Aviação Naval: Marinha Indiana planeja ampliar frota das atuais 238 para quase 500 aeronaves
Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
A Marinha da Índia espera fechar a próxima década operando perto de 500 aeronaves (tripuladas) de todos os tipos.
A informação foi dada na manhã deste sábado (16.12), na Academia da Força Aérea Indiana, em Hyderabad (1.257 km ao sul de Nova Déli), pelo chefe do Estado-Maior (Comandante) da Força Naval Indiana, almirante Sunil Lanba.
“Temos uma ala aérea naval que possui 238 aeronaves no momento. Uma combinação de caças, helicópteros e aviões de patrulha marítima, para longo e curto alcances. E temos um plano em desenvolvimento… de, no espaço de uma década, esta ala aérea crescer para perto de 500 aeronaves de diferentes tipos”.
Lanba assistiu a formatura de 105 novos oficiais aviadores – 90 homens e 15 mulheres –, contingente que inclui 14 pilotos da Marinha e da Guarda Costeira Indianas. As duas pilotos de caça desta turma são, aliás, da Força Naval.
A agência de notícias PTI (Press Trust of India) noticiou que a expansão da cobertura aérea da Marinha se deve ao desdobramento de forças navais indianas em pontos mais distantes de seu litoral, como a nova base que os indianos vão compartilhar na costa de Singapura, o Golfo Pérsico, o Chifre da África, e, ocasionalmente, o Mar Mediterrâneo.
A 15 de abril do ano passado, um jato de patrulha de longo alcance Poseidon P-8I, da Marinha Indiana, sobrevoou o cargueiro MV Sezai Selaha, de 16.252 toneladas e bandeira liberiana, que, navegando a 1.500 km de Mumbai (antiga Bombaim), na costa ocidental da Índia, era perseguido por três embarcações de piratas (um navio-mãe e duas lanchas de alta velocidade). A aparição do Poseidon e os voos rasantes que ele executou desbarataram o ataque.
A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da Índia é de 2.305.143 km², e o governo de Nova Déli já solicitou a extensão dessa área para uma linha imaginária a 350 milhas de seu território.
Apenas para dar aos leitores um termo de comparação: a Zona Econômica Exclusiva Brasileira é de 3.646.514 km², e Brasília requereu à Comissão das Nações Unidas para os Limites da Plataforma Continental, uma extensão das suas águas jurisdicionais. A Força Aeronaval Brasileira possui cerca de 80 aeronaves, mas nem todas estão operacionais (caso dos jatos de ataque AF-1, do 1º Esquadrão de Interceptação e Ataque).
Monitoramento – O curioso é que Lanba é o mesmo oficial que, recentemente, interrompeu o desenvolvimento da versão navalizada do caça leve indiano Tejas, sob o argumento de que, partindo do convés de um porta-aviões, a aeronave não consegue transportar a carga de armamentos considerada adequada para as missões de interceptação aérea e de ataque a alvos de superfície.
A Força Naval Indiana precisará incorporar 57 jatos de combate aptos a operar em navios-aeródromo.
Outro argumento para a ampliação da cobertura aérea é a própria expansão da Esquadra indiana.
Segundo o almirante, os estaleiros de seu país estão, nesse momento, construindo ou se preparando para construir 34 novas embarcações (de superfície e submarinas).
Especialistas ocidentais mencionados pela PTI consideram a Marinha da Índia uma das seis forças asiáticas mais importantes no monitoramento da frota de guerra da China Continental – ao lado de (pela ordem) Japão, Tailândia, Indonésia, Malaísia e Vietnã.