Omnisys, subsidiária da Thales, é qualificada para produção local e desenvolvimento de sonares no Brasil
Com investimento de R$ 20 milhões, o Centro de Excelência de Sonares da Omnisys, subsidiária brasileira da Thales, está pronto para atender as demandas dos clientes do Brasil e América Latina
A Omnisys, subsidiária brasileira da Thales, foi totalmente qualificada para a produção local de transdutores no Centro de Excelência em Sonares, inaugurado em Janeiro de 2016, na cidade de São Bernardo do Campo (SP). A empresa brasileira, que recebeu investimentos de mais de R$ 20 milhões, é a primeira empresa a construir uma infraestrutura industrial capaz de fabricar equipamentos de Sonares no Brasil.
Esta conquista é o resultado de um processo extenso que começou em 2015. Um marco importante deste projeto foi concluído na última semana, com os testes finais realizados na piscina do Instituto de Pesquisa da Marinha (IPqM), um dos principais parceiros da Omnisys neste projeto.
O processo foi compreendido por cinco fases, incluindo, entre elas, a busca de materiais e fornecedores locais, transferir a tecnologia necessária para as equipes brasileiras, construção de maquinários para o projeto e fabricação de vários equipamentos de produção brasileiros. Finalmente, os resultados da validação foram comparados com outros equipamentos produzidos na França para atestar o mesmo padrão e a qualidade exigida para o mercado mundial.
Este processo confirma que a Omnisys está qualificada para produzir transdutores no país para o mercado de sonar brasileiro, bem como para a cadeia de fornecimento de sonar global da Thales. Além disso, valida a capacidade industrial, possibilitando a produção completa de sonares brasileiros.
Os transdutores fabricados no Brasil, operando em modo passivo e ativo, são utilizados em sonares para navios de superfície, fragatas ou corvetas.
Grupo de Sistemas Acústicos Submarinos (GSAS) do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM)
Fundado em 1959, no Rio de Janeiro, o Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM) dedica-se a projetos que assegurem a independência tecnológica do Brasil, o desenvolvimento da base industrial de Defesa e o robustecimento da Força Naval. Dentro dele, o Grupo de Sistemas Acústicos Submarinos (GSAS) desenvolve atividades de Propagação Acústica Submarina; Processamento de Sinais Acústicos; Projetos e Calibração de Transdutores; Modelagem numérica de perdas na propagação acústica; modelagem de previsão de níveis de intensidade sonora; Reconhecimento de padrões sonoros utilizando redes neurais em tempo reais; Nacionalização de hidrofones cavitação e fonia submarina; Desenvolvimento de equipamentos acústicos, como Transpônder sonar mono e multifrequência, Simuladores de ruídos de navios; e Medicações e calibrações de equipamentos.
Sobre a Thales
A Thales é líder mundial em tecnologia nos mercados de Aeronáutica, Transportes, Defesa e Segurança. Com 64.000 funcionários em 56 países, a Thales apresentou vendas de €14,9 bilhões em 2016. Com mais de 25.000 engenheiros e pesquisadores, a Thales tem capacidade única de projetar e implementar equipamentos, sistemas e serviços para atender aos requisitos de segurança mais complexos. Sua excelente presença internacional permite que a empresa trabalhe muito próxima de seus clientes em todo o mundo. www.thalesgroup.com
Sobre a Omnisys
A Omnisys é uma empresa brasileira, subsidiária do grupo Thales, de alta tecnologia com larga experiência nos mercados civil, espacial e de defesa. Sediada em São Bernardo do Campo (SP), seus 200 funcionários desenvolvem tecnologia a partir do Brasil nos segmentos de controle de tráfego aéreo, defesa aérea, eletrônica de mísseis, guerra eletrônica, cargas úteis para satélites, além de serviços. Desde 2015 a Omnisys recebeu também investimentos mais de EUR 150 milhões de investimentod do grupo Thales para desenvolvimento de negócios e produtos no Brasil
DIVULGAÇÃO: CDN Comunicação
Pra relembrar, cobertura do Poder Naval sobre a inauguração do Centro de Excelência em Sonares da Thales / Omnisys no início do ano passado:
http://www.naval.com.br/blog/2016/02/01/thales-inaugurou-centro-de-sonares-no-brasil-colocando-a-mira-nas-corvetas-classe-tamandare/
Naval sempre ligado. Nunao, tem alguma fábrica por aqui de radares? Civis ou militares. É de motores de navios?
Quais os mísseis VLS a disposição da MB atualmente?
Algum tempo atrás li que a MB em parceria com uma universidade (não lembro qual) estava desenvolvendo sonares no Brasil. Alguém sabe me informar mais ?
Isto é o modelo Helibras aplicado a outras áreas. Mais do mesmo
“Vaniro 22 de dezembro de 2017 at 14:19
Naval sempre ligado. Nunao, tem alguma fábrica por aqui de radares? Civis ou militares.”
Sim, a própria Omnisys que é o tema da matéria é uma fábrica (e centro de projeto e engenharia) de radares. Na matéria do link que passei, ao final, há diversas outras feitas sobre a Omnisys / Thales, em coberturas da Trilogia.
