Trapalhada na Índia: atraso (e substituição) de fornecedores adia acabamento de destróieres Project 15B

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Project 15B

Concepção em 3D do destróier Project 15B

Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

O portal de notícias indiano (no idioma inglês) Deccan Herald News Service (DH News Service) publicou, nesta quarta-feira (20.12), a informação de que a entrega dos três primeiros destróieres do Projeto 15B, em construção no estaleiro estatal Mazagon Dock Limited (MDL), da cidade de Mumbai, está definitivamente atrasada – e por um bom período de tempo.

Segundo o DH News Service, as embarcações – Visakhapatnam, Mormugao e Paradip –, de 163 m de comprimento e 7.400 toneladas de deslocamento, que deveriam ser disponibilizadas para os chefes navais indianos nos anos de 2018, 2020 e 2022, agora só devem ser formalmente transferidas ao setor operativo da Armada local na próxima década, entre 2021 e 2022 – isso, na versão da Marinha, devido a uma séria falha dos fornecedores de “armamentos vitais e outros equipamentos dos navios”.

Os itens críticos não entregues integrariam o sistema de detecção MFSTAR (acrônimo de Multi-Function Surveillance, Track And Guidance Radar), um super radar da IAI israelense concebido para identificar ameaças aéreas e de superfície, e controlar o voo de mísseis.

Os indianos estão firmemente engajados na tecnologia militar de Israel.

Em maio último, o moderno destróier INS Kochi disparou, pela primeira vez, um míssil antiaéreo Barak 8 – experiência bem-sucedida que foi repetida mês passado.

O INS Visakhapatnam foi lançado ao mar há mais de dois anos e meio – em abril de 2015 –, e o INS Mormugao teve o mesmo destino em setembro do ano passado.

Lançamento do INS Visakhapatnam em 20 de abril de 2015

Parceria – De acordo com o DH News Service, o estaleiro de Mumbai – que opera quase como um departamento industrial da Marinha (seu lema é “Construtor de Navios para a Nação”) – teria se comprometido a entregar os quatro navios Project 15B por 4,68 bilhões de dólares (equivalentes a 29.300 crores).

Para piorar as coisas, diante dos múltiplos atrasos na produção dos navios, o Ministério da Defesa de Nova Déli decidiu fabricar no país alguns outros equipamentos que também deveriam ser comprados no estrangeiro, como um sistema de sonar e um radar de vigilância marítima.

Esses equipamentos foram, então, encomendados à empresa indiana Bharat Electronics Limited.

O mau relacionamento do governo do Primeiro-Ministro Narendra Modi com a indústria de Defesa da Itália (por causa de um contencioso relacionado a helicópteros) também levou a Marinha da Índia a cancelar a encomenda dos canhões de proa das unidades Project 15B, que seriam fornecidos pela Oto Melara.

O novo fornecedor (possivelmente do Reino Unido) ainda não foi divulgado.

INS Kolkata, Project 15A
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Walfrido Strobel

Excesso de nacionalização causa problemas, não se pode nacionalizar rapidamente sem ter uma indústria de ponta para apoiar o projeto.

Top Gun Sea

A Índia e suas atrapalhadas. Ou se constrói um navio de guerra com todos os periféricos já consagrados mundo afora ou se desenvolve e testa armamentos e instrumentos para um futuro navio de guerra o que levaria anos para tal garantia. Fazer as duas coisas em um tempo curto é impossível.

donitz123

Mas os israelenses não entregaram o prometido????? KKKKK
.
Pau que dá em Chico dá em Francisco. Se esse “super radar” fosse russo…

Sandro

Pelo visto resolveram nos imitar kkkkkkk…. Brasil velho exportando idéias de como fazer errado kkk.. Temos ótimos exemplos: Blindados (Tamoio, EE-T4 Ogun, Sucuri, EE-3 Jararaca, Osório)Corveta Barroso (12 anos, um record. virou quase uma marca de whisky escocês kkkk), AMX ou A1 (Gastou o dobro de um F-16 completo, para construir um caça que nem radar tinha) Projeto Lançamento de Satelites (So dinheiro jogado pelo ralo)… Nossos generais adoram imitar nossos políticos no padrão (gasto/incompetência). SubNuclear ( Não quiz optar por sistema de celula de combustivel nos subs para não dar margem ao cancelamento do Nuclear) O resultado todos ja… Read more »

Carlos A Soares

Parrudo, assusta e impõe respeito.

