Indústria naval turca propõe à Colômbia versão alongada da corveta MILGEM
STM tenta desbancar modelos europeus considerados favoritos na disputa pelo Programa Estratégico de Superfície
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
O grupo industrial turco Savunma Teknolojileri Mühendislik (STM) divulgou na terça-feira (05.12) ter proposto à Armada Colombiana a construção, em parceria com o estaleiro estatal colombiano Cotecmar, de oito fragatas leves do modelo CF3500, para atender o programa Plataforma Estratégica de Superfície (P.E.S.) da marinha sul-americana.
O anúncio foi feito durante a mostra Expodefensa 2017, que aconteceu esta semana em Bogotá.
O projeto do novo navio – designado CF3500 – vem sendo desenvolvido no âmbito da prestigiosa iniciativa industrial turca MILGEM, acrônimo de Milli Gemi (“Navio Nacional”).
Ao que tudo indica, trata-se de uma versão alongada e mais pesada da corveta MILGEM Ada, de 99,56 m de comprimento e 2.400 toneladas de deslocamento, cujo desenho, revelado em 2008, despertou grande interesse entre marinhas de pequeno e médio portes (entre elas as da Indonésia, Paquistão, Canadá, Ucrânia e Bangladesh).
O projeto da CF3500 teria resultado em uma embarcação consideravelmente maior que a da classe Ada, de comprimento de casco entre 115 m e 120 m, e deslocamento no patamar das 3.500 toneladas, dotado de convés de voo e hangar para helicóptero à ré – comparável, portanto, ao projeto das fragatas classe Istanbul, da Esquadra Turca.
O poderio ofensivo da CF3500 estaria assegurado por um conjunto de 12 ou 16 silos de lançamento vertical de mísseis antiaéreos – situado logo atrás do canhão de vante –, dois lançadores quádruplos (2 x 4) de mísseis antinavio e 2 reparos triplos (2 x 3) para torpedos leves – além de um sistema CIWS Phalanx sobre o hangar, dois RCWS de 12,7 mm de defesa contra barcos de alta velocidade e um canhão de 76 mm na proa (que a classe Ada também usa).
Concorrentes – A Indústria de Defesa da Turquia foi uma das que mais cresceu, em termos globais, no novo século.
Em sua oferta a Bogotá, o STM promete aproveitar os recursos de design e de Engenharia já desenvolvidos pela estatal Corporación de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo de la Industria Naval Marítima y Fluvial (Cotecmar) , da Colômbia – empresa naval que, no cenário latino-americano (ao lado da chilena Asmar), vem demonstrando possuir uma destacada capacidade tecnológica.
De acordo com o analista civil de assuntos militares paquistaneses Bilal Khan, na concorrência aberta pela Marinha Colombiana para o Projeto P.E.S., o grupo STM compete diretamente com o fabricante francês Naval Group (antiga DCNS) e com a parceria SAAB-BMT Defense Services.
O Naval Group propõe aos colombianos sua fragata Belh@rra (Belharra) de 4.000 toneladas – espécie de projeto-ponte entre a Gowind 2500 e a conhecida FREMM, de 6.000 toneladas –, dotada de sensores Thales e armas MBDA.
A sueca SAAB e a britânica BMT oferecem a fragata Venator-110, dotada de radar Sea Giraffe e de um moderno sistema de medidas de apoio eletrônico (ESM).
Único órgão autorizado pelo governo turco a comercializar e exportar os navios MILGEM, o STM negocia, nesse momento, o fornecimento de quatro corvetas Ada à Marinha Paquistanesa.
Os navios seriam construídos no estaleiro Karachi Shipyard & Engineering Works (KSEW).
Interessante… este aumento no comprimento poderia ser feito na Tamandaré ? Alguém sabe se o projeto permite ?
Algo como aumentar em um ou dois blocos no projeto do casco, talvez uma motorização mais potente, rearranjar a superestrutura para inserir mais lançadores verticais, por exemplo….enfim, deixa-la mais parruda.
Me veio a mente, inclusive, fazer algo como a Coréia fez com o projeto KDX, ir construindo unidades maiores até atingir a tonelagem necessária à MB, adquirindo conhecimento e capacitando a industria nacional….
