uma zona de conflito. O HMS Ocean deve ser mantido operacional pelo menos durante o período intermediário, se não em um período de longo prazo.
*Candidato ao Doutorado em Segurança Internacional na Universidade de East Anglia
FONTE: UK Defense Journal
E aconteceu algo parecido, com a desativação o Ark Royal antes da guerra das Malvinas.
Mas como acabamos de ler na matéria anterior, eles desvestiram um santo colocando a venda o HMS Ocean, mas EM CONTRAPARTIDA construíram e acabam de entregar ao Reino Unido o HMS Queen Elisabeth um verdadeiro “templo” para poder usar não só aviões de asas fixas como também helicópteros.
Então (na minha visão) é muito melhor possuir o mais atual Porta Aviões, do que “apenas” um porta helicópteros.
“Minha esperança é que testemunharemos uma reversão desta decisão no contexto de uma crescente segurança internacional desafiada e o governo olhe para a possibilidade de reformar este navio para assumir uma função mais multifunção com a possibilidade de acomodar aviões F-35. Isso permitirá que este navio seja mantido em serviço até os anos 2020 e além.”
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*Candidato ao Doutorado em Segurança Internacional na Universidade de East Anglia
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E já nem é mais um “calouro burro”…
Antonio M 8 de dezembro de 2017 at 19:26
Bem lembrado
Roger 8 de dezembro de 2017 at 19:30
Mas o NAe vai ficar por conta da Sup Ae e atq, enquanto o Ocean ficaria por conta dos RM.
A questão que o articulista defende é que o novo porta-aviões só estará operacional em 2020 e o Reino Unido terá um hiato de 2 anos na capacidade de aviação embarcada.
Pelo andar da carruagem em insegurança mundial , fazendo PMG, fica por lá e perdemos.
Pode acontecer?
Afinal,poderia ou não operar F 35? Qual a extensão e custos aproximado de tal reforma? Já existe algum projeto?
Eles choram e nós rimos.
O navio foi construído para ser uma solução barata e cobrir o gap até a construção dos PAs. Segurar mais dois anos até a incorporação dos PAs seria algo racional a se fazer, em termos de manter capacidades. Mas $$$…
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Agora, alimentar a esperança de ter esse navio modernizado para operar F-35B, e isso para cobrir uma lacuna até 2020? Que baita ilusão… Vai bem de encontro aos iludidos daqui, que acreditam no bullshit de ter asa fixa a bordo desse navio.
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Vai que o caro do texto leu AERO Maganize, rsrsrsrs…
Bardine
Viu só, Aviaozinhum se metendo no naval da nisto, segundo us cara da Aero dá … kkkkkkkkkkkkk
Pensei o mesmo que o articulista, mas para o Brasil. Reforma do convoo e colocação de uma ski jump para operação de F35. O Ocean é uma cópia da classe Invincible.
Cuma, copia de quem ?? oxe …
Agnelo Moreira 8 de dezembro de 2017 at 19:39
E já foi matéria aqui no blog
http://www.naval.com.br/blog/2010/04/11/o-imperio-contra-ataca/#comments
O HMS Ocean não pode operar F-35B: não tem convôo nem elevadores nem instalações adequados.
No interregno, ou assume o risco ou aceita a oferta Uber francesa ou volta atrás e retém o LPH.
Agora, o QE pode, sim, emergencialmente, fazer de LPH…
Sobre a ilusão do F-35B nesse navio: A pontinha do iceberg: Precisa de novo revestimento do convôo e reforço estrutural para suportar as operações e as toneladas do F-35B pousando/decolando? Precisa aumentar a velocidade do navio para lançar aeronaves? Precisa de Skyjump? Se sim, como esse sobrepeso afeta o projeto? E a capacidade de carga e tamanho dos elevadores, serve? Capacidade de combustível para as aeronaves, está ok? Arranjos internos para logística e armazenagem de armamentos, precisam ser modificados? Sinalizações para pouso, incluindo noturno, entre outras coisas para operações? . Isso tudo, levando em conta um navio que não é… Read more »
Não precisa do F35B, é só comprar dos EUA que eles aposentaram alguns, não nuclear claro, eles revisam trocam o óleo e ainda devem dar umas naves de apoio
Provavelmente só quem teria a capacidade de operar asa fixa era o Ilustrious, o ultimo invincible, que foi desmontado em 2015, salvo engano.
O Ocean não tem capacidade de operar asa fixa, não foi projetado pra isso, e uma reforma nesse sentido encareceria o barco por demais…
Talvez o articulista esteja defendendo apenas o transporte de caças, em missão de apoio ao QE, embora ele seja bem mais lento… estranho. Esse discurso desse especialista é muito estranho.
Pura teoria conspiratória Inglesa
Não vai vingar o que esse especialista falou e argumentou.
A realidade financeira é outra para Royal Navy.
E tem gente aqui acreditando !!!
Kkkkkkkkk
No Reino Unido alguns choram para não vender e no Brasil alguns choram para não comprar.