Navios de pesquisa sísmica usados na prospecção de petróleo não podem ser usados para localizar submarinos? Eles têm hidrofones aos montes e uma capacidade invejável de processamento de dados em tempo real.
“Vaniro 22 de dezembro de 2017 at 14:19
Naval sempre ligado. Nunao, tem alguma fábrica por aqui de radares? Civis ou militares.”
Complementando a resposta do Nunão, a BRADAR fabrica para o EB o radar SABER M60.
– Para saber mais => http://www.forte.jor.br/2016/05/22/1a-brigada-de-artilharia-antiaerea-radar-saber-m60-nos-jogos-rio-2016/
A BRADAR também está finalizando a P&D junto ao CTEX do RADAR SABER M200. O SABER M200 é capaz de acompanhar múltiplos alvos aéreos simultaneamente, além de guiar mísseis, realizar missões de vigilância, meteorologia e aproximação, num raio de 450 quilômetros.
– Para saber mais => http://www.defesanet.com.br/bid/noticia/21270/SABER-M200—BRADAR-e-CTEx-testam-com-sucesso-radar/
Olá Bozzo. Participei de um projeto da MB sobre sonares quando estava na IC. Foi quando eu aprendi muito sobre síntese de materiais cerâmicos de alto desempenho. Virou meu mestrado depois.
Bradar em Campinas fábrica radares para o Exército. SABER
Nunão, você saberia me dizer quanto um sonar deste modelo, por exemplo, consome de energia ?
Camargoer, lembro que na matéria havia a foto de um sonar circular, mas nunca mais achei nem aquela reportagem e nem nada do assunto. Pode passar mais alguma informação? Os estudos acabaram, deram em quê? E este laboratório da Thales é uma continuação destes estudos ou algo totalmente novo ?
A gente trabalhava com o pessoal do IPqM. Nossa tarefa era preparar as pastilhas transdutoras. Tinha gente em várias universidades, cada um fazendo uma parte. Quem coordenava tudo era a MB. De vez em quando, os professores iam para o Rio de Janeiro. Eu até tentei um estágio lá no IPqM mas nao deu certo. Depois que o projeto acabou, eu não sei o que eles fizeram com a tecnologia. Eu sei de gente em Campinas que trabalhou muito no desenvolvimento de nanocompósitos e em S.Paulo com outros materiais. O grupo de pesquisas que fazia parte era responsável pelos transdutores.
O projeto do radar SABER M 200, esse projeto ainda esta em andamento ou foi posto na geladeira como tantos outros que poderiam melhorar a capacidade das FFAA.
Obrigado NUNAO, Gonçalo… Vi na matéria que a Bradar seria da Embraer. Como fica aí com venda para a Boeing.
Roberto e camargoer, o IPqM trabalha com a UFRJ no Lab Sonar, o qual é empregado em estudo pelos alunos da Universidade e pelo nosso pessoal… existem outros projetos na área de acústica submarina a cargo do IEAPM…
Nossos estudos em sonar são muito bons… já foi desenvolvido o sistema de detecção e acompanhamento de contatos, o qual opera nos classe Tupi… temos um projeto de array para sonar passivo, com alta maturidade tecnológica (em testes na BACS)… estamos na luta pelo desenvolvimento de um sonar passivo rebocado…
Abraço…
XO ou NUNAO qual sera o missil principal usado nos subs scorpene ?
“leonel testa em 23/12/2017 às 08:51
XO ou NUNAO qual sera o missil principal usado nos subs scorpene ?”
SM-39 Exocet.
http://www.naval.com.br/blog/2014/10/29/marinha-do-brasil-compra-misseis-am39-e-sm39-exocet-da-mbda/
Olá XO. Na época, eu estava na UFSCar cursando química. Ao menos as pastilhas transdutoras foram desenvolvidas lá. Talvez a UFRJ também tenha feito, não sei. Minha participação ela no desenvolvimento dos transdutores.
XO e Camargoer, agradeço as informações.
Com este novo laboratório da Thales, a idéia é unificar todos os projetos num único local ou pretende-se desenvolvimento paralelo de tecnologias ? Por fim, a Finep não poderia ser instigada a ajudar financeiramente?
“Com este novo laboratório da Thales, a idéia é unificar todos os projetos num único local ou pretende-se desenvolvimento paralelo de tecnologias ?” Roberto, até onde foi informado, o centro de sonares da Thales / Omnisys, que é voltado à fabricação dos transdutores da empresa no Brasil (um dos vários itens críticos de um sonar), é um investimento da própria empresa, por sua conta e risco, com seu próprio dinheiro. A matéria que passei o link logo no primeiro comentário dá mais detalhes a respeito, quando da inauguração desse centro, no início do ano passado. Repito aqui: http://www.naval.com.br/blog/2016/02/01/thales-inaugurou-centro-de-sonares-no-brasil-colocando-a-mira-nas-corvetas-classe-tamandare/ As pesquisas… Read more »
Master base!