Roberto, creio que é possível, pois é bastante comum em várias classes de navios ao longo da história e foi feito no caso da Inhaúma para a Barroso, com inserção de duas seções extras (uma na região da praça de máquinas, outra na região do COC), além de mudanças na proa, aumentando o comprimento total de 95,7m para 103,4m, mantendo-se 11.4 m de boca. Melhorou o desempenho em vários aspectos, mas não foi à toa que ao longo do detalhamento do projeto a boca da Tamandaré foi ampliada para quase 13m (mantendo-se o comprimento da Barroso), para agora aumentar o… Read more »
Aposto que se aceitarem, ficarão prontas antes das CCT.
Nunão, vou aproveitar a deixa e me alongar… já projetamos as Inhauma, Barroso e agora as Tamandarés, então acredito que conhecimento nesta área não seja o maior problema (ainda não dominamos completamente), então qual a dificuldade da MB projetar uma nova classe maior, umas 4.500 tons leve ? O casco acredito que seja meio “padrão” mundial, não houve grandes alterações nos últimos 100 anos no design; tanto a propulsão quanto integração de sistemas também já devemos ter certo conhecimento geral mas, ainda assim, um construtor naval de renome mundial poderia ser contratado para consultoria e apoio (veja, nada deste construtor… Read more »
Lucas Henrique 9 de dezembro de 2017 at 12:12
Talvez sim, pois como consta na matéria, as unidades seriam construídas fora da Colombia, num estaleiro que já esta finalizando outras encomendas, portanto “já esta no ritmo” de trabalho.
“Roberto Bozzo 9 de dezembro de 2017 at 12:29 Nunão, vou aproveitar a deixa e me alongar… já projetamos as Inhauma, Barroso e agora as Tamandarés, então acredito que conhecimento nesta área não seja o maior problema (ainda não dominamos completamente), então qual a dificuldade da MB projetar uma nova classe maior, umas 4.500 tons leve ?” Roberto, todo esse tempo entre Inhaúma e Tamandaré foi longo, com idas e vindas, paradas devido a falta de verbas, perda de pessoal, reposição etc na área de projetos da Marinha (CPN – Centro de Projetos de Navios). Por isso mesmo a parte… Read more »
Falando ainda sobre as corvetas de classe Tamandaré e considerando a ideia do amigo Roberto Bozzo de aumentar em um ou dois blocos no projeto do casco desta embarcação, essa nova classe que surgiria maior e mais armada poderia substituir as fragatas pretendidas pelo Prosuper? Digo isto pois uma classe de fragatas irmã das corvetas Tamandaré seria muito mais barata tanto pra fabricar como para manter.
Entendi Nunão, é o que dá pra fazer hoje com a descontinuidade que sofremos lá trás… e nem quis o “Quando a construir apenas um projeto já pronto e maior, estrangeiro, isso seria um outro assunto.”, minha idéia é projetar aqui mesmo, utilizando a ajuda de um construtor naval de nível mundial, mas como disse, somente para consultoria, nada de utilizar um projeto já pronto deste construtor. Então penso que o ideal é construir as Tamandaré e, com o conhecimento adquirido, projetar a próxima classe, talvez dobrando o tamanho em relação a Tamandaré, uma classe “padrão”, barata e em quantidades;… Read more »
“Interessante… este aumento no comprimento poderia ser feito na Tamandaré ? Alguém sabe se o projeto permite ?”
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Acho que isso responde:?w=834
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“Impossibilidade de alteração das dimensões principais do navio.”
Vejo uma leve singularidade do nosso projeto (CCT) com a Milgen Turca , excetuando o Peito de pombo do Passadiço e o bulbo estabilizador na proa. O resto ficou meio que (recorta copia e cola).
Poxa Bardini, acabou com meus sonhos de potência….
Agradeço
Burgos 9 de dezembro de 2017 at 19:01
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Pra mim, a CCT tem cara de navio italiano…
Roberto Bozzo, acho que nunca será uma Sigma.
Olá boa noite, achei bem interessante esse proposta dos Turcos, se eu fosse a MB conhecendo as restrições orçamentárias de sempre também pensaria em um projeto na faixa de 3500 a 4000 t. Em vez do prosuper de 6 mil t. Sairia mais barato para adquirir e operar e possibilitaria um número maior de meios, já pensaram em 6 fragatas de 4000t e mais 8 Tamandarés na MB
Por que a ENGEPROM não participa da concorrência e oferece uma CCT adequada às necessidades colombianas? Ou isso seria impossível?