Ouvi os dois lados e minha opinião é que é uma oportunidade que não devemos deixar passar, é claro que devemos dar continuidade ao projeto das corvetas e dos submarinos, mas uma coisa não afeta outra e precisamos de quase tudo pra deixar passar algo quem pode vir em bom valor.
Não podemos esquecer da última reforma que o Ocean sofreu se 2012 a 2014, deixou o navio praticamente novo.
O convoo do navio é reforçado, pode operar com Chinook e Osprey, acredito que não teria dificuldade para operar o F-35B, se o navio recebesse equipamentos para apoiar o avião.
Sobre o F-35B no Ocean, seria possível para o Reino Unido e não para o Brasil, por motivos óbvios.
Olá. O navio escola Brasil chego em Fortaleza e está aBerta a visitação ao público nos dias 8, 9 e 10 a partir das 14hs as 17hs .
Continuo achando uma má ideia comprá-lo. Está bem conservado, é um belo navio…. mas só desembarca infantes via aérea, navega meio “devagar”, etc. Esse navio não é nada daquilo que estávamos procurando. A Marinha precisa ter foco!!!!
os elevadores dele tem as mesmas dimensoes dos Invencible?
Olá boa noite amigos, acredito que se possível, o custo benefício, levando em consideração a vida útil do meio para operar o f35 no Ocean seria muito alto! Agora o ocean é o que podemos para o momento… meio off Topic da inveja do futuro Milt-propósito da marinha Australiana, skyjump doca alagavel… novinho… Olha cairia bem pra MB um assim, pena que no momento não tem $$$
Não sou especialista nem entendo muita coisa mas F-35B chega a ser um pouco de delírio desse especialista,acho que nem para a RN que tem mais Cash que a gente séria vantajoso,é claro se fosse um navio de 5 anos até caberia estudar essa idéia.
Essa venda do ocean cada vez mais me lembra os Gepards adquiridos pelo exército… Bateu o arrependimento nos alemães.
Chico Novato,
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Estão vendendo somente porque foram obrigados a vender. Não queriam, mas precisam fazer a contar fechar do lado de lá. Fizeram muitos investimentos em Navios e submarinos novos…mas o mar não está para peixe para ninguem…veio o Brext…..estão contrariados, mas….
Reforçando o meu comentário, o ocean pode não ser o mais adequado para atuar na Síria, mas atuaria com em cenários como a Somália a um custo bem inferior. Considerem o Ocean o super tucano dos navios aeródromos
carvalho2008
Pois é. Está cada vez mais claro que os militares estão contrariados.
Não vejo sentido em alterar o Ocean para receber o F-35B, esta alteração iria custar um bocado de dinheiro (que para eles já ta curto) e não iriam conseguir operar o caça de forma plena. O Reino Unido já está com o QE, creio que os F-35 já estarão embarcados e funcionando antes que a adaptação do Oceans fique pronto, então a solução para o GAP não existe.
Agora, concordo que o Ocean vai fazer falta em caso de uma intervenção.
Naverdade, acho que devemos lembrar que a modernização dos AF1 encontra se semi empacada … acho que o assunto ja deveria encerrar por ai, alias, quem foi o JENIU que lançou isto para a MB ?
Bardini 8 de dezembro de 2017 at 19:38:
“E já nem é mais um “calouro burro”…”
kkkkkkkkkkkkkk. Lembrei do meu trote: calouro é bicho, calouro é nada, calouro é saco de pancada!
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Troca calouro por paisano e será assim a discussão entre um articulista e o ‘insider’ do MoD.
MO 8 de dezembro de 2017 at 21:25,
MO, que a adaptação é tecnicamente possivel, ela é. Vai até funcionar, mas teria custos irracionais: gastar tubos de dinheiro para transformar em PA meia boca um PH idealizado para ser, ele.proprio, uma solução paliativa, por isso é “civil” e não militar full.
Sugerir a adaptação do Ocean para levar F35 não faz sentido lá- já que a crise é de falta de recursos- e muitissimo mais aqui….
Oi Hélio, exato, inviável e mesmo que viável (E não é), o F 35 em si ja nos é inviavel em qqr situação(vide o parto que esta a modernização dos AF1)
Eu só acho, de novo, que temos uma Constituição que nos veda ações de conquista, ofensivas, e de intervenção que não tenham respaldo em organismos internacionais.
Ou seja, a utilidade do Ocean é limitada, legal e politicamente.
Eu acho que o que marinha busca com esse navio é manter um certo status que ela se acostumou a ter desde os anos 50 com a incorporação do Minas Gerais. Os custos, as capacidades e tudo o mais estão em segundo plano. Mas enfim, o acessoramento vai até a hora q a decisão é tomada, com ela tomada o negócio é torcemos para que tudo dê certo e esse navio tenha uma vida de muito êxito na MB.
Delfim, creio que a utilidade do Ocean será levar a guerra até um possível agressor que insista em operar em nosso mar territorial ou zona econômica exclusiva. Penso em uma “Guerra da Lagosta ” 2.0.
O Ocean tem emprego na ASW? Ou é só assalto anfíbio?