Augusto

Imprevistos e indecisões podem acontecer quando se constrói uma classe de destróieres altamente complexos de 7.400 toneladas.

“Trapalhada” já é outra coisa. Por exemplo: não conseguir terminar uma classe de navios patrulha de 500 toneladas (Classe Macaé). Mais que trapalhada, é vergonha.

Walfrido Strobel

A verdade é que mesmo com estes erros os destróieres vão sair, mesmo que com atraso, estão muito a nossa frente.
Temos que respeitar sua indústria de armamentos.

Rogério Rufini

donitz123 22 de dezembro de 2017 at 5:54
Mas os israelenses não entregaram o prometido????? KKKKK
.
Pau que dá em Chico dá em Francisco. Se esse “super radar” fosse russo…

Serio ou não entendeu, que os itens INTEGRARIAM O RADAR ISRAELENSE, não é o radar, simples, israel não é a russia

Rogério Rufini

isso que digo, não adianta nacionalizar tudo, entregar projetos a quem não sabe construir, por isso a Tamandaré são um medo de muitos, e com todo sentido

Fernando "Nunão" De Martini

Rogério Rufini, o índice de nacionalização solicitado para a primeira Tamandaré será de 30%. Tá muito longe do significado de “nacionalizar tudo” ou de dar medo.

Ivan BC

Navio bonito! Os indianos são doidos…mas o navio parece bem interessante.

jodreski

Assino embaixo com tudo o que o Sandro disse. Voltando a Índia eu sempre digo: é uma nação com potencial para ser uma das 5 maiores potências militares do mundo, colocando os países europeus no bolso com folga, porém a falta de organização parece que não é só no trânsito e sim generalizada aos meios militares também. Compram muito mau seus equipamentos militares, geralmente optam por contratos visando construções locais sendo que não dispõe de mão de obra especializada para tal, pagam mais caro para formar toda essa força de trabalho e a qualidade do produto final não é a… Read more »

Helio Henrique

Só o dinheiro desviado da copa do mundo dava pra fazer 3frotas.

Helio Henrique

Um subnucear leva mais de 30 anos pra trocar o combustível e pode ficar mais tempo no mar do que um sub com celula de combustível e é mais rápido,eu sou a favor de ter as duas versões.

Gideon

A Índia é muito inteligente nos seus planos de nacionalização, eles estão criando uma indústria militar invejável. E as tecnologias que eles nacionalizam significam dinheiro no bolso dos seus cidadãos, e uma melhor economia pra eles. Alguém acha que da pra manter uma boa frota se sua economia não estiver bem? Sem falar que uma indústria militar avançada vale mais que qualquer frota, você prefere um lote de bolachas ou uma fábrica de bolachas? Da parte do Brasil a marinha está de parabéns de ter conquistado a tecnologia nuclear que inclusive alimenta nossas cidades hoje em dia, um investimento que… Read more »

Wagner

Será que navios tão grandes são mesmo necessários ??

Não era mais fácil usarem a grana para nacionalizar as krivak V da Rússia ??

Seriam mais efetivas e menos vulneráveis.

Nilson

Pergunta a Sandro Sandro 22 de dezembro de 2017 at 7:31 Estou começando a me inteirar dos assuntos da nossa Marinha, motivado pelo Ocean e pela qualidade do Poder Naval e seus comentaristas. Assim, para me atualizar, poderia me explicar melhor o seguinte: “SubNuclear ( Não quiz optar por sistema de celula de combustivel nos subs para não dar margem ao cancelamento do Nuclear)”? O que tenho conhecimento é que optaram por fazer o Scorpene sem o Sistema AIP (Air Independent Propulsion) – MESMA (que seria a célula de combustível?), substituindo por mais baterias, fazendo o sub mais comprido. Tem… Read more »