Pq não é o que os Colombianos querem. Querem coisa maior.
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Fosse a Tamandaré uma Fragata Emprego Geral de boas 4.000t, certamente estaria no páreo, e com chances de emplacar, devido nosso bom relacionamento com os caras.
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Não tem muita coisa na faixa das 4.000t no mercado. Navio na casa das 2.500t tem a rodo, e a preço bem competitivo.
Aliás, na casa das 2.500 e poucas toneladas, os caras estão projetando um novo OPV. O que deveríamos estar fazendo, a fucking Colômbia está fazendo! A Colômbia!
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Enquanto isso, tocamos a barca furada que é o projeto das CCT. A ferro e fogo… E cantando: “se a canoa não virar, olê, olê, olá, eu chego lá…”
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http://www.defensa.com/colombia/cotecmar-presenta-diseno-nueva-opv-93c
É uma pena… Pois, parece que o mercado tende a dar uma aquecida nesses tempos…
Bardini, bom dia.
Esse OPV colombiano ficou arrumado. 2.550 ton de deslocamento, 93 metros de cumprimento fora outros detalhes. Parabéns aos nossos vizinhos!
OFF TOPIC:
Bom dia pessoal
Alguém sabe o resultado do projeto de lei que iria capitalizar a EMGEPRON?
E se tal projeto for aprovado isto significara a o sim para a construção das quatro corvetas?
CORREÇÃO:
E se tal projeto for aprovado isto significara o sim para a construção das quatro corvetas?
Nemo, está lá na matéria a respeito do projeto, publicada na semana passada: a votação está prevista para esta terça-feira, dia 12.
A aprovação significará o sim para a capitalizar a Emgepron, de forma que esta, quando for efetivamente selecionado o estaleiro construtor, poderá ter capital para um pagamento inicial que seja necessário (nossa interpretação). Na matéria estão os próximos passos da concorrência até o início da construção.
http://www.naval.com.br/blog/2017/12/07/corvetas-classe-tamandare-congresso-vota-lei-para-capitalizar-emgepron/
Paulo Maffi 9 de dezembro de 2017 at 22:40 Por que a ENGEPROM não participa da concorrência e oferece uma CCT adequada às necessidades colombianas? Ou isso seria impossível? —————— Porque alguém compraria uma nave que ainda é um projeto, cuja viabilidade ainda é questionável e ainda por cima de um fornecedor sem experiência alguma no fabrico destes meios (Barroso, protótipo em uso, não conta)? Os chefes militares colombianos tiveram sua geoestratégia militar forjada em um conflito de décadas com inimigos internos e agora estão focados em ameaças externas credíveis. Não podem se dar ao luxo de gastar dinheiro que não… Read more »
Obrigado Nunão!
“Porque alguém compraria uma nave que ainda é um projeto…”
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Salvo engano, todos os navio oferecidos ainda são apenas projeto…
A compra ideal hoje na marinha do Brasil seriam 6 fragatas coreanas classe Incheon, 3400 ton de deslocamento, CIWS Phalanx, mísseis Exocet Block 3, capacidade de operar helicóptero de até 12 Ton, Torpedos Mk. 46 e mísseis AA Sea Ceptor ou semelhantes para baratear os custos. Teriamos uma fragata e ponta e com capacidade de defesa de área para o Grupo de batalha do nosso HMS Ocean.
Temos que escolher as armas de acordo com o tamanho do bicho que iremos caçar (enfrentar). Dai a pergunta fundamental. qual é o poder naval que poderá nos ameaçar? e que meios seriam necessários para dissuadi los da empreitada? Que potencias tem grandes interesses no Atlantico Sul? Tio Sam? Que volta e meia ancora seus porta aviões no Rio de Janeiro? Ou Sua Majestade que possui bases nas Malvinas e circula assiduamente entre nós? Não creio que com os nossos meios economicos tenhamos cacife para enfrentar qualquer um. O Urso das espepes está concentrado em recuparar os territórios de Pedro… Read more »
“Luiz Floriano Alves 10 de dezembro de 2017 at 22:16”
Luiz, nossa Marinha esta no CTI, mas pode com tratamentos e remédios sair desta situação. A Marinha Argentina está respirando por aparelhos e me parece que é um paciente terminal. Sabendo disto e também sabendo que a maior reserva de pescado do mundo está nas águas argentinas, a china esta roubando estas reservas de forma industrial. Explicado o tamanho das forças que ameaçam quem não tem força?