Vejo muita gente comentando sobre o fato do Ocean ter sido construido em “padrão” civil, o que o deixaria mais frágil teoricamente, porem mais barato de construir e manter, alguém conhece alguma outra classe de navio que segue o mesmo conceito?
A classe Mistral também emprega padrões civis na construção.
Alex,
O Mistral também utiliza está filosofia. É uma forma de cortar custos ou entregar navios mais rapidamente.
Madmax, o Ocean também tem emprego ASW, já participou de exercícios da Otan com essay finalidade. Tudo depends do tipo de aeronaves que ele opera.
O problema é que a RN apostou tudo no porta-aviões de um avião só. E esse avião o F-35B ficou extremamente caro. O orçamento apertou e agora eles tem que vender até a mãe para sustentar o resto da família. O Ocean não pode operar o F-35B mas o Harrier AV-8B+ que vai começar a ficar disponível nos fuzileiros navais dos Estados Unidos talves possa.
O que seria exatamente utilizar padrões civis no seu projeto/construção.
Os AV8B estão no osso, tanto que os Marines compraram os lotes desativados dos ingleses para fornecimento de peças. Não tem dinheiro para modernizar A12 e vão querer operar AV8B?
Marcos, padrões civis são os encontrados em navios mercantes que, por causa da maior escala de produção, barateiam o produto final.
marcos, sou um leigo, mas.. O padrão militar é muito mais redundante, portas corta fogos no hangar abaixo da pista, uso de materiais mais nobres para manter a integridade mas não aumentar o peso em demasia. Sistemas redundantes para combate a incêndio, maior número de comportas para serem utilizadas em caso de avalia, uma blindagem maior em locais mais sensíveis, utilização de turbinas ou motores superdimensionados para maior velocidade, serem estruturalmente mais fortes para resistir manobras digamos mais radicais. Tudo isto encarece, aumenta o peso e é claro a dimensão do mesmo, e olha que nem estou falando na parte… Read more »
comentarista Delfim traz uma boa questão.
o Estado brasileiro não demostra realmente saber o que quer do seu aparato de segurança e defesa.
seguimos para vinte anos de um Ministério da Defesa que parece não ter foco. tarefas subsidiárias, principalmente GLO, por incompetência e corrupção de Estados conflagrados e ministérios loteados, atletas “militares”, ministro exonerado um dia p/ votar agendas caras ao presidente (inclusive denúncias de crimes) no parlamento e voltar ao cargo dias depois…
nesse palheiro, fica difícil achar a agulha do projeto de força adequado aos interesses nacionais a serem defendidos.
Delfim Sobreira, boa tarde Já comentei sobre isso. Após agredidos, podemos atacar e conquistar. Agredidos inclui: ação de inteligência, de operações especiais, reconhecimento por tropa ou aeronaves etc. Inclusive podemos realizar fintas em ações de conquista (após agredidos) ou reconquista. Podemos realizar ações ofensivas com objetivo defensivo, como para resgate de nacionais. Um exemplo: em caso de uma guerra no TN Atlântico Sul, mesmo q entre outros sem nós, ocupar e manter Fernando de Noronha, de onde podemos realizar operações aeronavais importantes para proteger nossas linhas. Em termos geopolíticos, a costa Oeste da África e AL estão crescendo de importância.… Read more »
Complementando o Agnelo (resposta ao Delfim), esse assunto da nossa política de defesa não prever guerra de agressão no sentido estrito já foi falado em inúmeras matérias, mas não custa relembrar e reforçar. Para isso, reproduzo um trecho de artigo escrito pelo almirante de esquadra reformado Mauro Cesar Rodrigues Pereira (último ministro da Marinha do Brasil, de 1 de janeiro de 1995 a 1 de janeiro de 1999), originariamente publicado na revista FD n.3, de 2011 e que foi republicado aqui no ano passado. Ainda que o foco seja navio-aeródromo, também se refere a operações anfíbias, onde se encaixaria o… Read more »
Tamandaré ( 8 de dezembro de 2017 at 22:34 )
Ele pode desembarcar tropas, carga e veículos pela rampa traseira, armando o pontão e usando-o como plataforma para propiciar o embarque em barcos destinados a praia.
http://www.key.aero/central/images/articles/950.jpg
Transporta também quatro lanchas de desembarque, além de poder levar hovercrafts ( estes últimos, salvo melhor juízo, permanecem no hangar e são erguidos ao convoo pelos elevadores, para então irem ao mar por meio do guindaste ).
http://news.bbc.co.uk/media/images/49094000/jpg/_49094559_hovercraft.jpg
Amigos…
Quanto a operar asa fixa… Não seria o sistema de propulsão da embarcação um fator limitador neste caso…?
Mesmo considerando aeronaves V/STOL, a geração de velocidade deste vaso seria suficiente para operar com desenvoltura…? Se não for, então qualquer modernização visando operação de aeronaves F-35B deverá contemplar nova propulsão, o que não seria pensável nesse caso…
Até hoje, já li sobre pousos de aeronaves ‘Harrier’ no ‘HMS Ocean’, mas nunca nada sobre uma operação contínua…