Enfim, a MB vai gastar muitos recursos pesquisando e no final nunca vai chegar a capacidade da Thales, parece ser um recurso mal empregado estas inúmeras pesquisas de alta tecnologia feitas no Brasil, a nossa especialidade é agricultura e pecuária e não alta tecnologia..
O lado ruim de ter este centro de pesquisa e desenvolvimento da Thales aqui é que praticamente define de quem vai ser o Sonar dos próximos navios da MB, pois se escolherem outro vão alegar que o Brasil não apoia quem investe aqui.
Olá Walfrido. Acho que você está muito equivocado. Vou contar uma historia real. Uma pesquisadora que participou do projeto de pesquisas que teve origem naquele do sonar coordenado pelo IPqM desenvolveu um sensor para umidade, que em parceria com a Embrapa e FAPESP virou um sensor remoto para acionar seletivamente irrigadores automatizados. Ou seja, não é possível selecionar qual conhecimento poderá resultar em qual tecnologia para quais setores comerciais. Outro exemplo? Uma colega defendeu um doutorado sobre nutrientes para alface, mas foi contrata por uma empresa de eucalíptos (porque como um eucalípto leva 8 anos para crescer, ninguém faz um… Read more »
Olá Wafrido. Fui contar uma história e contei três.. riso. Tem outras. Umas que não posso contar agora. Outras que não poderei contar nunca.. riso. Tem um caso engraçado que aconteceu comigo. Uma vez alguém comentou perto de mim que a universidade é fechada, não conversa com o setor privador, etc… inclusive que era um investidor etc.. eu me apresentei e convidei-o para visitar meu laboratório para conversarmos e buscarmos um projeto que fosse viável. Nunca apareceu…
“O lado ruim de ter este centro de pesquisa e desenvolvimento da Thales aqui é que praticamente define de quem vai ser o Sonar dos próximos navios da MB, pois se escolherem outro vão alegar que o Brasil não apoia quem investe aqui.”
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Você está enxergando o copo meio vazio.
Pode sair dai um sonar com itens nacionalizados. A manutenção será facilitada. Se terá conhecimentos para operação. Entre outras coisas…
Não existe isso de pesquisa de alta tecnologia x setor produtivo. Conheço casos de soluções de alta tecnologia para siderúrgica, odontologia, veterinária, setor elétrico e baterias. Teve até o caso de um industria de tapetes que começamos a colaborar, dai o dono morreu e o filho não deu prosseguimento. Industria de tintas, borrachas, etc. (isso das que eu estive envolvido). Atualmente, o desafio tem sido as empresas pequenas de altíssima tecnologia baseadas em nanotecnologia. Tem uma molecada muito boa que está até exportando.
Olá Bardini. Tem inclusive o setor de saúde que usa uma série de pequenos dispositivos de menor potência mas alta demanda. Algum tempo atrás um colega desenvolveu um dispositivo para o greening cítrico portátil na base do bluetooth. Se eu pudesse contar o que estamos fazendo com a industria de reciclagem….
Nunão, agradeço as explicações.
camargoer,
O setor da saúde também é um grande beneficiário da parte nuclear do PROSUB, que muitos apedrejam.
Olá Bardini. Você tem razão. Eu mesmo já precisei disso para fazer contraste de imagens. Felizmente não para radioterapia. Há uma nova geração de cientistas, entre 30 e 50 anos, que é bem aberta a colaborar com o setor privado em questões de alta tecnologia. O que falta são os investidores privados. Recentemente, vi um documento que mostra que depois da Petrobras e Vale, quem mais deposita patentes são as universidades. No Brasil, as empresas praticamente não fazem patente. Quando a gente vê os números, dá para perceber que a Universidade faz o que tem que fazer em artigos e… Read more »
Camargoer, se estas pesquisas tiverem resultados no desenvolvimento de outros produtos e puderem gerar alguma nacionalização no radar esvolhido, que seja bem vinda. Pois eu via como uma unútil procura por chegar no nível dos fabricantes atuais que investem muito, o que a MB nuca vai poder chegar. Meu pai apesar de ter trabalhado no DER por muitos anos e ter chegado a Secretário dos Transportes era professor universitátio titular do departamento de física da UFPR, e depois foi Vice-Reitor, e defendia mais pesquisas, eu sem conhecer nada sobre universidades perguntava se o principal de uma universidade não era formar… Read more »
Olá Walfrido. Que triste isso do assassinado passional. Sinto muito. Seu pai tinha razão. A formação de recursos humanos é uma parte do papel que a universidade desempenha (uma faculdade tem essa função exclusiva). Um outro papel é o de fomentar um conhecimento crítico para se contrapor ao conhecimento estabelecido. No caso do sonar, como será possível atestar, validar, criticar ou mesmo questionar uma empresa privada em sua especialidade sem o domínio da tecnologia? O papel nosso é ir além do panorama comercial de uma tecnologia. Então a gente faz aquilo que uma empresa não vê retorno comercial até o… Read more »
Camargoer, obrigado pelo convite, agora moro em Salvador e fica difícil ir a São Carlos. Mas se for visitar alguns amigos em Pirassununga no ano que vem, eu entro em contato contigo.
A Omnisys está para MB, assim como a AEL está para a FAB.