Ádson, bem colocado o seu ponto de vista. A CHINA é nossa maior preocupação. Eles sempre acham um argumento para ir se apossando de espaço vital. O Dragão é insaciavel, pois tem bilhão e meio de habitantes para alimentar. Se nossos meios são irrelevantes frente as grandes potencias, só nos resta dirigir nossos recursos para um poder dissuassório de respeito. Isso sómente será no campo nuclear, que fomos forçados a abdicar, exatamente por aqueles que podem ser nossos adversário no teatro de operaçõe do Atlantico Sul.
Mestre Bardini,
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Particularmente eu entendo o que vc tem escrito.
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Tambem acho que nossos navios de batalha deveriam ter um minimo de 4.500 ton.
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Mas vc sabe que tenho aquele costume de simplificação e generalidade….então pergunto:
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– O quanto este hipotetico projeto de Fragata MB 4.500 ton poderia se parecer com uma Absalom Class??? Ou melhor, Crossover???
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Acho que poderia ser por ai….
http://products.damen.com/-/media/Products/Images/Clusters-groups/Naval/Crossover/Documents/Product-Sheet_CrossOver_Range_02_2014.pdf
Carvalho 2008.
Que exelentes barcos a DAMEN está projetando e produzindo.
Belos exemplos para basearmos os nossos projetos. Pensar para a frente ou nada.
Mestre Carvalho, . Não acho que seja grande vantagem pegar algumas centenas de milhões de dólares e investir em uma Absalon para a MB. Se for o caso de ter algo multipropósitos, com capacidade de autodefesa, capaz de embarcar grandes quantidades de carga e equipamento, acomodar pessoal do CFN, eu colocaria o dinheiro nisso: http://www.naviearmatori.net/albums/userpics/14665/1428682710.jpg É um meio com a cara do CFN. Cobriria muito bem a baixa dos NDCC. . Quanto a Fragata, penso em algo “Emprego Geral”. Um Canhão 76 mm e um 40 mm. Dois reparos CORCED. Um bom sonar de casco. Um VDS razoável. VLS contando… Read more »
Mestre Carvalho, . Não acho que seja grande vantagem pegar algumas centenas de milhões de dólares e investir em uma Absalon para a MB. Se for o caso de ter algo multipropósitos, com capacidade de autodefesa, capaz de embarcar grandes quantidades de carga e equipamento, acomodar pessoal do CFN, eu colocaria o dinheiro nisso: http://www.naviearmatori.net/albums/userpics/14665/1428682710.jpg É um meio com a cara do CFN. Cobriria muito bem a baixa dos NDCC. . Quanto a Fragata, penso em algo “Emprego Geral”. Um Canhão 76 mm e um 40 mm. Dois reparos CORCED. Um bom sonar de casco. Um VDS razoável. VLS contando… Read more »
Uai mas a Absalon tem esta configuração de armas que voce menciona…falt apenas o sonar de casco…mas a crossover tem o sonar rebocado…
Vejam a industria turca exportando mais equipamentos militares.
. http://defense-studies.blogspot.com.br/2017/12/aselsan-malaysia-is-ready-for-local.html
Bardini 11 de dezembro de 2017 at 21:35 Mestre Carvalho, . Quanto a Fragata, penso em algo “Emprego Geral”. Um Canhão 76 mm e um 40 mm. Dois reparos CORCED. Um bom sonar de casco. Um VDS razoável. VLS contando com 16 células para um misto de 8x ASROC e até 32x Sea Ceptor. Radar 3D mediano, com bom custo x benefício: Smart-S Mk2 ou semelhante. MSS: até 8x MAN SUP perna curta. 6x torpedos. Um Seahawk. Por aí vai… Não é pedir muito. Bardini, desculpe me meter na conversa, mas você acabou de descrever a Tamandaré…. a única diferença… Read more »